Como usar a psicologia reversa?

Como usar a psicologia reversa?

Última atualização: 28 agosto, 2015

Você já deve ter usado alguma vez a psicologia reversa, ainda que não tenha se dado conta do poder que ela tem. Basicamente, trata-se de adotar uma determinada postura para que o outro adote a postura contrária.

Os adolescentes são experientes em aplicar a psicologia reversa. Em pleno processo de estabelecimento de sua identidade, se há algo que eles detestam é que alguém mande neles ou que queira condicioná-los. Assim, para evitar esta sensação, eles optam, com frequência, por não fazer o que lhes foi sugerido, ainda que no fundo saibam que seria a melhor opção. 

No entanto, isso não é só coisa de adolescente. Ainda que com menor intensidade e frequência, ficam alguns vestígios desta inclinação em nós também na vida adulta.

psicologia reversa

Como funciona a psicologia reversa?

Imaginemos que um menino de 5 anos se negue a comer verduras. Você faz questão de lhe obrigar a comer até que termine o que está no prato, mas parece que não tem jeito: ele não vai comer as cenouras ou as abobrinhas. Se você continuar insistindo para que ele coma, terminará mal. Você desiste e ele irá feliz brincar.

Por que não aproveitar melhor a psicologia reversa?

A coisa não é tão simples quanto dizer ao menino que não coma. Ele vai sair correndo e nos deixar com os legumes e verduras. Primeiro, temos que fazer um trabalho prévio, temos que dar às verduras uma forma atraente, para que não pareçam um prato insosso e ruim, mas sim o contrário.

Depois, poderemos colocar em curso a psicologia reversa para aumentar ainda mais o atrativo do prato. A verdade é que se algo desperta a nossa curiosidade, isto aumenta ainda mais o desejo pelo proibido. Isso é especialmente verdadeiro na infância, porque os pais com frequência proíbem coisas que, em algum momento, os filhos já experimentaram e acharam divertido.

Como é divertido pular em uma poça d’água; nós proibimos…

psicologia reversa

Com o passar dos anos e das associações que fizemos na infância, somadas ao que foi descrito antes, surge a necessidade de independência. 

Outro motivo para levar a cabo a psicologia reversa pode ter a ver com a segurança que sentimos em uma determinada situação. Se nos sentimos inseguros e alguém nos incita a correr um risco, provavelmente optaremos pelo comportamento mais comum ou menos divergente com o da maioria.

Por outro lado, quando estamos acompanhados de um sentimento de segurança, nos inclinaremos pela opção arriscada com mais determinação se alguém tentar nos incitar a optar pela segura.

Assim, aplicar a psicologia reversa nestes casos não irá determinar para que lado a balança vai inclinar, mas sim fará com que esta se incline definitivamente, ou com mais força, para um lado ou outro, dentro das situações descritas anteriormente.

A psicologia reversa nos adultos

Talvez o exemplo do menino que não queria comer verduras seja algo básico e o entendamos porque “trata-se de uma criança que pode ser manipulada mais facilmente”. No entanto, temos que saber que a psicologia reversa é muito empregada nas empresas.

Por exemplo: uma empresa oferece cursos de formação optativos para seus empregados. No entanto, como eles são após o horário do expediente, ninguém se prontifica a fazê-los. Então, os diretores informam que a partir do próximo mês, serão cortadas à metade das horas dos cursos e que esses recursos se perderão.

Com este movimento estratégico, a empresa não quer, na realidade, tirar os cursos, mas sim fazer com que o trabalhador se dê conta de quanto eles têm valor. Se os mesmos não forem utilizados, se transformarão em outra coisa que nada tem a ver com ela… e ninguém gosta de perder algo que tem valor objetivo, ainda que essa pessoa, até esse momento, não o tenha dado.

Se a empresa consegue fazer com que o trabalhador perceba isto, ele começará a ir aos cursos, ainda que seja simplesmente para que não os encerrem.

Como aplicar a psicologia reversa?

Agora entenda bem, não se trata de andar pela vida “negando coisas” para que o outro as faça como nós queremos. Existem algumas “condições” (para chamar de algum modo) para que o hábito de manipular não se torne um costume:

1- Em quem a aplicar e por quê? Responda a esta pergunta antes de usar a técnica da psicologia reversa. Se é para que seu filho se vista para ir à escola ou deixe de assistir tanta televisão, bem-vinda seja, mas se quer convencer aos seus clientes a comprar um novo produto, pode ser que você tenha que pensar melhor.

2- Quais são os efeitos que se pode conseguir? Se você negar a seu filho a possibilidade de que ele faça a lição de casa e ele escolher fazê-la, perfeito. No entanto, às vezes a jogada não dará certo e ele responderá, com a maior felicidade do mundo “Perfeito, então posso jogar videogame”.

3- Quão livre deseja se sentir essa pessoa? Quanto maior for a necessidade de autoafirmação (necessidade de sentir que ele toma as decisões por sua própria vontade), maior a probabilidade da pessoa seguir um caminho diferente do que lhe indicarmos. Por exemplo, uma pessoa que não gosta de receber ordens será uma boa candidata para que a psicologia reversa funcione com ela.


Este texto é fornecido apenas para fins informativos e não substitui a consulta com um profissional. Em caso de dúvida, consulte o seu especialista.