7 conselhos budistas para aprender a lidar com a raiva

Sentir raiva em algumas ocasiões é inevitável para o ser humano. O budismo nos ensina que lidar com a raiva é possível, desde que estejamos conscientes do que ela é e do que ela representa.
7 conselhos budistas para aprender a lidar com a raiva
Gema Sánchez Cuevas

Escrito e verificado por a psicóloga Gema Sánchez Cuevas.

Última atualização: 07 abril, 2019

Os budistas pensam que para aprender a lidar com a raiva é necessário treinamento. Para isso, existem certas atitudes e virtudes a serem desenvolvidas. Assim, a ira não irá causar sérias consequências, nem se tornará uma força autodestrutiva.

Sentir raiva é algo completamente normal. O problema é que, se não soubermos como conduzi-la, podemos ferir os outros e a nós mesmos. Não devemos nos esquecer de que, às vezes, ficar com raiva por alguns minutos muda toda uma vida.

“A mente é tudo. O que você pensa se cria”.
-Buda-

O budismo insiste na meditação como um meio de obter um maior autocontrole e consciência. Da mesma forma, existem algumas chaves que, juntamente com a meditação, contribuem para aprender a lidar com a raiva. Estas são sete delas.

1. Aceitar, um eixo fundamental para aprender a lidar com a raiva

O budismo aponta que a melhor maneira de começar a lidar com a raiva é aceitar o que sentimos. Parece óbvio, mas muitas pessoas atribuem um nome diferente à raiva. Tentam suavizá-la ou mascará-la porque lhes parece deplorável senti-la.

Nenhuma emoção é, por si só, negativa ou positiva. O negativo ou positivo depende de como administramos o que acontece conosco e o que sentimos. Os seres humanos estão sujeitos a experimentar todos os tipos de sentimentos; o importante é reconhecê-los e aceitá-los.

Mulher pensativa

2. Ser um herói

Se diante da raiva a única coisa que fazemos é explodir e liberar nossos impulsos, isso significa que somos fracos demais para lidar com a raiva. Isso só é alcançado por espíritos fortes, heróis. Eles sabem que quem deixa a raiva sair do controle tende a gerar novos males.

O heroísmo está em não reagir e praticar a paciência. Trata-se de não se deixar levar, de esperar, para não se tornar prisioneiro dos nossos impulsos. Temos que nos dar algum tempo para responder à situação de forma inteligente.

3. Realismo

A raiva é uma emoção que nos coloca em risco e que ameaça nossa saúde física e mental. Não é uma aliada, mas pelo contrário: é uma inimiga. No entanto, muitas vezes aparece uma fantasia segundo a qual deixar a raiva sair sem controle é uma maneira de nos reafirmarmos.

Não podemos nos deixar levar por essa miragem. Da mesma forma, é possível que a mesma raiva nos leve a supervalorizar a situação. É por isso que é importante recorrer ao realismo. A situação, ou a pessoa, realmente está nos causando um dano tão sério? Tentar prejudicá-la ou ser destrutivo realmente nos leva a uma solução?

4. Observação

A auto-observação é uma maneira muito útil de lidar com a raiva. Antes de reagir, é bom parar por um momento para explorar o que acontece em nosso corpo. Quais músculos estão tensos? Como sentimos nossas vísceras? Como está a nossa respiração?

Da mesma forma, é importante explorar as ideias que passam pela nossa mente. Em vez de pensar no outro ou na situação que gera desconforto, vamos focalizar nossa atenção em nós mesmos. Este exercício de observação tem um grande potencial para reduzir essa emoção.

Mulher de olhos fechados meditando

5. Aprendendo com o inimigo

O budismo aconselha cuidar, proteger e preservar o inimigo. A princípio, pode parecer contraditório, mas é realmente uma maneira inteligente e compassiva de lidar com a raiva. A questão é: o que posso aprender com aquela pessoa, objeto ou situação que me causa raiva?

É importante que estejamos dispostos a ceder. Pensar que não somos possuidores da verdade, nem os outros têm que estar de acordo conosco. Vamos tentar encontrar a validade do que nos opõe. Certamente, há alguma verdade nesse outro.

6. Lembrar da morte para aprender a lidar com a raiva

É muito comum encontrar pessoas que tiveram experiências próximas da morte que mudaram sua perspectiva. Isso acontece porque esses tipos de situações mostram grosseiramente que tudo acaba, inclusive a nossa vida. Por esse motivo, não é bom desperdiçá-la com bobagens.

Então, uma boa ideia seria nos perguntarmos quão importante essa pessoa ou situação seria se este fosse o último dia de nossa vida. Valeria a pena dedicar as nossas horas restantes a essa situação, sentimento ou pessoa?

7. Semear

De acordo com os budistas e com o senso comum, geralmente colhemos o que plantamos. Portanto, somos responsáveis ​​pelo nosso sofrimento. Se semearmos a destruição, colheremos o mesmo. Se iniciarmos um ciclo de violência, mais cedo ou mais tarde seremos vítimas dela.

Portanto, devemos cuidar da nossa maneira de reagir, pensar sobre o nosso bem-estar e nos conscientizar das implicações que isso pode nos trazer. Sob um estado de raiva, isso é impossível. Então, o apropriado é nos dar uma margem para refletir.

Todas essas chaves do budismo para lidar com a raiva buscam, acima de tudo, lembrar-nos de que agir impulsivamente quase sempre traz consequências negativas. É a nossa mente que deve direcionar as nossas ações, e não as ações que devem condicionar a mente.


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  • Hanh, T. N. (2002). La ira: el dominio del fuego interior. Oniro.

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