Biografia de Frédéric Chopin, o poeta do piano

Frédéric Chopin foi um homem contraditório. Amava a vida social, mas ao mesmo tempo, possuía uma timidez proverbial no amor. Sofreu muito por diferentes mulheres, embora seu verdadeiro amor tenha sido sua pátria: a Polônia.
Biografia de Frédéric Chopin, o poeta do piano
Gema Sánchez Cuevas

Escrito e verificado por a psicóloga Gema Sánchez Cuevas.

Última atualização: 29 maio, 2021

Conheça a biografia de Frédéric Chopin, um homem de personalidade contraditória que combinava duas grandes virtudes: era um excelente compositor e, ao mesmo tempo, um intérprete sublime. Foi principalmente esta última característica que o levou a ser considerado um poeta do piano.

Houve basicamente dois assuntos que capturaram a sua sensibilidade: o amor pela sua pátria e a marca que as mulheres deixaram em sua vida. O primeiro aspecto marcou tanto a sua obra e o seu pensamento que, na sua morte, foi realizada uma autópsia para retirar o seu coração e sepultá-lo na Polônia.

“E eu aqui, condenado à inação! Às vezes não consigo nem suspirar e, tomado pela dor, descarrego meu desespero no piano”.
-Frédéric Chopin-

No que diz respeito às mulheres, Chopin não teve sorte na maior parte da sua vida. Talvez isso tenha se devido à sua forma de ser, pois era extremamente pudico com as normas morais e também muito tímido no amor, apesar de adorar a vida social.

Embora tenha vivido um romance de novela com a escritora George Sand, ao longo da sua vida sentiu mais o peso do desamor do que a felicidade do amor correspondido.

Sem dúvida, Chopin encarna os valores do Romantismo, aquele movimento que exalta a consciência do eu, os valores nacionais e a pátria. Um movimento que ocorreu em todas as artes, desde a literatura até a música. Todas elas foram impregnadas pelos valores de liberdade, subjetivismo e originalidade.

Chopin

Os primeiros anos da biografia de Frédéric Chopin

A biografia de Frédéric Chopin teve início com o seu nascimento em uma pequena localidade chamada Żelazowa Wola em 1810, na atual Polônia, embora na época pertencesse ao ducado da Grande Varsóvia. Não se sabe ao certo qual foi a data em que nasceu, mas duas possibilidades são 22 de fevereiro e 1 de março.

Seu pai, Mikolaj Chopin, era professor de literatura de ascendência francesa. Sua mãe, Tekla Justyna Krzyżanowska, tinha relações com a nobreza, mas não possuía muitos recursos.

Frédéric foi o segundo de quatro filhos e o único homem. A família se movia em um forte entorno cultural: os eventos literários e culturais estavam entre seus principais hobbies. Em meio a um ambiente tão artístico, não é de se estranhar que Chopin tenha se interessado rapidamente pela música.

Dizem que, durante um desses eventos, o pequeno Frédéric não conseguiu conter as lágrimas quando ouviu uma interpretação no piano. Como consequência, seus pais identificaram sua incrível sensibilidade musical.

Começou a fazer aulas de piano desde cedo; aos dez anos, Frédéric Chopin já havia escrito duas obras, uma polonesa e uma marcha militar. Um de seus professores foi Elsner, o diretor do conservatório de Varsóvia, que falou dele como um gênio. Sob as suas orientações, começou a mostrar o grande talento que o habitava.

A expansão do seu talento

Frédéric Chopin era muito apaixonado pela música popular do seu país. Este foi o substrato do qual partiu para escrever algumas das suas mais belas composições. Talvez por isso, desde o começo da sua obra, tenhamos observado um claro foco nacionalista, algo que não é estranho nos autores do Romantismo.

Aos quinze anos, fez suas primeiras apresentações públicas em dois concertos beneficentes que contaram com a presença do czar da Rússia. A partir desse momento, começou a sua admiração pela vida da corte, pelas reuniões sociais e pelas boas conversas.

Aos 18 anos viajou a Berlim, e aos 19 se apresentou no Teatro Imperial de Viena. Esta cidade era a “Meca” da música naquela época. Em um primeiro momento, Chopin não despertou o entusiasmo dos austríacos, que estavam acostumados a compositores mais viscerais e contundentes. No entanto, estas viagens lhe permitiram iniciar amizades que foram fundamentais para a sua carreira.

Durante os anos seguintes, criou várias das suas obras mais famosas. Seu grande sonho era viajar a Paris, e o realizou aos 21 anos. Lá, encontrou o estilo de vida que sempre havia desejado. No entanto, não sabia que jamais voltaria à sua amada pátria.

Busto de Chopin

Uma sensibilidade especial

Pelas cartas que manteve com amigos próximos, sabemos que Frédéric Chopin se sentia infeliz no amor. Primeiro, se apaixonou por uma mulher a quem não teve coragem de confessar seus sentimentos; posteriormente, por outra com quem iniciou uma relação amorosa.

No entanto, a família dela os separou porque Chopin contraiu tuberculose. Curiosamente, esta mulher se casou com outro homem com quem teve um filho, mas tanto o marido quanto o filho faleceram em decorrência da tuberculose.

O grande amor de Chopin foi a escritora George Sand, cujo nome verdadeiro era Aurora Dupin. Ela era mais velha do que ele, divorciada e tinha dois filhos. Levava uma vida com uma liberdade atípica e, apesar dos seus escrúpulos moralistas, Chopin se apaixonou perdidamente por ela. A relação durou dez anos e foi muito tempestuosa, mas também inspiradora para o músico.

Após a separação de George Sand, Chopin mergulhou em uma forte depressão. Sua saúde, que sempre havia sido muito frágil, começou a se deteriorar rapidamente. Ele morreu quando tinha apenas 39 anos de idade, em 17 de outubro de 1849. Frédéric Chopin é considerado o máximo expoente do Romantismo musical. Um autor cujo legado toca a nossa alma, abraça a cultura e o nacionalismo e acaricia os sentimentos.


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  • Cicero-Sabido, R. (2003). “Sintomatología y creatividad. El caso de Federico Chopin” en Gaceta médica de México, 139(2), 192-196.

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