A amabilidade é uma língua que todo mundo entende

A amabilidade é uma língua que todo mundo entende
Gema Sánchez Cuevas

Escrito e verificado por a psicóloga Gema Sánchez Cuevas.

Última atualização: 20 setembro, 2018

A amabilidade genuína outorga uma força enorme para quem a possui. Ela vai muito além dos bons modos e dos formalismos. Quando é autêntica, reflete uma verdadeira consideração e respeito pelos demais. Também é prova de um caráter cultivado e, sobretudo, é uma chave que pode abrir a maioria das portas.

Na realidade, a amabilidade é uma linguagem que todo o mundo entende. Não é um idioma que deva ser empregado somente em reuniões sociais, mas também, e principalmente, nas circunstâncias difíceis ou com as pessoas mais complicadas. Quase todos os seres humanos são permeáveis e vulneráveis à força de uma atitude afável.

Muitas vezes a amabilidade é confundida com a hipocrisia. Com mostrar uma falta consideração com os demais ou evitar o conflito. Escolher calar ou usar eufemismos para tudo. Essas situações não são amabilidade, mas sim cálculo e manipulação. A verdadeira amabilidade é refletida principalmente na nossa linguagem corporal, muito mais que nos protocolos. Essas são algumas das dicas para detectar se a pessoa está sendo genuína ou não.

“A amabilidade é a linguagem que o surdo pode ouvir e o cego pode ver”.
-Mark Twain-

O contato visual e a amabilidade

O contato visual é um desses aspectos nos quais podemos ver muito bem tanto a hostilidade quanto a amabilidade. Alguém que se recusa a olhar nos nossos olhos está expressando um traço de rejeição conosco. Quem levanta o olhar para olhar a partir de cima ou por cima do ombro também acaba refletindo hostilidade.

Já a linguagem da amabilidade envolve um olhar muito mais espontâneo e cálido. Uma pessoa amável olha nos olhos do outro quando o outro está falando, e dispersa o olhar quando quem fala é ele mesmo. Essa é a forma natural como os olhos se expressam em uma conversa normal, na qual as pessoas se sentem cômodas e tratadas com consideração.

Casal feliz

Os gestos de aceitação

Quando uma pessoa é realmente amável, ela respeita as opiniões dos demais. Sabe escutá-los e encontrar mérito em tudo o que dizem, ainda que não coincida com a opinião deles. Por isso, é usual que mostre gestos de aprovação diante do interlocutor como uma forma de incentivar a conversa.

Assentir com a cabeça ou incliná-la em direção ao outro são expressões que incentivam o interlocutor a seguir falando. Facilitam sua expressão e derrubam eventuais barreiras que possam existir. O sorriso também é um gesto de aprovação e aceitação. Tudo isso faz com que a atmosfera seja mais relaxada e que a conexão com as demais pessoas seja mais real.

O equilíbrio em uma conversa

Ainda que todos estejamos capacitados para ter uma conversa, são poucos os que dominam essa arte. Quando a amabilidade está presente de forma espontânea, compreendemos que nessa interação deve existir um equilíbrio. Que há um momento para falar e outro para escutar. Essa é a única maneira de estabelecer uma comunicação de mão dupla.

Monopolizar as conversas ou fazer com que girem em torno de um tema que não é de interesse comum é um fator que torna a comunicação difícil. O ideal sempre é que todos possam participar. Se não há interesse em se impor ou em se mostrar, isso acaba acontecendo de maneira natural, sem fazer nenhum esforço para que ocorra. O problema é quando o assunto só interessa a um dos envolvidos.

Homem e mulher conversando

A bajulação não é sinônimo de amabilidade

Há pessoas que adotam de maneira constante o papel de anfitriões da vida. Em qualquer lugar ou momento em que se encontram, fazem da bajulação uma forma de se relacionar com os demais. Empregam palavras e atitudes aparentemente afetuosas com os outros. Elas fazem isso, no entanto, de forma seriada e automática, como se estivessem seguindo regras de um livro que pouco se ajusta à realidade e pouco se ajusta ao que pensam de fato.

A amabilidade não tem nada a ver com bajulação. Reconhecer com sinceridade os méritos dos outros é uma coisa, e ficar puxando o saco é outra. Ser amável é uma coisa, exagerar na simpatia e ser falso é outra bem diferente. A amabilidade, ainda que se adapte a certos protocolos, não pode ser um teatro.

Mulher e homem olhando nos olhos um do outro

Cabe lembrar que a amabilidade é um dos traços que são avaliados, por exemplo, em um dos testes de personalidade mais conhecidos. Estamos falando do modelo do “Big 5”, que é descrito no estudo de Jan J. F. Ter Laak.

Todo comportamento humano, toda palavra, será muito melhor quando for dita com amabilidade. Se fôssemos mais constantes nesse sentido, certamente seríamos capazes de abordar os momentos ou as relações difíceis com maior fluidez e inteligência. Pensemos que a vida dos demais e nossa própria vida sempre será melhor quando adicionarmos um pequeno toque de amabilidade.


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  • Batson, C. D. DarieyJ. M., y CokeJ. S. (1987). Altruismo y amabilidad humana: Determinantes internos y externos de la conducta de ayuda. Perspectives in International Psychology. Nueva York (trad. cast. UNED, 1985).


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