Suicídio entre os jovens

Suicídio entre os jovens

Última atualização: 03 junho, 2017

Atualmente a intolerância à frustração é grande. Os pais não têm tempo para dedicar aos filhos e acabam liberando tudo, para substituir o carinho, a atenção, a presença. As crianças crescem fazendo tudo o que querem, sem limites, valores, e referências.

Também existe uma competitividade muito grande, a necessidade de atingir uma falsa perfeição. Muitos, ao se darem conta de que não a atingem, perdem o interesse pela vida, não se contentam com o que têm e deixam de buscar melhorar.

Os princípios e valores foram invertidos, parece que só tem valor quem tem dinheiro, quem tem status social. As pessoas ficam na busca de atingir este ideal e esquecem-se de viver a sua vida atual, não aproveitam os momentos com a família, não sentem gratidão pelo que têm, sempre sonhando com o que os demais possuem.

Isto tem nos tornado amargos, limitados, agressivos, desinteressados. Os jovens buscam disfarçar esta angústia com o uso de drogas, praticando bullying, tendo relações sexuais sem controle. Estas práticas causam doenças físicas, emocionais e mentais.

suicídio entre os jovens

A juventude/adolescência é a parcela da população mais vulnerável, pois ainda não possuem compromissos sérios, não são mais crianças, não vivem as fantasias inocentes da infância, já podem perceber a miséria geral e se dar conta de que não são felizes.

Muitas vidas têm sido ceifadas pelo suicídio. Existências promissoras têm chegado ao fim precocemente. Influências negativas têm dominado as mentes jovens, que não possuem referências fortes a seguir.

A forma de criação que dá tudo o que as crianças pedem, libera tudo, não impõe limites, tem criado pessoas mimadas, sem censo de responsabilidade e de enfrentar desafios. Então, diante das primeiras dificuldades, da primeira decepção amorosa, do primeiro “não”, entram em desespero, não entendem o porquê e revoltam-se.

Em decorrência disto, dependendo da personalidade de cada um e dos exemplos que viram durante a vida, alguns se tornam violentos, agressivos aos outros, machucam, estupram, matam; outros agridem a si mesmos, emocional ou fisicamente, mutilam-se, podendo chegar a tentativas e ao ato do suicídio.

A dor emocional também machuca; diante de primeiro “não”, do primeiro desprezo, sentem-se sem valor, pois acreditavam que a forma de ser amado era recebendo respostas positivas para tudo, sendo que o “não” os deixa perturbados, perdidos, achando que possuem algum problema.

suicídio

Esta dor é enorme, levando muitos se machucar fisicamente porque, por alguns momentos, não sentem a dor psíquica, que é mais forte. Esta prática pode tornar-se um vício, sendo “normal” recorrer a ela. O amor à vida vai se esfriando e vai se tornando necessário aprofundar mais, até que o único passo que falta é o suicídio.

Outros jovens (aliado a isto, ou de forma isolada), começam a fazer uso de drogas na busca desenfreada pela satisfação total, iniciam aos poucos, com algo leve. Porém, com o tempo vai se tornando mais necessário, mais urgente, e eles vão se aprofundando cada vez mais no uso, que se torna abuso, gerando dependência. Tornam-se escravos das drogas, a vida perde o sentido, podendo também culminar em suicídio, por overdose, por não ter consciência do que faz, por não querer mais viver e encarar a realidade.

Muitas pessoas julgam esta atitude dos jovens como “falta de laço”, “frescura”, porém, sabemos que vai muito além. Violência não resolve nada, aliás, gera outros problemas, castigo sem diálogo não torna ninguém melhor. O que falta é carinho, afeto, tempo, compreensão e limites bem esclarecidos.

Somente os pais estando presentes, e sendo exemplos, poderão explicar aos filhos o motivo de ter que agir de uma ou de outra forma. Pais que valorizam as boas atitudes dos filhos e são receptivos a dialogar sobre as más, colocando a importância de ser bom cidadão, de tratar bem e respeitar a todos, de ter boas maneiras, de forma clara, aplicando castigos justos, criarão filhos educados, decentes e fortes diante da vida.

Desta forma, as dificuldades e negativas da vida serão percebidas como normais e necessárias, não sendo algo que trás dor, mas que fortalece e nos torna pessoas melhores, com censo de responsabilidades e limites, sendo felizes com o que temos e buscando ser melhores a cada dia!

Entretanto, sabemos que muitos pais não estão dispostos a mudar, não sabem como o fazer. Por isto, muitos adolescentes/jovens terão que enfrentar a vida, apesar da forma como foram criados, buscando conhecer melhor a si mesmos, entender o que lhes deixa tristes, desmotivados e lutar contra isto.

É necessário ter boas amizades, andar com pessoas positivas, buscar referências em adultos sábios, buscar apoio profissional, não entregar-se ao desespero, mas, perceber que a vida deve ser vivida de forma leve, sem cobranças excessivas e, ao mesmo tempo, com responsabilidade e sabedoria!


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