Os 7 pecados sociais de acordo com Gandhi

Os 7 pecados sociais de acordo com Gandhi
Sergio De Dios González

Escrito e verificado por o psicólogo Sergio De Dios González.

Última atualização: 28 abril, 2018

Os 7 pecados sociais definidos por Gandhi são uma maravilhosa compilação daqueles comportamentos que causam graves danos a uma sociedade. Este líder espiritual e político foi um autêntico convencido de que a moral era uma força superior. Por isso, indicou quais eram os fatores que minavam a moral socialmente.

As forças morais são um conjunto de valores. Estes compreendem as virtudes religiosas, cívicas, familiares, etc. Tudo isso integralmente forma a ética. E é essa ética o principal motor da cultura. Gandhi foi um exemplo disso.

“A força não vem da capacidade física. Vem de uma vontade indomável”.
 Gandhi –

Os pecados sociais, por outro lado, se referem a comportamentos que se contrapõem à ética. Configuram uma situação que enfraquece a sociedade. Quando os valores não são fortes, a resposta é muito fraca nos momentos de crise ou de dificuldade. Os seguintes são aqueles pecados sociais sobre os quais Gandhi nos advertiu.

1. Política sem princípios, um dos pecados sociais 

Quando falamos de política, imediatamente imaginamos somente os políticos. Tornou-se comum criticá-los e tachá-los de corruptos. Também usamos essa ideia como pretexto para, aparentemente, não participarmos da política.

Grupo de pessoas com a mesma opinião

No entanto, nos esquecemos de que também fazemos parte desse regime que questionamos. Ele se sustenta graças a nós, seja pela ação ou pela omissão. Todos estamos envolvidos na política, como participantes ativos ou passivos. A pergunta é se nossa participação contribui para construir valores na política ou não.

2. Negócios sem moral

A ambição é outro dos fatores que às vezes leva aos pecados sociais. Quando alguém pensa apenas no bem-estar próprio, costuma aparecer a ideia de que esse bem justifica qualquer ação. O sucesso pessoal se converteu em um pretexto para cometer as mais sórdidas ações.

Pessoas que podem se considerar “do bem” acabam acreditando que “têm que ser práticas”. Chamam de idealista ou sonhador quem envolve morais no tema. Este tipo de comportamento só leva a limites cada vez mais imprecisos, e acaba imperando uma espécie de “lei da selva”.

3. Bem-estar sem trabalho

O trabalho não é só um meio de obter renda. Trabalhar e ganhar o sustento também é um fator que nos torna dignos. Por outro lado, viver do trabalho dos outros deteriora nosso ser e nos converte em parasitas sociais.

Pessoas entre engrenagens

O bem-estar deve ser fruto do esforço. Na verdade, ele é. É comum que quem vive sem ser útil raramente se sinta bem. O normal é o contrário: a pessoa se torna insaciável, nada termina por satisfazê-la, nada tem sentido.

4. Educação sem caráter

A educação é um processo integral. Quando não é entendida desta forma, dá lugar a um dos pecados sociais. Educar alguém não é instruí-lo ou adestrá-lo. Tampouco entulhá-lo de conhecimentos ou torná-lo perito em algo, como se fosse uma máquina.

Quem está encarregado da formação de alguém devem ser consciente de que tem que ser firme frente aos princípios que impõe. A inconsistência é uma péssima mensagem para alguém em formação. 

5. Ciência sem humanidade

Mesmo que no início a ciência sirva à humanidade, também aparecem muitos casos onde isso não acontece. Por exemplo, quando se promovem informações inexatas ou falsas, amparando-se em pesquisas fraudulentas ou quando se realizam experimentos e pesquisas nas quais são conduzidas condutas pouco éticas com pessoas e animais.

6. Gozo sem responsabilidade

A busca do prazer é absolutamente legítima. Cada ser humano tem o direito de buscar aquilo que proporcione prazer aos seus sentidos e a seu espírito. O ruim é que quando caímos em excessos, esse mesmo prazer termina nos fazendo mal.

Gandhi tinha uma visão estoica a respeito. Encontrava na moderação uma das grandes virtudes. Ser responsável frente ao gozo significa manter um equilíbrio diante do que nos produz prazer. Não deixar que se converta em um excesso vicioso, que termine estragando outros valores.

7. Religião sem sacrifício

Mesmo que Gandhi fale exclusivamente da religião, neste caso o princípio pode ser aplicado a qualquer tipo de crença espiritual, religiosa ou não. Quando se adota uma crença, esta exige que o que exista na mente e no coração se traduza em atos.

Desenho do rosto de Gandhi

Um dos pecados sociais é a religião sem sacrifício, porque as convicções sem atos perdem muito o seu valor. Quando se acredita realmente em algo, deve-se estar disposto a renunciar a muitas coisas por ele.

Estes são, então, os 7 pecados sociais definidos por Gandhi. O mais importante é que sua vida foi um exemplo de luta contra este tipo de comportamento. E mais relevante ainda é que tenha conseguido tudo o que conseguiu aplicando seus princípios e amparado por sua força moral.


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