Aprender é um presente, mesmo que o mestre seja a dor

Aprender é um presente, mesmo que o mestre seja a dor

Última atualização: 17 julho, 2016

Tudo o que fazemos tem um fim duplo: experimentá-lo para o bem ou para o mal, até que possamos aprender com esta experiência. É por isso que aprender sempre pode ser considerado um presente, mesmo que muitas vezes o nosso mestre tenha que ser a dor.

Sempre aprendemos com aquilo que nos marca, nos surpreende ou nos chama suficientemente a atenção para nos roubar o tempo. Se não fosse assim, de fato, esqueceríamos rapidamente sem ficarmos com as lembranças alegres ou as lições dos momentos mais duros.

A dor como mestre

A dor costuma chegar com a mesma força com a qual momentos antes a felicidade havia chegado; e além disso, esta felicidade costuma ter sido propiciada também por isso mesmo que agora nos provoca o dano. Assim, a dor chega depois da alegria, com histórias que acabam, vidas que se separam, doenças que aprisionam…

“Na dor há tanta sabedoria quanto no prazer: ambas são as duas grandes forças conservadoras da espécie”.

-F. W. Nietzsche-

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Como dissemos, a dor é um mestre porque sempre é a certeza de que por trás havia alguma coisa que valeu a pena: é a antessala de novas alegrias onde analisamos, compreendemos e cuidamos mais do que temos.

Aprender sempre é um presente mesmo que o façamos a partir da dor que parece interminável e insuportável. É no sentido de que nos ajuda a nos transformarmos em pessoas melhores e nos torna conscientes de que depois de nos sentirmos acima das metas é preciso descer novamente para buscar outras novas.

Aprender com a dor e evitar o sofrimento

Além do que já foi comentado, aprender com a dor significa entender que existe uma grande diferença entre a sensação involuntária de que alguma coisa nos machuca e a permissão de deixar que essa sensação se estenda no tempo até se transformar em sofrimento.

“Assim se cura uma ferida: começa a se fechar sobre si mesma, a proteger o que dói tanto e, uma vez fechada, já não se vê o que há por baixo, aquilo que provocava a dor.”

-Amy Tan-

Em outras palavras, diz-se por aí e com toda a razão que a dor é inevitável, mas o sofrimento é opcional. A dor é útil porque nos ajuda a enfrentar novas realidades e a ser mais fortes; contudo, o sofrimento é inútil: é benéfico se desprender dele, curar nossas emoções e continuar.

Estabelecer os limites para a dor é uma coisa que é necessário fazer: definir o ponto em que deixa de ser inevitável para sermos capazes de voltar a olhar para a frente. Quando o “por que isso acontece comigo?” já teve o seu próprio tempo, é hora de esquecer possíveis respostas e aprender que simplesmente existem coisas que acontecem.

Aprender que pode haver um antes e um depois da dor

O fato é que a dor às vezes pode ser tão grande que aprender com ela implica uma mudança enorme em nosso eu interior: as pancadas indicam a existência individual e nos lembram que pode haver um antes e um depois delas.

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Antes de chegar ela não era nem considerada, mas quando se vai acaba se transformando em uma parte de nós. O dano fica aí, em forma de vivência e ferramentas para lidar com novas aventuras: porque a vida é uma aventura que precisa de grandes conquistas. Uma das maiores conquistas será entender a dor e aprender com ela.

Com certeza a dor é um mestre porque através dela vemos a magnitude de um antes e a importância de um depois: saímos dela como quem se desorienta ao entrar em uma nuvem de gás onde não se vê nada, e ao ver novamente a luz se sente vivo.

“E quando a tempestade de areia tiver passado, você não compreenderá como conseguiu atravessá-la com vida. É que a pessoa que surgir da tempestade não será a mesma pessoa que entrou nela.”

-Murakami-

Assim nos sentimos quando aprendemos com a dor, e depois dela percebemos tudo o que éramos e não sabíamos, observamos o que estava ali e não víamos, e entendemos que a dor nos ensina a olhar para trás somente para ganhar impulso.


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