7 frases da Mafalda que abrem os nossos olhos

7 frases da Mafalda que abrem os nossos olhos
Sergio De Dios González

Revisado e aprovado por o psicólogo Sergio De Dios González.

Última atualização: 05 janeiro, 2023

A Mafalda é uma criação de Joaquín Salvador Lavado (também conhecido como Quino), representando uma jovem preocupada com a humanidade. As tirinhas da Mafalda, primorosamente desenhadas pelo seu criador, oferecem mais ensinamentos do que podemos imaginar; às vezes camuflados pelo humor, outras pela inocência da garotinha. Hoje mostraremos algumas frases muito especiais da Mafalda.

No entanto, não podemos começar sem antes recordar que a Mafalda se tornou tão importante e popular que existem duas séries de desenhos animados dedicados a ela, e até um livro que inclui todas as tirinhas do Quino. Você é um dos sortudos que tem essa maravilha na sua biblioteca?

Uma vida moderna

“Será que esta vida moderna tem mais de moderno do que de vida?”

Esta é uma das primeiras frases da Mafalda para abrir os nosso olhos, que faz referência a algo presente na sociedade. À medida em que avançamos como sociedade é fato que nos modernizamos, mas nós temos consciência do que estamos perdendo nesse processo? Vale a pena o que perdemos em relação ao que ganhamos?

Devido às tecnologias que facilitam a nossa vida e à preocupação com a moda e com o corpo, acabamos por experimentar uma vida na qual os objetos de consumo são atualizados rápido demais, o que motiva muitas pessoas a focar seus esforços em adquiri-los. De certa forma, podemos dizer que o mundo moderno está repleto de necessidades artificiais, o que nos mesmos um pouco artificiais também.

Imagem representando as frases da Mafalda.

É verdade que nos modernizamos, mas, e a vida? O fato de ter uma vitrine tão cheia de ofertas também fez com que muitos de nós percamos de vista o essencial. Deixamos de valorizar o básico para aspirar ao que nos permite nos destacar ou estar na moda. Esta é a vida moderna.

Trabalhar para viver, viver para trabalhar

“Tudo bem trabalhar para viver, mas por que essa vida que se ganha trabalhando tem que ser desperdiçada trabalhando para ganhar a vida?”

Este é um dos dilemas eternos: trabalhamos para viver ou vivemos para trabalhar? O dinheiro é necessário na nossa sociedade. Comprar e vender. No entanto, qual é o preço que pagamos para ganhar esse dinheiro? Existem muitas pessoas que vivem apenas pensando na folha de pagamento, estando dispostas a trabalhar pelo tempo que for preciso para ver a própria renda aumentar, por mais que isso não seja realmente necessário.

Uma energia e tempo irrecuperáveis, que podem ser perdidos ou investidos em coisas que às vezes não compensam. Ganhar a vida trabalhando e depois desperdiçá-la trabalhando mais é absurdo. Esse é um paradoxo no qual muitas vezes nos sentimos escravos, que atua silenciosamente e não é identificado, sendo percebidos apenas os seus efeitos perversos.

Deixar os nossos instintos aflorarem

“De vez em quando você precisa levar o seu instinto para um passeio”

Nós sabemos o que é instinto? Esta terceira frase da Mafalda se refere a “um sentido” que esquecemos, porque o relegamos tanto à razão que quando o sentimos é fácil que fiquemos constrangidos por utilizar a informação que ele nos oferece.

No entanto, racionalizar nem sempre é o caminho certo. às vezes tomamos uma decisão com base no raciocínio enquanto os nossos instintos gritam que essa não é uma boa ideia. Qual dos dois deve prevalecer? Precisamos comparar as duas opções.

Imagine que às vezes o instinto funciona como um alarme ou sinal de alerta, e ouvi-lo pode nos salvar de uma situação que nos prejudicaria. Você se deixa levar pelo instinto ou é mais racional?

Mafalda gritando.

