A maravilhosa campanha do Dia Internacional da Síndrome de Down

A maravilhosa campanha do Dia Internacional da Síndrome de Down
Raquel Aldana

Escrito e verificado por a psicóloga Raquel Aldana.

Última atualização: 05 novembro, 2022

Pessoas com Síndrome de Down. Pessoas com uma condição biológica diferente, pessoas que têm um cromossomo a mais no par 21. Uma trissomia que causa deficiência intelectual e que gera traços físicos característicos da condição, como por exemplo uma dobra característica no canto dos olhos, inclinação das fendas dos mesmos e língua um pouco mais proeminente e, às vezes, rachada.

Sua particularidade também faz com que estejamos diante de seres autênticos, genuínos, únicos, sem truques. Pessoas naturais, pessoas muito espontâneas, que fazem a diferença com sua autenticidade, sua sensibilidade, sua riqueza emocional, sua capacidade para ver o lado bom da vida, para gerar trocas ricas e inigualáveis.

Todo dia 21 de março é comemorado o Dia Internacional da Síndrome de Down, com o objetivo de que não nos esqueçamos da necessidade de continuar dando visibilidade à questão da deficiência intelectual e de continuar trabalhando para melhorar a inclusão social destas pessoas. Neste ano de 2018, a Down Espanha lançou a campanha #Autênticos, que pretende fazer refletir sobre a autenticidade e o carisma que emanam das pessoas com Síndrome de Down.

O vídeo da campanha é cheio de sensibilidade, afeto e, fazendo valer a redundância, de autenticidade. Cabe dizer que a genuinidade destas pessoas é especial porque está cheia de bondade, inocência e sinceridade, sem falsidade. Porém, como não bastam as palavras, aqui trazemos o vídeo.

O que nos falta fazer como sociedade em relação à Síndrome de Down?

O que nos falta fazer como sociedade em relação à Síndrome de Down? A resposta é clara: ainda temos um caminho enorme a percorrer. Ainda temos muitas barreiras, muitos preconceitos e mitos para eliminar, assim como muita informação para conhecer.

Em primeiro lugar, analisando a situação de forma superficial, podemos destacar que erramos quando, ao nos relacionar com pessoas adultas portadoras da Síndrome de Down, as tratamos como se fossem crianças. Erramos ao mostrar uma atitude paternal. Erramos ao rotular e não tratar estas pessoas com naturalidade.

Porque uma pessoa com Síndrome de Down é uma pessoa com limitações e potenciais particulares. Como todos nós. Por isso, através da Down Espanha, pessoas com Síndrome de Down pedem que se considere a deficiência intelectual como “uma condição natural de vida de algumas pessoas, as quais veem a si mesmas de forma espontânea, franca e sem complexos”.

Bebê com síndrome de Down

“Se você ri de uma criança diferente, ela vai rir com você, porque sua inocência supera a sua ignorância”.

Muitos de nós já escutamos alguma vez um comentário como “Que dó!” ou “Coitado!” se referindo a uma pessoa com Síndrome de Down. Entretanto, ainda que seja uma reação comum, mostra como ignoramos que não há motivo para sentir dó ou pena. Cada um convive com suas condições, e as pessoas com Síndrome de Down lutam a cada dia para conviver com as suas, que são particulares.

Isto é importante porque as pessoas com Síndrome de Down não são todas iguais, assim como as outras, não importando qual seja sua condição, também não são. Ter isso em mente nos permite destacar que temos que nos esforçar para conhecer todas as pessoas na sua diversidade, não por aqueles traços que nos levam a classificar alguém em um grupo.

Lembremos, então, que a Síndrome de Down não define o João, nem a Maria nem o José… Cada pessoa define a si mesma no decorrer da sua vida, desenvolvendo diferentes capacidades.

Estamos percorrendo o caminho para um mundo diferente, um mundo que levante a bandeira do respeito, da integração, da normalização da diferença e da convivência. Ainda falta muito por fazer, e para tornar esse muito um pouquinho menor, hoje podemos começar por fazer parte do movimento #Autênticos.


Este texto é fornecido apenas para fins informativos e não substitui a consulta com um profissional. Em caso de dúvida, consulte o seu especialista.