A origem da psicologia: história, autores e modelos

A origem da psicologia remonta a séculos atrás. Para conhecê-la, faremos uma breve viagem pela história desta disciplina e conheceremos os fatos e autores que marcaram a sua evolução.
A origem da psicologia: história, autores e modelos

Última atualização: 08 novembro, 2023

A psicologia é considerada, nos dias de hoje, uma ciência consolidada, embora continue evoluindo e se nutrindo de uma grande quantidade de disciplinas. Graças à psicologia, entendemos muitos conceitos, podemos ajudar as pessoas, nos aprofundamos no nosso próprio conhecimento… no entanto, qual é a origem da psicologia?

E a origem da psicoterapia? Onde “tudo” começou? Como veremos a seguir, estes dois conceitos estão estreitamente ligados. Neste artigo, reunimos os fatos mais históricos da psicologia que nos permitirão entender a sua origem, sua evolução e o estado atual da mesma. Se você é curioso, não pode perder!

A origem da psicologia

A história da origem da psicologia é muito extensa, cheia de contribuições, autores e acontecimentos interessantes. Por isso, aqui nos centramos nos fatos mais importantes, pilares que permitiram que esta disciplina surgisse, assim como a psicoterapia.

Origem da psicoterapia moderna

Para falar da origem da psicologia, devemos viajar vários séculos no tempo, antes do surgimento da psicoterapia. Entre os séculos V-IV a.C. surgiram as primeiras sociedades tribais na Grécia e no mundo antigo. Nessa época predominavam as metáforas sobrenaturais e as explicações mágicas para tudo que fosse relacionado à psique humana.

A doença era entendida como uma possessão da alma, e para “curar” a pessoa, em muitos casos se recorria ao exorcismo (quando falamos de doenças, nos referimos também às doenças mentais). Esta, embora seu enfoque não fosse acertado, foi a origem da psicoterapia moderna; aqui já surge uma preocupação com aqueles comportamentos e pensamentos que “saíam do normal”. Encontramos também os primeiros filósofos: Pitágoras, Platão, Aristóteles…

Estátua de Aristóteles

Hipócrates e Galeno

Mais adiante, no século IV a.C., surge a figura de Hipócrates, e no século II d.C. surgiu Galeno. Hipócrates sugeriu que as doenças eram o produto de estados internos do organismo. Ele propôs a sua teoria dos 4 humores e estabeleceu a seguinte relação com os temperamentos:

  • Sangue: temperamento sanguíneo.
  • Fleuma: temperamento fleumático.
  • Bile amarela: temperamento colérico.
  • Bile negra: temperamento melancólico.

Segundo Hipócrates, a saúde era um equilíbrio dos 4 humores (crase), e a doença um desequilíbrio dos mesmos (discrase).

Galeno, por outro lado, sintetizou a medicina antiga e fez uma distinção entre as coisas naturais (humores), as coisas preternaturais (doenças) e as coisas não naturais (ambiente). A cura consistia em alterar as coisas naturais por meio das não naturais.

Idade média, Renascimento e Idade Moderna

Na Idade Média, o pensamento religioso ocidental, com um grande poder, defendia a ideia de que “a doença mental era fruto do diabo”. Santo Agostinho propôs exercícios espirituais para conseguir uma mudança pessoal “através da confissão”.

Mais adiante, o Renascimento separou a doença mental do conceito de possessão, embora os maus-tratos e a perseguição de pessoas com transtornos mentais (existentes há décadas) tenham continuado.

Na Idade Moderna, surgiu Gassner, que diferenciou as doenças preternaturais (que são curadas por sacerdotes) das naturais (curadas por médicos).

O surgimento da psicoterapia

Vamos chegando à origem da psicologia que, como não poderia ser diferente, caminha de mãos dadas com a origem da psicoterapia. Entre os séculos XIX e XX surgiu a corrente do magnetismo animal e, posteriormente, a hipnose. De maneira específica, foi F. Cobbe que, no último quarto do século XIX, utilizou o termo “psicoterapêutico” em um de seus artigos.

