Os 4 tipos de pensamento intuitivo

Os 4 tipos de pensamento intuitivo
Sergio De Dios González

Escrito e verificado por o psicólogo Sergio De Dios González.

Última atualização: 12 junho, 2018

O pensamento intuitivo continua sendo um enigma para a ciência. No entanto, conseguimos avançar e entender melhor essa expressão do cérebro que é fascinante e, ao mesmo tempo, imprevisível. Está a meio caminho entre a emoção e a razão. Por isso é tão misterioso.

Vale a pena dizer que o pensamento intuitivo é aquele que permite entender a realidade instantaneamente, sem a mediação da lógica ou da análise. Também não usa linguagem verbal, mas se baseia em sinais e sensações. Muitas vezes, na verdade, isso vai contra o que poderíamos chamar de “razoável”.

Segundo a ciência, o pensamento intuitivo é produzido em uma área do cérebro próxima à glândula pineal. Ou seja, entre as sobrancelhas, bem no meio da testa. A intuição não é controlada voluntariamente, mas aparece como uma espécie de “inspiração“. Na prática, funciona. É o que alguns chamam de “olho clínico” nos médicos, ou de ser “visionário” em outros campos.

 “A intuição não é uma opinião, é a própria coisa”.
-Arthur Schopenhauer-

O cérebro humano

O pensamento intuitivo e a ciência

O tema do pensamento intuitivo tem sido envolvido em muitas especulações. Como está intimamente associado às emoções, não é possível verificá-lo tão facilmente. Às vezes uma pessoa simplesmente sugere alguma coisa e consegue que aconteça aquilo que ela “intuiu” que iria acontecer.

No entanto, a ciência assumiu esse assunto e alguns avanços foram feitos a esse respeito. O assunto foi estudado no âmbito do programa Evolução e Comportamento Cerebral do Instituto Nacional de Saúde Mental dos Estados Unidos, dirigido pelo professor Paul Mac Lean.

Segundo suas pesquisas, o pensamento intuitivo se origina no neocórtex. Esta seção do cérebro combina elementos de ambos os hemisférios. Embora os mecanismos pelos quais ele opera não sejam exatamente conhecidos, estima-se que seja um processamento instantâneo de conhecimentos, experiências e leitura de indícios, que resultam em uma resposta correta diante da realidade.

Os quatro tipos de pensamento intuitivo

Desde sempre temos ouvido muito a respeito da intuição, como uma espécie de “faísca” que surge e ilumina tudo. Albert Einstein afirmava que seus estudos tinham um alto componente de intuição. No entanto, são os artistas que fazem um uso mais intenso dessa função tão interessante.

Mulher no meio da floresta

Acredita-se que existam quatro tipos de pensamento intuitivo. Estes são:

  • Pensamento intuitivo emocional. Corresponde à capacidade de detectar subitamente os principais traços de personalidade dos outros, ou o estado emocional em que se encontram. Percebe-se quem são ou como estão, sem palavras.
  • Pensamento intuitivo mental. Tem a ver com encontrar a resposta para um problema imediatamente, sem analisá-lo. É muito comum para quem tem empregos que precisam de decisões muito rápidas, como os bombeiros ou os especialistas em explosivos.
  • Pensamento intuitivo psíquico. Refere-se à capacidade de escolher a melhor maneira de evitar ou superar uma dificuldade pessoal, sem maiores dados intelectuais a respeito. Também para perceber ambientes sociais ou de trabalho.
  • Pensamento intuitivo espiritual. Corresponde aos estados de “iluminação” ou às “revelações”. São mais uma experiência do que um fato. Os budistas são aqueles que mais se referem a essa forma de intuição, que tem um caráter místico.
Chaves penduradas

Podemos desenvolver a intuição?

Em nossa cultura ocidental, é muito difícil ouvir essa voz da intuição. Somos todos atravessados ​​pelo racionalismo e acaba sendo muito difícil dar crédito ao que não passa pela lógica ou mostra algum tipo de apoio empírico. Nós nos defendemos muito de tudo aquilo que não é claramente razoável. Por isso às vezes é muito difícil para nós seguirmos a intuição.

Da mesma forma, a falta de confiança em nós mesmos faz com que o pensamento intuitivo seja bloqueado. Se duvidarmos muito de nossas experiências subjetivas, cada intuição será imediatamente contaminada por essa dúvida. Em vez de nos levar a uma certeza, ou à intuição propriamente falando, gera confusão e apreensão.

A melhor maneira de desenvolver a intuição, portanto, é nos deixar fluir mais livremente. Uma boa estratégia é tomar nota da primeira coisa que vem à nossa mente, diante de uma certa realidade, antes que isso seja processado pela razão. Devemos deixar sair da maneira como a percebemos, como em um tipo de exercício de escrita automática.

Depois, podemos revisar essas notas e avaliar se essa impressão inicial tinha alguma validade. Se dentro dela havia alguns elementos racionais ​​que, efetivamente, visavam entender ou resolver uma situação corretamente, estamos falando de intuição. Esse simples exercício poderia nos surpreender muito.


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