Biografia de Francis Galton, um grande pesquisador

Francis Galton foi um cientista profissional e uma das mentes mais criativas do século XIX. 
Biografia de Francis Galton, um grande pesquisador
Sergio De Dios González

Revisado e aprovado por o psicólogo Sergio De Dios González.

Escrito por Sonia Budner

Última atualização: 27 janeiro, 2023

Antropólogo britânico, geógrafo, inventor, meteorologista, estatístico, psicólogo e eugenista. Primo de Charles Darwin e neto de Erasmus Darwin, Francis Galton foi uma das mentes mais criativas do século XIX, e hoje falaremos sobre a sua biografia.

Galton pertencia à classe alta britânica. Ele era um cientista profissional que dificilmente se encaixava em uma disciplina específica, criador da escola biométrica inglesa. Suas contribuições para campos tão diversos quanto a meteorologia e a psicologia, entre outros, foram extraordinárias.

Ele passou grande parte da sua vida viajando, como muitos outros estudiosos da época, e acabou se dedicando inteiramente à pesquisa científica. Depois de passar um tempo na meteorologia, ele desenvolveu um interesse crescente pela antropologia, inspirado pelo trabalho A Origem das Espécies, de seu primo Darwin. Como resultado, ele se tornou defensor e ideólogo da eugenia, a disciplina que defendia a aplicação de leis biológicas para aperfeiçoar a espécie humana.

Suas contribuições sobre as diferenças individuais são muito importantes no campo da psicologia. De fato, Galton é considerado um precursor do conhecimento sobre as bases genéticas da capacidade cognitiva. Ele foi o primeiro a investigar cientificamente as causas genéticas e ambientais das diferenças individuais nos seres humanos.

Charles Darwin, primo de Francis Galton
Charles Darwin, primo de Francis Galton

Os primeiros anos da biografia de Francis Galton

A biografia de Francis Galton tem início em Duddeston, Inglaterra, onde ele nasceu em 1822. Foi um menino prodígio. Quando ele tinha cinco anos, já tinha conhecimentos sobre matemática, grego e latim e, aos seis anos, já se divertia com livros para adultos.

Ele frequentou a escola até os dezesseis anos, quando decidiu abandonar os estudos por causa do currículo que o deixava entediado. Sua família o pressionou quando criança a estudar medicina, uma ciência que ele estudaria no King’s College, em Londres. Além disso, estudou matemática no Trinity College e na Universidade de Cambridge. Foi o próprio Dalton quem, anos depois, aludiu à conexão entre genialidade e loucura com base na sua própria experiência.

Em 1844, investiu seu tempo em viagens: foi para a antiga Constantinopla e atravessou a Europa Oriental. Chegou ao Egito, Sudão, Beirute, Damasco e Vale do Jordão. Mais tarde, empreendeu uma longa expedição à Namíbia e depois de um tempo à Espanha. Como resultado dessas viagens, ele publicou dois livros: Explorer in Tropical South Africa (1853) e The Art of Travel em 1855.

A vida adulta de Francis Galton

Ele se casou em 1853. O casamento durou 43 anos, embora não tenham tido filhos. Foi a partir de 1860 que Francis Galton se dedicou inteiramente à pesquisa científica. Seu gosto pela matemática o levou a desenvolver conhecimentos em diferentes áreas.

Em meteorologia, ele criou os primeiros mapas meteorológicos publicados pelo jornal Times e inventou o termo anticiclone. Por outro lado, suas investigações sobre a mente humana exigiram o registro detalhado de conceitos subjetivos e de como a mente lida com imagens mentais. Assim, para poder colocá-lo em prática, ele utilizou métodos de pesquisa e questionários, tendo sido pioneiro no uso destes últimos. Além disso, suas contribuições para a estatística são numerosas.

No campo da antropologia, destacam-se a sua teoria da herança e as estatísticas demográficas, assuntos sobre os quais ele escreveu livros como Hereditary Genius, em 1869, e Natural Inheritance, em 1889. Suas teorias sobre herança foram de grande importância em seu tempo, embora tenham sido superadas pelas de Mendel e Weismann posteriormente.

Além disso, destacam-se seus trabalhos sobre impressões digitais e a eugenia no campo da antropologia.

Psicologia diferencial

Os estudos de Francis Galton sobre as capacidades humanas levaram à criação da psicologia diferencial e à formulação dos primeiros testes mentais através do desenvolvimento da psicometria.

Ele tinha um grande interesse em medir todas as facetas possíveis dos seres humanos. Entre elas, medidas de destreza intelectual e a capacidade de inteligência.

Francis Galton

Francis Galton e a eugenia

Galton foi o primeiro autor a se referir ao dilema entre herança e ambiente, um debate que continuou ao longo dos anos até ser considerado, na atualidade, uma questão de grau entre elementos influentes.

Em 1883, ele cunhou o termo eugenia para se referir à seleção artificial para o aprimoramento da raça humana. Ele chegou à conclusão de que acreditava na possibilidade de determinar um esquema de “marcas” para os méritos familiares.

Além disso, também considerou que, entre as famílias de classe alta, o casamento precoce devia ser encorajado por meio de incentivos monetários. De fato, ele considerou como disgênicos os casamentos que aconteciam mais tarde, bem como a escassez de filhos.

Essas e outras teorias serviram de base para ideais de superioridade racial, como os proclamados pelo nazismo alemão. Dessa maneira, a prática da eugenia resultou em uma limpeza racial, esterilização de pessoas com deficiência, doentes mentais e cidadãos pobres.

Inglaterra, Estados Unidos e alguns países latino-americanos também implementaram programas de eugenia, mas estes acabaram caindo em descrédito pela sua associação ao nazismo.


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