Suicídio: fatores de risco e fatores de proteção

Suicídio: fatores de risco e fatores de proteção
Judith Francisco

Escrito e verificado por a psicóloga Judith Francisco.

Última atualização: 22 dezembro, 2022

Por que o suicídio se tornou um assunto esquecido do qual ninguém fala? De que maneira isso se tornou um tabu? Se quisermos resolver um problema, o primeiro passo é coletar informações suficientes sobre o mesmo. Caso contrário, a solução que nós criarmos não será eficaz e os esforços terão sido inúteis.

Portanto, é importante identificar os fatores de risco associados ao comportamento suicida, tanto individualmente quanto a nível ambiental. Igualmente importante é identificar os fatores de proteção que podem ajudar a evitá-lo ou reduzi-lo. Desta forma, será mais fácil saber o que está acontecendo e o que podemos fazer a respeito.

Suicídio: um dos mais sérios problemas sociais

Segundo a OMS, o suicídio está entre as primeiras quinze causas de morte no mundo, e é a principal causa de morte violenta.

Este é um problema de saúde pública prioritário, já que mais de um milhão de pessoas cometem suicídio por ano em todo o mundo. Esses números estão aumentando nos últimos anos e, além disso, estima-se que eles continuarão a crescer em breve.

Homem lidando com a depressão

As consequências que isso tem sobre a qualidade de vida da população não são poucas, principalmente por causa do impacto psicológico e social que recai sobre as pessoas mais próximas. Estes são profundamente afetados emocionalmente, socialmente e economicamente.

Por isso, considera-se cada vez mais importante estudar e identificar os fatores associados a esse comportamento para criar programas de prevenção e intervenção. Destaca-se de maneira especial se analisarmos as causas de morte na população adolescente, uma vez que o suicídio é uma das três principais causas de morte entre jovens de 15 a 24 anos.

O que podemos fazer para evitar comportamentos suicidas?

Se você deseja iniciar medidas preventivas em relação ao suicídio, a primeira coisa a fazer é estudar os fatores de risco e proteção. Identificá-los pode nos dar pistas sobre como e quando intervir. Mesmo assim, nem todo o peso recai sobre esses fatores. Também tem muita influência a forma como o paciente está, em que situação da sua vida se encontra e quais eventos estressantes da vida podem desencadear comportamentos suicidas.

Os transtornos mentais são considerados um dos fatores de risco mais importantes e prevalentes para o suicídio. É por isso que uma atenção especial foi dedicada a este aspecto em muitos estudos que foram realizados ao longo do tempo sobre este assunto. Esses distúrbios incluem transtorno bipolar, depressão e transtornos psicóticos (por exemplo a esquizofrenia). Quanto a outros fatores de risco, pode-se destacar o seguinte:

  • Tentativas anteriores de suicídio.
  • História familiar de comportamento suicida.
  • Eventos de vida estressantes: divórcio, dificuldades econômicas, etc.
  • Suporte sócio-familiar inadequado ou inexistente.

Apesar do exposto anteriormente, não devemos esquecer que também existem fatores de proteção. Os fatores de proteção são definidos como aqueles fatores que diminuem a probabilidade de levar adiante o suicídio, mesmo quando vários fatores de risco estão presentes. Dentro desses fatores de proteção estão:

  • Habilidade para relacionamentos sociais.
  • Confiança em si mesmo.
  • Ter filhos.
  • Suporte sócio-familiar de qualidade.
Casal apaixonado

Uma boa opção para evitar o suicídio

Podemos concluir que o suicídio é mais do que um conjunto de fatores individuais. Assim, um transtorno mental não causa o suicídio por si só, o ambiente ao redor também tem muito a ver com isso.

Da mesma forma, existem fatores de proteção tanto em nível pessoal quanto em nível ambiental. Isso é sempre positivo. Quanto mais fatores de proteção estiverem em uma pessoa com um certo risco de desenvolver um comportamento suicida, mais fácil será intervir ou prevenir este comportamento na pessoa.

Todas as opções acima abrem o caminho para a tendência atual se reverter. Portanto, uma boa opção seria traçar programas de prevenção voltados para pessoas que, por sua situação, se encaixam no perfil. Tudo isso sem esquecer de reforçar os fatores de proteção que já existem, por mais escassos que sejam.


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