O que você sente quando é pressionado?

O que você sente quando é pressionado?

Última atualização: 08 outubro, 2016

Muitas vezes, apenas um olhar nos faz perder a concentração e a nossa capacidade de julgamento. Ficamos confusos se um supervisor, um professor, um chefe ou qualquer pessoa influente nos observa, e é comum sentir-se pressionado nestas situações. Começamos a fazer tudo errado: deixamos cair as coisas, dá “um branco” na nossa mente, começamos a vacilar nas palavras e nas ações.

Em outros momentos, uma pessoa de poder não desencadeia todas essas reações em nós, mas uma mensagem agressiva ou intimidante nos leva a agir dessa forma. Quando alguém formula uma pergunta com violência óbvia ou critica algo que você fez com insistência e um ponto de crueldade, bloqueia a sua capacidade de responder, dando origem a uma grande insegurança ou mesmo a paralisia.

“Eu tinha medo das suas agressões verbais. Eu tinha medo da calmaria antes da tempestade. Eu tinha medo pelos meus próprios ossos. Eu tinha medo da sua sedução. Eu tinha medo da sua coação. Eu tinha medo da sua rejeição. Eu tinha medo da sua intimidação. Eu tinha medo da sua punição. Eu tinha medo de seu silêncio gelado”.
-Alanis Morissette-

Então, quando você pensa sobre o que aconteceu e em como se sentiu pressionado, parece inconcebível que você, um adulto, não tenha sido capaz de reagir de forma consistente. Essa situação incomoda, irrita, causa frustração e as pessoas acabam se culpando pelo que aconteceu. No entanto, se acontecer outra situação semelhante, agirão da mesma forma e isso se transformará em um círculo vicioso.

Você fica atordoado com as pressões internas e externas

Existem dois tipos de pressões: as internas e as externas. As pressões externas correspondem às situações que descrevemos anteriormente: uma pessoa que você julga importante na sua vida influencia as suas palavras e ações de forma direta.

Muitas vezes as pessoas que pretendem exercer uma forte influência sobre você desejam intimidá-lo. Normalmente justificam esse propósito com o pretexto de obter maior qualidade no trabalho, otimizar o tempo, melhorar a formação profissional, etc.

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Para que a pressão externa obtenha sucesso é necessário que haja também uma pressão interna. A primeira é mais óbvia, é o desejo de agradar essa pessoa poderosa.

Frequentemente, isso se expressa como uma aflição para corresponder à expectativa dessa pessoa. Este tipo de pressão interna pode vir acompanhada por outras, tais como a manutenção de uma imagem de pessoa competente ou simplesmente não passar vergonha na frente dos outros, isto é, não ferir o seu ego.

Você fica atordoado por causa da coincidência de todas essas pressões ao mesmo tempo. Isso tudo acontece em segundos e não estamos conscientes do que está em jogo nessas situações. Simplesmente percebemos uma exigência através de um olhar, de uma pergunta, um comentário e não conseguimos reagir.  Agimos como “uma criança repreendida” que não cumpriu as expectativas do outro e não teve condições de reagir para rejeitar esse tipo de condicionamento.

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É possível que nessas situações o seu único desejo seja agradar. Enquanto deixa cair a caneta, agita as mãos e exibe um sorriso nervoso, acaba concordando com o outro e se desculpando pela sua falta de jeito. Ou então fica mudo e, pressionado, começa um processo de autoflagelação interior.

Você se sente pressionado porque carrega uma ferida não cicatrizada

Todas as nossas limitações psicológicas não são “defeitos de fábrica”. Elas são o produto de algo com o qual você se sente inseguro e apontam para um lugar onde existe um medo. Provavelmente são acontecimentos do passado e que ainda não foram resolvidos que o fazem acreditar que você pode falhar.

Uma explicação lógica para esse comportamento diante das pressões é que a sua vida tenha começado em um ambiente onde o desprezo, a humilhação e a desvalorização eram uma nota dominante. Provavelmente a sua família ou a sua escola, a área onde você cresceu estava carregada de críticas e elas recaíram sobre você muitas vezes. Ou talvez você tenha vivido alguma experiência traumática que marcou a sua vida: a perda de um dos pais, doenças, limitações físicas, etc.

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De acordo com essa explicação, você fica atordoado e se bloqueia quando aceita se comportar como uma criança dependente e assustada, como já aconteceu alguma vez na sua vida. Por trás de todo bloqueio psicológico existe dois componentes: medo e culpa.

Existe uma saída? É claro que sim. Na verdade, pode ser uma viagem fascinante, um desafio maravilhoso, onde você pode utilizar a sua própria realidade para crescer como pessoa. Não espere que as circunstâncias o paralisem, aja de forma que você tenha o controle suficiente do seu ambiente e vivencie as situações difíceis pouco a pouco.


Este texto é fornecido apenas para fins informativos e não substitui a consulta com um profissional. Em caso de dúvida, consulte o seu especialista.