Aprendendo a visualizar: imagine que você é uma rosa
Aprender a visualizar é uma das ferramentas mais eficazes que podemos desenvolver e uma das etapas anteriores ao gerenciamento correto dos nossos pensamentos. É uma das técnicas básicas da psicologia transpessoal, um treinamento de pensamento voluntário usado como estratégia para substituir pensamentos involuntários ou intrusivos.
Todos enfrentamos dificuldades ao longo da vida, e é nesses momentos que o pensamento involuntário ou destreinado surge e se apodera de tudo. Por não sermos capazes de administrar nossos pensamentos à vontade, nossas emoções são afetadas e inundamos nossa existência com medo, angústia e estresse.
Os pensamentos que causam sofrimento, ou que não nos permitem nos concentrar no que estamos fazendo, são pensamentos involuntários e intrusivos. Se formos treinados para lidar com eles, seremos capazes de substituir esses pensamentos por outros que protegem nosso equilíbrio emocional. Este é um tipo de treinamento que requer prática no início, mas depois de um tempo nós o incorporamos à nossa rotina naturalmente.
Aprender a visualizar pode nos ajudar a controlar nossos pensamentos.
A terapia transpessoal
Este tipo de terapia lida com várias técnicas, e uma delas é a visualização criativa. A terapia transpessoal é uma intervenção holística que foca a influência positiva de modelos de comportamento em vez de experiências negativas.
Ela se desenvolveu a partir dos trabalhos de Abraham Maslow e outros psicólogos da escola humanística. Este tipo de intervenção terapêutica baseia-se na ideia de que o ser humano é mais do que corpo e mente. Contempla a dimensão mais intangível do ser humano e os fatores transcendentes que nos moldam.
O que é um pensamento voluntário?
Um pensamento voluntário é aquele que somos capazes de criar e dirigir conscientemente e por nossa própria iniciativa. É voluntário porque é você mesmo quem o está produzindo como um processo específico.
É um pensamento dirigido porque está focado em um propósito definido. Por fim, é sustentado porque o treinamento nos permite sustentá-lo no tempo e com intensidade suficiente para ter a percepção do pensamento (meta-pensamento). Existem vários exercícios de visualização para iniciar o treinamento. Vamos falar sobre um deles.
Aprender a visualizar, o exercício da rosa
Feche os olhos e imagine um botão de rosa que ainda está fechado. Visualize e preste uma atenção especial ao caule e às folhas. A sua textura, a sua cor e as suas formas sinuosas. Preste atenção agora na parte superior, onde fica o botão. Ainda é verde, porque está fechado, embora um ponto rosa já seja visível em sua parte superior.
Quando você tiver toda a imagem criada, mantenha-a na sua mente por alguns segundos. Agora observe que as pétalas começam a se mover. Elas estão se separando e você pode vê-las quase por completo. Sua textura é diferente do caule e das folhas, e sua cor é rosa e muito brilhante. As pétalas continuam a se abrir até que uma linda rosa fica totalmente visível.
Retenha a imagem da rosa aberta por alguns segundos de forma nítida. Neste momento, respire o perfume da rosa e deixe-se invadir pelo seu aroma característico até que penetre completamente em você.
Na última etapa, volte a visualizar a planta inteira e imagine toda a força vital que a percorre desde a raiz até a flor. Agora identifique-se com a rosa, ou seja, projete a rosa em si e, simbolicamente, transforme-se nela. Sinta toda a força vital que atravessa seu corpo e como as pétalas se abrem.
Exercícios da terapia transpessoal para visualizar
Este exercício de visualização de rosas, criado pelo psiquiatra Roberto Assagioli, é altamente sugestivo e evocativo. Como regra geral, o símbolo da flor é usado como um símbolo do desenvolvimento de uma realidade profunda. É o símbolo do espírito humano e da sua evolução.
Existem diversos exercícios de visualização que podem ser utilizados para vários fins, como o relaxamento com a visualização do caminho da praia. Outro amplamente utilizado na terapia é a visualização da tensão – distensão.
O treinamento diário nestes exercícios de visualização nos permitirá gerar as imagens com mais clareza. Podemos ainda aumentar a cor, luz ou detalhes de acordo com os nossos desejos. É só uma questão de prática.
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- Assagioli, Roberto (2007). Desarrollo transpersonal: la dimensión más allá de la psicosíntesis (Forres, Escocia: Smiling Wisdom, pp. 96-97.
- Kasprow, M. C., & Scotton, B. W. (1999). A review of transpersonal theory and its application to the practice of psychotherapy. The Journal of psychotherapy practice and research, 8(1), 12–23.
- Kiritsis. Paul (2013). Creative Visualization: an exercise for transpersonal experience. Down the Rabbit Hole blog. Recuperado de http://www.paulkiritsis.net/
- Assagioli, Roberto (1974). Jung and Psychosynthesis. Journal of Humanistic Psychology. Volume: 14 issue: 1, page(s): 35-55