A alimentação e a sua relação com os sintomas depressivos

Qual é a relação entre a alimentação e os sintomas depressivos? Será que a maneira como nos alimentamos influencia a nossa saúde mental?
A alimentação e a sua relação com os sintomas depressivos

Última atualização: 14 junho, 2021

Estudos de revisão comprovam a relação entre a alimentação e os transtornos do humor, especificamente os sintomas depressivos, que são um elemento chave na conclusão dos resultados a favor de uma dieta rica em nutrientes.

O ferro, os antioxidantes, e vitaminas como a B12 influenciam fatores cognitivos e comportamentais, por exemplo. Além disso, a influência desses nutrientes não se baseia apenas na melhora dos sintomas depressivos, visto que eles também reduzem a prevalência ou gravidade de outros transtornos.

A alimentação ao longo da história

Com o surgimento do Homo erectus há mais de 1,8 milhão de anos, a variedade e a riqueza dos alimentos aumentaram. Além disso, surgiu a necessidade de alimentar um cérebro muito mais desenvolvido, que consumia 16 vezes mais calorias por grama. Dessa forma, o ser humano evoluiu o preparo de alimentos com o cozimento, além de incluir em sua alimentação frutas e verduras provenientes da agricultura.

É considerável a diferença entre a disponibilidade de alimentos atual e a que os primeiros seres humanos da história tiveram. No entanto, isso não significa que a disponibilidade atual seja melhor do que no passado.

Saúde mental e nutrição

Diferenças no nível socioeconômico

Pesquisas apontam para a existência de uma forte associação entre a qualidade da alimentação e os transtornos do humor, em especial os sintomas depressivos. Em geral, os alimentos que estão mais intimamente relacionados aos sintomas depressivos são caracterizados por serem ricos em açúcares refinados e gorduras saturadas (o que é característico de dietas ultraprocessadas).

Assim, é provável que pessoas com uma renda menor sejam mais propensas ao seu consumo. Os componentes dos alimentos ultraprocessados ​​costumam ser baratos; por isso, o preço final desses produtos é muito mais baixo em comparação com alimentos ricos em nutrientes ou alimentos naturais. Dessa forma, pessoas com menor poder aquisitivo seriam forçadas, de certa forma, a ter que consumi-los.

As consequências podem ser graves em termos de saúde mental, podendo causar sintomas depressivos, mas também em termos de saúde física, podendo levar à obesidade, diabetes, etc. Além disso, as mulheres têm uma desvantagem, já que uma dieta pobre em nutrientes como ferro, folato e cálcio pode causar maiores prejuízos na idade fértil.

Saúde mental, alimentação e sintomas depressivos

Os estudos que relacionam os problemas que podem surgir na saúde mental no que diz respeito à nutrição foram realizados com uma população com carências graves, e por isso não devem ser interpretados isoladamente. Nesse caso, a suplementação vitamínica melhora o estado de pacientes psiquiátricos, além de outras pessoas com problemas de absorção de nutrientes.

Estudos também apontam que, embora uma deficiência de ácido fólico possa causar depressão, pessoas com depressão podem precisar de uma maior quantidade de ácido fólico do que pessoas que não têm depressão. Além disso, o medicamento parece ser mais eficaz no cérebro de pessoas que se alimentam de forma ideal.

Os nutrientes que estão ligados a transtornos afetivos, como a depressão, são os seguintes:

Ômega 3

O ômega 3 é um ácido graxo essencial. Por esse motivo, sua deficiência pode levar ao surgimento de transtornos do humor. Foi comprovada sua eficácia para a melhora da depressão unipolar e bipolar.

Esse ácido graxo pode ser encontrado em peixes e frutos do mar, oleaginosas e sementes, óleo de linhaça e óleo de soja.

Folato e vitamina B12

O folato e a vitamina B12 pertencem às vitaminas do complexo B e estão presentes em um grande número de alimentos. O baixo nível de folato está associado a um aumento dos sintomas depressivos. Por esse motivo, o folato pode ser útil como um tratamento adjuvante para a depressão.

Com relação à vitamina B12 e ao ácido fólico, foi comprovado que a eficácia da medicação antidepressiva se dá de acordo com o nível dessas vitaminas. Em níveis mais baixos, há uma resposta menor ao tratamento farmacológico.

O folato e a vitamina B12 podem ser encontrados em alimentos como a levedura nutricional e laticínios.

Fontes de vitamina B12

Magnésio e zinco

Foi comprovado que uma alimentação deficiente em magnésio aumenta os comportamentos relacionados à depressão e ansiedade. O tratamento com magnésio pode melhorar esses comportamentos. Alguns dos alimentos ricos nesse mineral são quinoa, espinafre, abacate e tofu.

Com relação ao zinco, foi observada uma deficiência desse oligoelemento em pessoas com depressão maior. Estudos com animais evidenciam a eficácia do uso de suplementos ricos em zinco no tratamento antidepressivo.

Em suma, a alimentação desempenha um papel importante na vida das pessoas. Dependendo da sua qualidade, além do ritmo de vida associado a ela, os benefícios para a saúde física e mental podem ser consideráveis.


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  • Rodriguez, A. & Solano, M. (2008). Nutrición y salud mental: revisión bibliográfica. Revista del Postgrado de Psiquiatría, 1(3), 1 – 5.


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