Van Helmont fundou o chamado magnetismo animal ou mesmerismo, e Mesmer, o magnetismo. Estas doutrinas integram a eletricidade, o magnetismo e a astronomia como eixos-chave; especificamente, através destas doutrinas, busca-se o equilíbrio da pessoa através da restauração do equilíbrio dos fluidos, alterados por determinadas doenças (incluídas as mentais). Tudo isso é realizado através de ímãs, no início, e do próprio fluido corporal da pessoa mais adiante.

“Conheça todas as teorias. Domine todas as técnicas, mas ao tocar uma alma humana, seja apenas outra alma humana”.
-Carl G. Jung-

Escolas de hipnose

Mais à frente, surgiu a hipnose como o vínculo de união entre a cura pré-psicológica e a psicanálise. Havia duas escolas: a Escola de Nancy (com figuras como Lièbault e Bernheim) e a Escola de Salpetriere (Charcot e Janet). O procedimento terapêutico mais utilizado passou a ser, no século XIX, a hipnose (especificamente a sugestão hipnótica).

Posteriormente temos Binet (1889) com seus trabalhos sobre a hipnose e a histeria, W. James (1890), que estabeleceu os princípios da psicologia, e J. Benedikt (1892), que passou a tratar os pacientes em um estado consciente.

Do método catártico à psicanálise

Como métodos também utilizados na época que nos permitem entender a origem da psicologia, encontramos o método catártico e a psicanálise (ainda vigente na atualidade).

Foi Breuer que criou o método catártico, como uma forma de ajuda para reviver e descarregar as emoções patogênicas vinculadas a lembranças traumáticas com a hipnose. Trata-se do antecedente de Freud. Quando surgiu a figura de Freud, com ele apareceram conceitos como o de transferência, resistência, método da pressão, defesa…

Desenvolvimento da psicoterapia e atualidade

Chegamos ao desenvolvimento da psicoterapia propriamente dita, com Wundt em suas origens, começando a marcar a linha que diferenciava a psicologia científica da psicologia aplicada. Foram potencializadas as técnicas psicanalíticas e as projetivas com a chegada da Primeira Guerra Mundial, diante do descontentamento com os enfoques psicométricos. Chegaram os séculos XX e XXI e, com eles:

  • Anos 30: as primeiras obras sobre a personalidade, de Allen, Allport, Murray e Rogers, entre outros.
  • Anos 40: a aproximação da psicologia científica e a psicanálise. Surge o behaviorismo como “soluções práticas e rápidas para os problemas” (Skinner e Wolpe).
  • Anos 50: a psicologia humanista como movimento filosófico e social; o surgimento da “Terceira Força”, com autores como Maslow.
  • Anos 60: aparecem os modelos cognitivos, com Ellis, Beck e Mahoney.
Terapia psicológica

Da origem da psicologia aos dias de hoje…

Em nossa viagem pelo passado até a origem da psicologia, conhecemos diferentes autores, técnicas e procedimentos psicoterapêuticos que marcaram a evolução desta disciplina científica.

Na atualidade, existem entre 250 e 300 modelos psicoterapêuticos, embora a tendência se dirija ao ecleticismo, um enfoque que combina abordagens de diferentes correntes teóricas em uma tentativa de formar um marco comum.

Assim, a variedade de orientações é, ao mesmo tempo, o calcanhar de Aquiles e o ponto forte da própria psicologia. É capaz de responder às necessidades de pessoas muito diferentes, mas ao mesmo tempo produz pontos de confusão contínuos que fazem com que o trabalho de mergulhar nesta disciplina não seja fácil.

Nos últimos anos, como dados a destacar, podemos dizer que aumentaram os modelos cognitivos, permanece o behaviorismo, o humanismo se consolidou e o modelo sistêmico está em plena evolução (como muitos outros).

“A psicologia não pode dizer às pessoas como elas devem viver suas vidas. No entanto, pode lhes proporcionar os meios para efetuar uma mudança pessoal e social”.
-Albert Bandura-


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  • Botella, C. (1987). Introducción a los tratamientos psicológicos. Promolibro. Valencia.
  • Gondra, J. (1997). Historia de la Psicología. El nacimiento de la psicología científica. Madrid: Síntesis.
  • Hothersall, D. (1997). Historia de la Psicología. México: McGraw-Hill.

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