Você sabe o que é a síndrome de Paris?

Você sabe o que é a síndrome de Paris?
Sergio De Dios González

Revisado e aprovado por o psicólogo Sergio De Dios González.

Escrito por Yamila Papa

Última atualização: 01 fevereiro, 2023

Na verdade, essa síndrome foi identificada por um psiquiatra chamado Hiroaki Ota. Embora seja mais sofrido por pessoas de origem japonesa ou asiática, também pode ocorrer em viajantes de outras partes do mundo, especialmente naqueles cuja cultura é muito diferente da de Paris.

No caso específico dos orientais, o que acontece com eles é um choque profundo que pode até causar traumas ou sintomas físicos, além de colapsos nervosos. Por que isso está acontecendo? Basicamente por causa do “choque” de costumes e as expectativas que são colocadas na viagem.

A Embaixada do Japão na França decidiu oferecer um serviço de atendimento aos turistas que sofrem da Síndrome de Paris. Embora este não seja um número significativo (considerando que mais de um milhão de japoneses visitam a “Cidade Luz”), é verdade que cada vez mais pessoas sofrem com este problema quando caminham no mesmo terreno da Torre Eiffel ou do Arco do Triunfo.

A maioria das pessoas que sofrem da Síndrome de Paris são mulheres com mais de 30 anos de idade. Sua ideia de Paris como um lugar mágico, romântico, ideal para encontrar o amor, etc. vem de filmes e livros, assim como da imaginação popular.

Embora todos os turistas, de qualquer país, possam se surpreender com a verdadeira Paris e a diferença entre o que imaginavam (o que esperavam devido a uma idealização do lugar), os japoneses têm apresentado sintomas mais intensos. O impacto do choque cultural é tal que eles ficam traumatizados e até precisam de assistência médica. Pode parecer extremo, mas é verdade.

A visão idílica de Paris deve-se ao que viram em filmes como “Amélie“, onde se pode ver os românticos Champs-Élysées, o Museu do Louvre, a Catedral de Notre Dame, o Rio Sena, o pitoresco bairro de Montmartre e claro a fabuloso Torre Eiffel. Em Paris há muito mais, como nos mostram no cinema, como moda, cafés tradicionais e belas mulheres… mas também barulho, grosseria, empurrões, barulho, gente daqui para lá, sujeira, poluição…

O caráter dos franceses é típico do Mediterrâneo e totalmente diferente do que acontece no Japão, uma cultura muito calma e cordial. Os parisienses tendem a ser extrovertidos, elevam o tom de voz, falam alto na rua, não têm problemas em discutir em um café, etc. O contrário ocorre nas cidades do Japão, mesmo na superlotada Tóquio. Lá as pessoas são mais educadas, mais prestativas, mais comedidas, menos “emocionais” e mais racionais.

Assim, um turista japonês que chega a Paris se depara com um comportamento que lhe é estranho. Se a isso se somar o fato de imaginar a capital francesa tirada de um conto de fadas, o quadro piora. Para qualquer viajante, chegar a um lugar onde as pessoas gritam, as buzinas são ouvidas, os moradores não são corteses ou prestativos com o visitante (isso não é generalidade, mas acontece), pode ser um grande choque.

Para os japoneses afetados pela Síndrome de Paris, a realidade desta metrópole os domina e o corpo diz “basta”. Da mesma forma, conforme indicado pela Embaixada (que tem uma linha direta 24 horas), esse choque ocorre durante o primeiro dia e não dura mais de 48 horas. Após esta etapa, os visitantes podem facilmente desfrutar de todas as maravilhas que a “Cidade Luz” tem para oferecer.

Algo semelhante pode acontecer com outras cidades importantes e conhecidas. O exemplo que mais se assemelha ao que aconteceu em Paris é Nova Iorque, pois nos filmes vemos a ponte do Brooklyn, o Central Park e as ruas nevadas no Natal, mas quando chegamos, outra realidade nos recebe.


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