A consolação, um bálsamo para a alma

A consolação, um bálsamo para a alma
Gema Sánchez Cuevas

Escrito e verificado por a psicóloga Gema Sánchez Cuevas.

Última atualização: 24 fevereiro, 2022

Há momentos em que você se sente triste ou aflito. Você sente a necessidade de se refugiar em alguém. Em seguida, vem um abraço ou um simples aperto de mão que parece ter o poder de aliviar sua dor emocional. A consolação é um ato que alivia a dor do destinatário e dá uma dose de bem-estar que entrega.

Quando vemos alguém chorar, parece que um impulso de oferecer nossa ajuda a essa pessoa é ativado automaticamente, mesmo que nem saibamos quem é. Lágrimas no outro despertam em nós um estranho instinto protetor quando percebemos a necessidade em outra pessoa.

Essa necessidade de ajudar uns aos outros se deve à nossa condição de seres sociais. Precisamos uns dos outros para sobreviver. Por isso, quando a vida nos castiga para amortecer seu golpe, buscamos no outro o bálsamo que calme nossa dor.

Aprender a confortar

Mulher confortando outra com um abraço

Embora pareça simples, saber confortar é importante. Não é que exista uma fórmula mágica de consolação, mas há uma série de orientações a ter em conta na hora de oferecer a nossa ajuda ao outro.

Há pessoas que acham desconfortável enfrentar o sofrimento do outro porque não sabem como agir ou se comportar. Outras vezes, na ânsia de ajudar quem sofre, recorremos a frases ou gestos que, longe de melhorar, pioram a situação.

O mais importante é saber ouvir o outro sem julgá-lo. Faça-os ver e sentir que nos importamos com essa pessoa e que queremos o melhor para ela.

“O maior espetáculo é um homem corajoso lutando contra a adversidade, mas há outro ainda maior: ver outro homem correndo em seu socorro.”

-Oliver Goldsmith-

Especialistas recomendam descartar frases como “não fique triste” ou “não chore” para esses momentos. O choro às vezes é necessário e tem um efeito benéfico, pois permite que a dor flua.

Empatia e proximidade

A empatia é outro recurso que nos ajudará a proporcionar conforto. É muito positivo se colocar no lugar do outro e pensar no que podemos ajudar sem que essa ajuda seja solicitada.

Isso evitará que façamos muitas perguntas e o sobrecarreguemos, o que não é muito prático ao tentar confortar outra pessoa. É uma forma de transmitir a ela que ela não está sozinha neste momento difícil.

“Veja com os olhos do outro, ouça com os olhos do outro e sinta com o coração do outro.”

Alfred Adler

O contato físico também é muito positivo quando se trata de aliviar a dor do outro. Acariciar, abraçar ou dar as mãos à outra pessoa enquanto nos escutamos, reforça a sensação de proximidade e segurança.

O consolo próprio

A consolação
Infelizmente, nem sempre encontramos um ombro para nos refugiar e onde aliviar nossas dores. Às vezes, temos que enfrentar os altos e baixos da vida sozinhos, ou seja, buscar nosso próprio conforto.

Nestas circunstâncias é que temos de mergulhar dentro de nós e encontrar dentro de nós os recursos necessários para ultrapassar esta situação.

Chorar é permitido, mas devemos buscar distração e refúgio naquelas atividades que nos dão prazer e nos fazem esquecer nossa aflição. Caminhar, ler, pintar, desfrutar do nosso animal de estimação ou praticar esporte são algumas opções que podemos usar como terapia para que a nossa dor nos deixe.

“Chorar às vezes é a maneira de expressar coisas que não podem ser colocadas em palavras.”

Concepción Arenal-

O conforto, seja para os outros ou para si mesmo, é um ato de generosidade. Aliviar uma dor, começa por não deixar o outro sozinho. Trata-se de acompanhar e compreender. De dar e compartilhar. Esta é a arte de consolar.


Este texto é fornecido apenas para fins informativos e não substitui a consulta com um profissional. Em caso de dúvida, consulte o seu especialista.