Autoestima e dependência emocional
Não restam dúvidas de que somos seres sociais. Gostamos de agradar as pessoas e compartilhar com elas. Mas, essa necessidade de aprovação pode ser prejudicial para nós? Aqui está uma das chaves da dependência emocional. Você precisa ser amado por todos ou somente por aquelas pessoas que são realmente importantes para você? Quem são essas pessoas relevantes na sua vida? Elas precisam aprovar absolutamente tudo que você fizer?
Convido você a se fazer essas perguntas e tentar responder cada uma delas. Uma coisa é estar consciente do que você quer fazer e saber o que você gostaria que seus entes queridos aprovassem. Outra bem diferente é sentir que se nem todo mundo gostar de você, as coisas não valem a pena… Por mais sutil que seja a diferença, não deixa de ser importante. Continue lendo para saber como tudo isso influencia o seu bem-estar!
“Se você não souber se amar, terá dificuldades para amar alguém, por isso você vai ficar com raiva do tempo e da energia dados a outra pessoa que você não dá nem sequer a si mesmo.”
-Bárbara De Angelisi-
O que é a dependência emocional?
As pessoas com dependência emocional precisam excessivamente tanto de afeto como de atenção e da aprovação das pessoas. Elas sentem um medo irracional da solidão e do abandono, o que vai fazer com que sejam mais submissas nas suas relações interpessoais. Além disso, têm um grande desejo de exclusividade e afirmam que não conseguem imaginar a vida sem seu companheiro ou sua companheira.
Elas apresentam, portanto, um padrão persistente de necessidades emocionais que são incapazes de satisfazer por si mesmas. Por isso, tentam supri-las estabelecendo laços inadequados com outras pessoas. Ou seja, desenvolvem relações parasitárias e assimétricas, realizando ações de todos os tipos e condições, as quais justificam com um único objetivo: para que a relação não termine.
“A pior solidão é não estar à vontade consigo mesmo.”
-Mark Twain-
E não é só isso. Desejam sentir proteção e afeto com tanta intensidade que buscam isso no outro de tal forma que chegam a anular a si mesmas, independentemente da qualidade da relação, com o intuito de mantê-la. Assim, essas pessoas estabelecem vínculos muito intensos e instáveis, em vez de vínculos saudáveis. É claro que todo mundo gosta de se sentir querido, mas… não estamos dispostos a fazer qualquer coisa para conseguir isso, não é?
Como a dependência emocional influencia o mal-estar psicológico?
O problema de depender emocionalmente – em excesso – de outras pessoas é que se a pessoa não recebe a atenção e o carinho de que precisa, surgem dúvidas irracionais sobre o próprio valor e a consideração que os outros têm por nós, o que vai influenciar a nossa autoestima e as emoções que vamos sentir.
Surgem, assim, sentimentos de rejeição, negação e abandono. Dessa maneira, a tristeza fica presente de forma muito intensa, o que pode dar lugar a um círculo vicioso de vazio emocional e insatisfação crônica do qual é muito complicado sair: a depressão.
Mas não é só isso, o medo de estar sozinho que leva as pessoas a fazerem o que quer que seja com o intuito de evitar a solidão faz com que os sintomas de ansiedade aumentem. A pessoa antecipa a possibilidade de que isso possa chegar a acontecer, o que faz com que fique muito nervosa e se envolva em relações sentimentais tóxicas.
Contra a dependência emocional: autoestima
Como vocês podem imaginar, as pessoas com dependência emocional têm uma autoestima baixa e se enxergam de forma negativa. Esse fato leva, de novo, a ter uma maior necessidade de buscar suporte e carinho nas outras pessoas. Dizendo com outras palavras, para ficar bem precisam que as outras pessoas estejam bem com ela.
A realidade é que a única pessoa com a qual passamos nossa vida toda somos nós mesmos. Portanto, é fundamental basear nosso bem-estar em buscar nossa própria aprovação, e não na de todas as outras pessoas. O que eu quero dizer com isso? Que é importante que a primeira pessoa a quem tentaremos agradar com o que fizermos deve ser nós mesmos.
“As pessoas que mais querem aprovação menos recebem, e as pessoas que menos querem, mais recebem.”
-Wayne Dyer-
Mas, o que mais podemos fazer para gostarmos mais de nós mesmos? Um exercício bem simples seria tentar encontrar todos os dias alguma coisa que fez com que nos sentíssemos bem, tanto física como psicologicamente. No começo é uma tarefa que vai demorar, já que não estamos acostumados a nos elogiar, mas a longo prazo vamos estimular o afeto positivo conosco. Dessa forma, reduziremos a dependência emocional patológica. Ame-se!
Imagens cortesia de Rebecca Matthews, Adam Jang e Hope House Press.