O tanque de isolamento sensorial e seus benefícios

Atualmente, os tanques de isolamento sensorial podem ser encontrados em muitos lugares, à disposição de quem quiser utilizá-los. Os entusiastas dizem que a experiência é similar à vivida no útero materno. A mente fica em branco e descansa significativamente.
O tanque de isolamento sensorial e seus benefícios
Sergio De Dios González

Escrito e verificado por o psicólogo Sergio De Dios González.

Última atualização: 07 junho, 2020

De tempos em tempos, o tanque de isolamento sensorial parece voltar à moda. Embora tenha sido inventado para estudar o cérebro, atualmente é usado como meio de relaxamento. Há empresas especializadas que oferecem esse tipo de experiência, mas eles também podem ser encontrados em vários spas.

Aqueles que promovem esses tanques de isolamento sensorial afirmam que esta é uma experiência que pode ser comparada a um regresso ao útero materno.

Provavelmente esta alegação é um pouco exagerada, embora seja evidente que aqueles que fazem uso desse aparelho o reconhecem como uma experiência única. Aparentemente, ele permite chegar a um estado de relaxamento extremo.

Entretanto, o aparelho também tem seus críticos. Há aqueles que entram no tanque de isolamento sensorial com certas apreensões. Essa ideia de romper totalmente o contato com o mundo externo lhes provoca uma certa angústia.

As pessoas que trabalham com esses tanques de flutuação afirmam que é preciso ter certa uma estabilidade e maturidade para poder viver a experiência como Deus manda.

 “Enquanto grande parte do que percebemos chega a nós por meio dos sentidos dos objetos que estão ao nosso redor, outra parte (talvez a mais importante) sempre vem da nossa mente”.
-William James-

Olhos femininos fechados

A invenção do tanque de isolamento sensorial

O tanque de isolamento sensorial foi inventado por John C. Lilly, um neuropsiquiatra norte-americano. Seu objetivo não era promover um empreendimento de sucesso, longe disso. O que ele queria era estudar as mudanças que ocorriam no cérebro em um estado de isolamento máximo.

Era a década de 1950, e esse tipo de tema chamava a atenção de muitos cientistas. Foi assim que Lilly criou o que ele chamou de “câmaras de isolamento sensorial”. Eram aparelhos que reduziam ao mínimo a atividade de todos os sentidos.

Lilly comprovou que, com esses aparelhos, seria possível alcançar uma experiência muito especial. Ao passar um tempo dessas câmaras, tinha início uma sensação muito relaxante e restauradora.

No entanto, seus estudos não foram levados muito a sério, já que Lilly era considerado, sobretudo, um excêntrico que gostava de chamar atenção.

Novas pesquisas

Embora o tema não tenha recebido muita importância, o interesse foi aumentando com o tempo. A experiência do tanque de isolamento sensorial foi testada em vários lugares, e descobriu-se que talvez não fosse uma maluquice de Lilly, e sim um meio que poderia ter aplicações terapêuticas.

A princípio, esses tanques foram estudados com fins militares. Seu potencial para fortalecer o corpo e a mente pareciam claramente comprovados, e vários soldados da Marinha norte-americana testaram o aparelho.

Em seguida, a NASA usou os tanques de flutuação como parte da preparação dos astronautas.

A partir dos anos 1970, o uso dos tanques de isolamento sensorial começou a se tornar popular. Primeiro, foram usados por atletas de alto rendimento. Eles o consideraram muito útil para seus processos de recuperação muscular.

Em seguida, os aparelhos foram adquiridos pelo mercado do relaxamento. Em um mundo de pessoas estressadas, aquele prometia ser um bom negócio.

Como são esses tanques?

Os tanques de isolamento sensorial são espécies de banheiras que contêm entre 400 e 600 litros de água. Pelo menos metade desse volume é ocupado pelos chamados sais de Epson ou por sulfato de magnésio.

A elevada concentração de sais faz com que o corpo todo flutue de forma natural. É um efeito similar ao que ocorre no Mar Morto.

A água está em uma temperatura similar à do corpo humano. Por isso, ao mergulhar o corpo a pessoa não sente nem frio nem calor. Em alguns casos, o aparelho tem uma porta que é fechada. Desse modo, o usuário fica dentro do tanque flutuando em completa escuridão e sem nenhum estímulo auditivo.

Outros desses tanques de flutuação não podem ser fechados. Há um espaço que permanece aberto, mas a luz do ambiente é extremamente tênue e não há barulho. Em geral, quem já passou pela experiência ficou nesse estado durante 60 a 120 minutos.

Tanque de isolamento sensorial

Os efeitos positivos do tanque de isolamento sensorial

Tudo indica que o uso desses tanques de flutuação promove modificações positivas no cérebro. Este inicia uma atividade diferente da usual, muito similar à que se consegue com os estados de meditação. É por essa razão que se trata de uma experiência muito tranquilizante.

Além disso, garante-se que a imersão em um desses tanques serve para melhorar a saúde. Em particular, ajuda a reduzir qualquer tipo de dor muscular e previne problemas frequentes, como a enxaqueca ou as cólicas menstruais.

Também há alegações de que ele ajuda a diminuir os estados de ansiedade e de que a experiência estimula a criatividade e aumenta as capacidades intelectuais.

A maioria das pessoas que usam o tanque de isolamento sensorial se tornam entusiastas do mesmo. Uma minoria, em contrapartida, considera que a experiência é tediosa, e até mesmo incômoda. Como ele não parece ter nenhum efeito colateral, vale a pena experimentar.


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  • Ardila, R. (1970). Privación sensorial. Revista Interamericano de Psicologia, 4, 253.

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