Você sente raiva e não sabe o motivo

Você sente raiva e não sabe o motivo

Última atualização: 08 setembro, 2016

É uma espécie de desconforto que se manifesta em seu estado de espírito, mas também em seu corpo. Você se sente cansado e pode sentir um certo peso na cabeça, uma tensão na garganta e um aperto no peito. É a raiva que o está assediando, e às vezes você não sabe exatamente o porquê.

Quando a raiva surge de um estímulo concreto, como um ato ofensivo ou uma situação desagradável, é muito mais fácil saber que caminho tomar e como agir. Você tem a opção de brigar, digerir o que aconteceu e deixá-la passar ou lidar com a situação civilizadamente. Mas quando a raiva não é dirigida especificamente a algo ou alguém, mas permeia de irritação todo o seu mundo emocional, é mais difícil controlar.

“Apegar-se à raiva é como agarrar um carvão quente com a intenção de jogá-lo em alguém; é você quem se queima”.
-Buda-

Em princípio, a raiva é uma emoção positiva na medida em que nos permite resistir a circunstâncias que são frustrantes ou ameaçadoras. É simplesmente uma reação de defesa ou ataque. Mas quando a raiva se torna constante, uma irritabilidade permanente e faz você explodir por coisas insignificantes, é preciso verificar o que está acontecendo.

A raiva que persiste e se alimenta de si mesma

Todos nós conhecemos pessoas que parecem estar constantemente irritadas. Elas estão sempre tensas e preocupadas todos os dias, não importando se os fatos ao seu redor são positivos ou negativos; são imunes ao que acontece no seu ambiente, porque de qualquer forma estão irritadas. Dizem que elas são como uma faísca que desencadeia um incêndio de grandes proporções ao menor estímulo desagradável.

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O que acontece com essas pessoas que sentem raiva e não sabem especificar o porquê? Geralmente são pessoas equivocadas: acreditam que desencadear um conflito é uma forma eficaz de atingir os seus objetivos. Como não conseguem tolerar e compreender as pessoas que pensam ou agem de forma diferente da sua, ficam irritadas e reclamam dos outros por não agirem da forma que elas acreditam que é correta.

Para os “irritados crônicos” só existe uma forma viver, sentir e agir: aquela que eles acreditam que é correta. Reagem com raiva quando alguém age de uma forma diferente. Não suportam o caos do mundo, porque provavelmente experimentam o caos interior e só conseguem manter o controle sendo “psicorrígidos”.

Essas pessoas têm dificuldade para expressar as suas emoções, reprimem os seus sentimentos e só conseguem se expressar através de uma explosão de raiva. Essa explosão lhes dá o impulso necessário para dizer o que haviam guardado. Por esta razão, utilizam palavras duras e ofensivas que representam uma visão exagerada e extrema da situação.

Um monstro que devora o seu criador

Existem momentos em que a irritação é positiva, coloca limites e evita males maiores. Uma verdade dita na hora certa e sem anestesia coloca os “pingos nos is” e acaba com situações prejudiciais.

O ideal seria que tivéssemos o controle necessário para dizer tudo com precisão e contenção. Mas nem sempre é assim: o nosso cérebro instintivo e emocional é muito mais antigo do que o racional, e muitas vezes não conseguimos evitar que ele assuma o controle. Na verdade é muito bom que as pessoas que nos rodeiam percebam que nós também temos “personalidade forte”.

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Mas no caso da irritabilidade constante, em vez de promover uma situação saudável, o que ela pode desencadear é uma dinâmica que acaba com o bem-estar do próprio “irritado”. Ele quer ordem, “correção” ou como você queira chamar. Mas, o que ele consegue com os seus gritos e suas reivindicações é o oposto: mais desordem, mais erros e menos soluções.

Essas pessoas acabam permeando todas as suas relações com tensão e conflito. Mais cedo ou mais tarde, acabam recebendo o que semeiam. Por isso, é muito provável que o “irritado” se torne uma vítima de si próprio. Os o utros se tornam mais exigentes e intolerantes com relação a ele e reagem de forma negativa a sua presença. A lguém irritado é sempre criticado e as pessoas se afastam porque não o suportam.

Muitas vezes essa irritabilidade constante está acompanhada da depressão e ansiedade. Depressão pela frustração de se sentir impotente por que é impossível fazer tudo funcionar como ele deseja, e a nsiedade pela mesma razão e pelos conflitos em que a pessoa está envolvida.

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No final do dia, tais atitudes são apenas uma maneira de desperdiçar o melhor da vida. É claro que se você sentir raiva constantemente acaba não percebendo o porquê e isso se bloqueia; você precisa mais do que um novo objetivo de vida. O que você realmente precisa é de uma ajuda profissional.


Este texto é fornecido apenas para fins informativos e não substitui a consulta com um profissional. Em caso de dúvida, consulte o seu especialista.