A Cabala, uma ciência espiritual para compreender a vida

A Cabala, uma ciência espiritual para compreender a vida

Última atualização: 04 setembro, 2015

A Cabala se concentra em sermos, a cada dia, pessoas melhores, em nos permanecermos conectados com nós mesmos, estarmos conscientes da vida e deixarmos de agir como se fôssemos robôs ou máquinas seguindo um padrão de comportamento. Através de sua sabedoria milenar, esta prática nos permite pensar no futuro e deixar de lado o passado.

Se fizermos uma retrospectiva do que aconteceu em nossas vidas, é provável que nos demos conta de que só trabalhamos para acumular coisas materiais e que sempre há algo que nos impede de alcançar a plenitude.  O que estamos fazendo de errado? Essa pergunta ronda a mente daqueles que se sentem insatisfeitos com suas conquistas ou, até mesmo, vazios por acreditarem que nunca vão alcançar a felicidade plena.

Uma maneira de abrir nossa consciência e nos manter mais atentos ao que nos rodeia é capturar o que a vida nos oferece, trabalhando por um verdadeiro crescimento espiritual.  Como podemos conseguir isso? Através do aprendizado da Cabala, uma sabedoria quase tão antiga quanto o homem. Ela foi revelada por Abraham e entrega os conhecimentos necessários para “desenvolver a capacidade de ver”, assim como a de nos conectarmos com a vida que desejamos ter.

O diretor e professor do Centro de Cabala, Itzhak Pollack, diz que este conhecimento se denomina “ciência espiritual” e provém do hebreu “lekabel”, que quer dizer “receber” e que se usa para outros termos. Um deles é o vocábulo “paralelo”, que explica a razão pela qual não só é preciso receber, mas também compreender como funciona o que acontece ao nosso lado e nós não vemos, como é o caso dos mundos superiores.

Os ensinamentos da Cabala se baseiam em diversos livros. Os dados mais importantes são o Sefer Yetzirah (de formação) e o Zohar (o texto base de todo praticante). Para poder compreender essa doutrina, também chamada de ciência, precisamos da vida toda, já que se trata de algo verdadeiramente extenso, incluindo vários campos de aplicação.

Em alguns casos, os seres humanos “normais” não podem alcançar tais conhecimentos por serem muito complexos. No entanto, existem outros que a ensinam popularmente, com uma língua coloquial, para poder ser entendida por todos aqueles que desejam. E isso pode logo ser aplicado na vida cotidiana. Esta atividade é conhecida como uma filosofia quântica, que se baseia em terminologias cabalísticas.

Talvez seja difícil compreender, mas a ideia, segundo Pollack, é entender a Cabala como um ensinamento, um modo de vida. Aquilo que vemos representa somente 1% da nossa realidade; é por isso que muitos pensam que sua existência não tem sentido ou depende da casualidade. A razão para isso? A limitada capacidade que nós, seres humanos, possuímos para ver os 99% restantes da realidade, onde estão todas as coisas que precisamos, ou seja, a força vital que ajuda a desfrutar de uma vida plena.

A Cabala não é nem uma sabedoria popular, nem uma religião, nem um culto ou uma seita. Pode-se dizer que é uma organização ou um centro que reúne um grupo exclusivo de pessoas, dirigido por “escolhidos” que se encarregam de entregar a sabedoria. Isso não quer dizer que há exclusão para receber os ensinamentos, apenas que ela não é muito conhecida em alguns países. Enfatiza na ciência e trata de não “tocar em temas religiosos”.

A Cabala ensina basicamente como ser um ser humano melhor. Considera qual é a forma correta ou melhor para “receber luz”, a ferramenta que permite que o ser humano se desenvolva em paz no mundo onde vive. Não existem muitas regras para seguir, somente ter vontade de mudar e aprender. É uma espécie da terapia para muitos que chegam ao centro.

Por não se tratar de uma doutrina, esta ciência não levanta nenhum tipo de obrigação para cumprir. “Exatamente o contrário”, enfatiza Pollack. O centro se encarrega de entregar um set de ferramentas que cada pessoa utiliza como quer. Entre as aulas oferecidas na Cabala estão a meditação, a astrologia, a leitura de textos em idioma hebreu, a filosofia quântica e a leitura das linhas das mãos. Ninguém deve se sentir obrigado a participar dessas atividades, e cada um pode escolher a que mais lhe agradar.

É ensinado, por exemplo, que a forma como dormimos é determinante para a forma como será nosso dia seguinte. Assim, se nos deitamos tristes, de mau humor, ansiosos ou felizes, é dessa mesma forma que nos levantaremos pela manhã. É preciso “plantar uma semente” para que ela germine durante a noite, para que a jornada do dia seguinte se desenvolva com calma, sendo benéfica e produtiva.

Por último, é bom saber que a Cabala não é uma “religião para os famosos”, como muitos acreditam. Este preconceito gira em torno de determinadas celebridades que se aproximaram da doutrina. No entanto, isso é o de menos. Todos os demais são gente “de carne e osso”, como qualquer um de nós, que ingressaram no centro para buscar a si mesmos, ser pessoas melhores, fazer o bem, encontrar a luz e preencher o vazio que lhes causava tanto mal. É preciso ter muito cuidado com o que se lê na internet, por exemplo, e é sempre melhor consultar um especialista antes de chegar a conclusões erradas.

Créditos da imagem: CoolKengzz


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