A escala de Conners como um teste para avaliar o TDAH

A escala de Conners como um teste para avaliar o TDAH
Elena Sanz

Escrito e verificado por a psicóloga Elena Sanz.

Última atualização: 05 junho, 2023

O transtorno de déficit de atenção e hiperatividade (TDAH) é uma das condições mais comentadas nos últimos tempos. Isso permite que pais e professores estejam atentos ao detectar casos em pequenos, mas ao assumir um diagnóstico é necessário recorrer a instrumentos padronizados úteis e confiáveis, como a escala de Conners.

Este recurso permite determinar a presença ou ausência de determinados comportamentos e manifestações do TDAH. Assim, com base na frequência de aparecimento e na relevância desses sintomas, conclui-se se existe ou não esse distúrbio do neurodesenvolvimento. Na verdade, tais medidas são os instrumentos mais utilizados na avaliação do TDAH (Amador et al., 2002).

O que  é a escala de Conners?

Essas escalas são uma série de avaliações psicométricas projetadas para detectar a possível presença de TDAH. Elas foram criadas por C. Keith Conners, Ph.D. em psicologia, em 1969. E, embora inicialmente seu objetivo fosse mensurar o impacto do tratamento farmacológico em crianças hiperativas, logo passaram a ser utilizados na avaliação prévia ao tratamento.

A base desta ferramenta é a hetero-observação. Ou seja, recolhe a informação fornecida pelos pais e professores, que são as figuras que mais tempo passam com a criança e que melhor conhecem o seu comportamento típico. Se listam uma série de afirmações que descrevem os principais sintomas do TDAH e esses adultos respondem com que frequência eles estão presentes na criança.

Assim, encontramos duas versões principais das escalas de Conners: a escala para pais e a escala para professores. Além disso, cada uma delas é apresentada em dois formatos (original e abreviado), totalizando 4 instrumentos. No entanto, existe também uma escala de autorrelato para crianças mais velhas e adolescentes.

Como são aplicadas?

Como dissemos, são os pais e professores que coletam a frequência com que ocorre cada comportamento ou sintoma da lista. Para isso, utiliza-se uma escala do tipo Likert que vai de “nada” ou “não é verdade” (0 pontos) a “muito” ou “é sempre verdade” (3 pontos).

O número de itens a preencher depende da versão utilizada, uma vez que a escala original para pais tem 93 itens (48 na versão abreviada) e a escala para professores inclui 39 itens (28 na versão abreviada).

De acordo com o site da Pearson Clinical, esta ferramenta de avaliação realiza uma análise em diferentes aspectos, como os seguintes:

  • Ansiedade.
  • Impulsividade.
  • Hiperatividade
  • função executiva.
  • Indulgência emocional.
  • Problemas de comportamento
  • Problemas de aprendizagem.
  • Relações com os colegas.

Pode ser aplicado a crianças entre os 6 e os 18 anos e é feito num tempo relativamente curto (entre 5 e 20 minutos dependendo da versão utilizada).

Além disso, um manual compartilhado pelo Departamento de Educação Especial de Veracruz explica que, ao corrigi-lo e obter as pontuações, tanto a idade da criança quanto seu sexo são levados em consideração, a fim de fornecer uma interpretação confiável. Somando os escores de todos os itens, obtém-se uma medida que é comparada com a população de referência correspondente.

Utilidade das escalas de Conners para avaliar o TDAH

Este instrumento permite avaliar a presença de sintomas de hiperatividade, impulsividade e desatenção, bem como a presença de outros problemas e dificuldades comportamentais ou sociais. Além disso, auxilia o profissional a obter um entendimento completo dos comportamentos e hábitos da criança e suas áreas de dificuldade.

Não é apenas uma boa ferramenta de triagem que avalia a presença de TDAH e aproxima o diagnóstico; também facilita o desenvolvimento de planos de tratamento ou intervenção e permite o monitoramento de progressos ou mudanças (Fundação CADAH, 2013). Por exemplo, ajuda a determinar se é necessário incluir a criança em programas educacionais especiais ou se é necessário modificar a medicação ou a intervenção psicoterapêutica.

Ora, apesar de apresentar fiabilidade e validade, para além de ser um instrumento de avaliação muito útil, por si só não é suficiente para estabelecer um diagnóstico (Ocampo, 2016).

Na realidade, as pontuações padronizadas que ele fornece indicam quão atípicos são os comportamentos da criança com base na população de referência; mas o diagnóstico só virá depois de avaliar se os critérios estabelecidos pelo DSM-V ou outro manual de diagnóstico são atendidos.

Recomendações finais

Em suma, se houver suspeita de que uma criança pode ter transtorno de déficit de atenção e hiperatividade, esta é uma das primeiras ferramentas a usar. No entanto, deve-se saber que ele tem limitações. Por exemplo, certos tipos de TDAH concorrem com um mascaramento dos sintomas que dificulta sua detecção (Walters, 2018).

Além disso, é sempre importante revisar a história pessoal de cada paciente e realizar uma entrevista clínica para completar as informações, a fim de evitar erros. Apesar disso, as escalas de Conners são uma alternativa útil e confiável que facilita o diagnóstico, tratamento e supervisão do TDAH.


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