Como será a anatomia do ser humano daqui a 1000 anos?

Para onde vamos? Vivemos em um mundo que avança a uma velocidade sem precedentes. Mas como esse dinamismo vai afetar a nossa anatomia? Vamos tentar responder a essa pergunta tomando como referencial as diferentes hipóteses sobre o futuro da humanidade.
Como será a anatomia do ser humano daqui a 1000 anos?
Gema Sánchez Cuevas

Escrito e verificado por a psicóloga Gema Sánchez Cuevas.

Última atualização: 30 julho, 2021

O século XXI é velocidade, dinâmica e mudanças. Já no final do século XX ocorreu uma transformação do paradigma na sociedade com o surgimento das novas tecnologias. Avanços que modificaram nossas rotinas – com um dedo podemos mandar uma mensagem para o outro lado do planeta – e que, por extensão e evolução, vão acabar deixando sua marca em nossa anatomia. Como essas mudanças podem afetar a anatomia do ser humano?

A espécie humana teve uma evolução incrível desde que colocou seus pés na Terra. Com todas as suas falhas, é a única que conseguiu dar forma a um pensamento abstrato de alta complexidade baseado em imensas possibilidades de comunicação. Embora não percebamos, continuamos a evoluir. A mudança das condições ambientais e culturais é amplamente responsável por isso.

A anatomia do ser humano mudou muito desde que deixamos de ser coletores e caçadores para nos tornarmos uma espécie sedentária. A partir de então, os desenvolvimentos na cultura e as mudanças no planeta operaram outras modificações mais graduais. No entanto, é provável que nos próximos 1000 anos nós apresentemos grandes mudanças em nossa fisionomia.

“Em um ou dois séculos, ou nos destruiremos ou, muito provavelmente, usaremos a tecnologia para fazer uma atualização para algo diferente.”
-Yuval Harari-

Robô e humano

A anatomia do ser humano daqui a 1000 anos

Não há uma concordância geral sobre o assunto das mudanças na anatomia do ser humano no futuro. Em grande parte, isso se deve ao fato de também não haver um consenso a respeito de como a sociedade vai evoluir. No entanto, apesar de alguns bons presságios, a maioria dos especialistas no assunto não é muito otimista.

O Dr. Oliver Curry, teórico da evolução da London School of Economics, no Reino Unido, disse que o apogeu da humanidade será exatamente em 1000 anos, quando chegarmos ao ano 3000 da nossa era. Depois disso, virá o declínio da espécie.

Oliver Curry, que compartilha a tese com muitos outros pesquisadores, aponta que dentro de 1000 anos é muito provável que existam duas grandes subespécies: uma de elite e outra de “descarte”. Do ponto de vista da anatomia do ser humano, a raça de elite provavelmente terá mais de um metro e oitenta de altura e viverá pelo menos 120 anos. Além disso, terá uma juventude ainda mais longa do que a atual.

Esta seleta raça será saudável, atraente e inteligente. Enquanto isso, os “não escolhidos” manterão uma estatura menor e serão pouco atraentes em termos físicos. Morrerão mais jovens e terão uma vida menos saudável. As grandes diferenças no mundo serão estabelecidas pela genética direcionada, e não por diferenças naturais.

A visão de Harari

A perspectiva de Yuval Harari não apenas sobre a anatomia do ser humano, mas sobre o futuro em geral, é ainda mais desalentadora. Segundo esse historiador, o ser humano tem apenas mais um ou dois séculos de existência. Para ele, somos uma espécie vulnerável, em vias de extinção. O mais paradoxal é que somos nós mesmos que estamos escrevendo esse final.

Harari afirma que vivemos uma fase da história em que teremos tecnologias muito inteligentes. Isso levará a um ponto em que ocorrerá um rompimento com a vida orgânica e será criada, pela primeira vez, uma forma de vida inorgânica.

Com a manipulação genética e a inteligência artificial, é questão de tempo até que seja criado um ser muito superior, sem as limitações e fraquezas do ser humano.

Portanto, com base nessa perspectiva, estamos testemunhando as últimas gerações de homo sapiens. Talvez demore muito tempo para que a espécie seja substituída por outra inorgânica, muito mais eficiente e capaz de sobreviver a condições extremamente adversas.

A anatomia do ser humano

Um futuro incerto

Embora Harari seja, talvez, o mais radical desses especialistas “apocalípticos”, a verdade é que aqueles que dedicaram muito tempo a fazer projeções sobre o futuro da humanidade não se afastam muito da sua visão.

Já são muitos os que acreditam que faltam apenas algumas décadas para as máquinas alcançarem esse ponto inovador que às vezes parece reservado apenas ao nosso cérebro.

Outros também acham que a manipulação genética tornará a anatomia do ser humano muito mais uniforme, para melhor. Seremos cada vez mais bonitos, inteligentes e habilidosos. No entanto, essa uniformidade pode possibilitar que um único fator acabe exterminando a espécie.

Alguns já falaram da possibilidade de o ser humano se tornar imortal em pouco tempo. É um tema que tem gerado muitos debates e que é considerado uma hipótese plausível, mas ainda frágil. O que vai acontecer? Vivemos em um mundo tão instável que a coisa mais sensata a fazer seria dizer que tudo pode acontecer.


Todas as fontes citadas foram minuciosamente revisadas por nossa equipe para garantir sua qualidade, confiabilidade, atualidade e validade. A bibliografia deste artigo foi considerada confiável e precisa academicamente ou cientificamente.


  • Arsuaga, J. L., & Martín-Loeches, M. (2013). El sello indeleble: Pasado, presente y futuro del ser humano. Debate.


Este texto é fornecido apenas para fins informativos e não substitui a consulta com um profissional. Em caso de dúvida, consulte o seu especialista.