Tipos de transtorno bipolar

O transtorno bipolar é uma das doenças mentais mais comuns e também uma das mais graves. Existem diversas tipologias que descrevem vários estados que representam um desafio, tanto para a pessoa que os sofre quanto para o seu entorno mais próximo.
Tipos de transtorno bipolar
Valeria Sabater

Escrito e verificado por a psicóloga Valeria Sabater.

Última atualização: 29 julho, 2022

Os diferentes tipos de transtorno bipolar existentes constituem realidades mentais de grande impacto, tanto para quem os sofre quanto para as pessoas do seu entorno. É uma condição psicológica que oscila entre períodos de depressão e fases maníacas. Assim, uma pessoa pode passar da mais intensa euforia e excesso de confiança a um estado de profundo desânimo, angústia e negatividade.

Essas terminologias são comuns na vida cotidiana, com frases como “essa pessoa é um pouco bipolar” ou “hoje não é o meu dia, ando um pouco bipolar”Usamos expressões para definir as mudanças de humor tão comuns em humanos. Porém, apesar da oscilação das emoções ser algo bastante comum, a vida de quem se enquadra na designação clínica é bastante difícil e complexa.

Para começar, não existem duas pessoas com transtorno bipolar que sejam iguais. Cada caso é diferente. Há quem siga seu tratamento de forma eficaz e alcance um dia a dia completamente normal. Outros, por outro lado, derivam em comportamentos de risco, não seguem as orientações médicas e deixam de ter o controle adequado da sua vida social, pessoal e profissional.

Vamos nos aprofundar um pouco mais nos diferentes tipos dessa doença mental.

Mulher com transtorno bipolar

Os 5 tipos de transtorno bipolar

O transtorno bipolar é uma das doenças mentais mais comuns e também uma das mais graves. Sabemos que afeta entre 3 a 5% da população mundial e que, embora seja mais comum na população adulta, também pode surgir na infância. Estamos enfrentando um distúrbio que persiste por anos, que pode remitir por algum tempo, mas retorna logo depois.

Nenhuma pessoa com esse transtorno o experimenta da mesma maneira. Alguns apresentam depressões graves e apenas episódios leves de euforia. Outros sofrem episódios maníacos de maior intensidade e impacto. Alguns ficam presos por meses em um estado e outros alternam esses ciclos com mais frequência.

Algo assim implica que não é apenas decisivo diagnosticar essa doença o mais rápido possível, mas também é importante saber que tipo de transtorno bipolar estamos enfrentando. Nós iremos analisá-los abaixo.

Transtorno ciclotímico

A ciclotimia é a forma mais branda do transtorno bipolar. Geralmente aparece pela primeira vez na adolescência, o que dificulta o seu diagnóstico devido às mudanças de comportamento características dessa idade. No entanto, muitas vezes nos encontramos em situações com as quais a família não consegue mais lidar. Estas seriam as características principais:

  • Instabilidade de humor: a pessoa é afetada conscientemente.
  • Aparecem episódios leves de depressão (melancolia, tristeza, irritabilidade, alterações no sono e na alimentação…)
  • Fases de euforia, hiperatividade ou excitação não muito intensa; aqui, estamos falamos da hipomania.
  • Meses podem se passar para as emoções, o comportamento e o humor se estabilizarem e se equilibrarem. Mais cedo ou mais tarde, surgem a depressão ou comportamento com tendência a riscos, desafios, etc.
  • O ambiente familiar pode perceber que a pessoa tem uma personalidade muito difícil, com explosões de mau humor muito notáveis.

Transtorno bipolar tipo I

Entre os diferentes tipos de transtorno bipolar, esse geralmente é diagnosticado quando o paciente já passou por uma fase maníaca de mais de uma semana, além de surtos psicóticos. Essas são situações especialmente graves em que a hospitalização costuma ser necessária.

  • Não faz muito tempo, essa tipologia era conhecida como psicose maníaco-depressiva. Os mais notáveis ​​são principalmente os episódios de mania, em que podem surgir comportamentos violentos e até atentados contra a própria vida (suicídio).
  • O transtorno bipolar tipo I pode variar de leve a debilitante. Em casos graves, a pessoa tem grandes problemas para levar uma vida autônoma (estudar, trabalhar, ser responsável pela esfera financeira, etc.).

Tipos de transtorno bipolar: o tipo II

A principal característica dessa tipologia é que ela envolve a versão mais branda da mania, ou seja, a hipomania. Em contraste, episódios recorrentes de depressão são mais comuns. Assim, para o seu diagnóstico, aplicam-se as seguintes diretrizes:

  • Ter passado por pelo menos um episódio hipomaníaco e mais de um episódio depressivo. 
  • Aparecimento de problemas relacionados ao sono: insônia ou sono excessivo (hipersonia).
  • Esgotamento intenso.
  • Choro inexplicável.
  • Pensamentos suicidas.
  • Baixa autoestima e falta de motivação.

Transtorno bipolar de ciclagem rápida

Definimos um paciente como ciclagem rápida quando ele tem em média quatro episódios durante um ano. Esses episódios podem ser depressivos, depressivos mistos, maníacos ou hipomaníacos. Portanto, podemos ter pessoas com transtorno do tipo 1 ou transtorno do tipo 2 que também podem apresentar ciclos rápidos.

Sabemos que essa tipologia não é muito comum; apenas 10% apresentam essa característica nos diferentes tipos de transtorno bipolar.

Homem tendo crise de ansiedade

A doença devido a outro transtorno médico ou por abuso de substâncias

Entre os diferentes tipos de transtorno bipolar, este é o mais inespecífico. A razão? Existem pessoas que não apresentam um padrão específico como os indicados acima. No entanto, devido à sua variabilidade no humor, seu histórico médico e o seu comportamento, são incluídas no diagnóstico.

Assim, convém dizer que grande parte destes casos tem duas origens: padecimento de alguma doença (como a esquizofrenia) ou dependência de certas substâncias.

Para concluir, já vimos que os diferentes tipos de transtorno bipolar definem situações particulares, mas igualmente graves. Agora, é importante destacar várias coisas. A primeira é que, com um tratamento eficaz, mudanças drásticas no humor podem ser mantidas sob controle. Algo assim permite que os pacientes tenham uma melhor qualidade de vida.

Da mesma forma, o apoio psicológico pode ensiná-los a desenvolver novas habilidades e também a melhorar seus relacionamentos com amigos e familiares, habilidades no trabalho, etc. Com um aconselhamento médico e psicológico, a autonomia e a satisfação podem ser alcançadas.


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