Um mundo cheio de gente

“E não é que neste mundo há cada vez mais gente e menos pessoas?”

Nessa outra frase da Mafalda é feita uma pergunta sobre a existência de mais gente ou pessoas no mundo. Na realidade, o que a Mafalda pretende dizer é que existe cada vez menos solidariedade, carinho e compreensão; cada vez a frieza é maior e a nossa tendência a imitar robôs é mais pronunciada.

Engolimos o que sentimos, tornando difícil que os outros tenham empatia conosco, e dificultando que nós sejamos empáticos com o próximo. O tempo que passamos olhando para uma tela aumentou consideravelmente, já o tempo que passamos olhando para outras pessoas, por outro lado, diminuiu muito. Mafalda nos dá um alerta sobre esse assunto. Que tal recuperarmos nossa humanidade, algo que a grande maioria esqueceu?

Pessoas que te impedem de evoluir

“Sua vida irá para frente quando você se distanciar das pessoas que te levam para trás”.

Esta é mais uma frase da Mafalda que nos incita a refletir sobre as pessoas com quem nos relacionamos e que, sem sermos conscientes, introduzimos na nossa vida atribuindo diferentes rótulos: “amigo”, “companheiro”, “patrão”, etc.

Existem muitas pessoas com quem temos relações tóxicas, por qualquer motivo. Pessoas que não nos deixam avançar, que são um peso e perto das quais nos sentimos limitados e sem liberdade. É importante aprendermos a cortar certas relações, e assimilarmos que elas mudam. De vez em quando você precisa podá-las, (assim como faz com as plantas), para que elas se regenerem e novas ramificações apareçam.

Preocupação com o aniversário

“Qual a importância dos aniversários? O que importa mesmo é perceber que no fim das contas a melhor idade da vida é estar vivo”.

Como dizia Mafalda na primeira frase, nesta sociedade moderna há algo que nos confronta com uma espécie de precipício insondável: fazer aniversário nos aproxima do momento em que o nosso coração deixará de bater. A morte ainda é um tabu, menos quando ela inevitavelmente se faz presente; uma pessoa amada falece e temos que enfrentar as nossas próprias emoções. Isso também acontece quando sentimos que o nosso próprio fim está se aproximando, e temos que escrever as nossas últimas linhas.

Assim, de certa forma vivemos dando as costas à nossa finitude, fazendo planos como se fôssemos imortais. Colocamos a morte de lado em vez de olhá-la nos olhos. Além disso temos essa atitude sem perceber que, com isso o que estamos fazendo de fato é dar as costas à vida, que é o lado oposto da morte.

O tempo nos escapa porque ignoramos a ideia de que o amanhã, para fazer o que queremos fazer agora, é apenas uma possibilidade.

Mafalda em um banco.

Você tem coragem de sorrir?

“Comece o dia com um sorriso e você verá como é divertido sair por aí destoando com os outros”.

Esta última frase da Mafalda nos permite ter consciência do quão pessimistas e negativos nós somos. Quantas pessoas simpáticas ou sorridentes você encontra na rua, no trabalho ou em uma reunião de família? Algumas pessoas reclamam de tudo, outras acreditam que são vítimas, muitas outras têm uma expressão que denota uma grande amargura.

Que tal imitarmos a Mafalda e destoar com o nosso sorriso? Esqueçamos por um momento de tentar fingir para sermos aceitos. Um sorriso pode alegrar até quem não está tendo um bom dia. Precisamos sorrir sempre que pudermos, porque já temos a oportunidade de não fazê-lo quando estivermos tristes ou precisarmos chorar.

Estas frases da Mafalda não só nos permitem abrir os olhos, mas também são um convite à reflexão. Às vezes não percebemos mas vivemos no piloto automático, o que nos impede de perceber as coisas óbvias. Graças a estas frases da Mafalda talvez possamos acordar um pouco desse transe.


Este texto é fornecido apenas para fins informativos e não substitui a consulta com um profissional. Em caso de dúvida, consulte o seu especialista.