Capitão América: os valores que ele representa estão fora de moda?
Capitão América é um super-herói que ganhou grande reputação em todo o mundo nos últimos anos. Apareceu pela primeira vez em 1941, na metade da Segunda Guerra Mundial, principalmente como propaganda. Foi criado por Joe Simon e Jack Kirby, dois dos maiores ilustradores de quadrinhos.
O capitão foi projetado como um super soldado patriota que lutava contra as forças nazistas. Publicado exatamente no momento em que milhares de jovens estavam lutando na Europa, rapidamente se tornou o herói favorito de muitos.
A popularidade dos super- heróis caiu depois do período de guerra, e os quadrinhos que narravam as aventuras do Capitão América foram sumindo.
Não foi até o ano de 1964 que o Capitão voltou a aparecer, publicado sob a imagem da Marvel. A partir desse momento, seus quadrinhos vêm sendo publicados de forma regular até hoje.
Em 2001, como parte do Universo Cinematográfico da Marvel, estreou um filme com o nome de ‘O Primeiro Vingador’. Sob a direção de Joe Johnston, Capitão América foi um sucesso estrondoso nas bilheterias.
A partir desse momento, Chris Evans apareceu personificado como o Capitão em todas as publicidades do Universo Cinematográfico Marvel. Atualmente, o personagem de Capitão América já faz parte de sete filmes, incluindo os três da série Os Vingadores.
A coragem do Capitão é, sem dúvida, uma de suas qualidades mais apreciadas. No entanto, o código de comportamento desse personagem parece deslocado e expirado. Assim, aquilo que parecia moralmente adequado ao lutar contra os nazistas não parece ter o mesmo impacto diante das ameaças mundiais atuais.
Será que os valores que ele representa estão realmente fora de moda?
Steve Rogers, um homem bom
Como os fanáticos sabem, o Capitão é um homem à frente de seu tempo. O Capitão América surge como o alter ego de Steve Rogers, depois que este se transformou em um super soldado.
Nascido nos anos 20 e criado em uma área pobre do Brooklyn, Rogers sempre foi uma criança doente. Por passar muito tempo em casa se recuperando de doenças, acabou se tornando um amante da arte. Apesar de sua natureza calada e seu gosto pelo desenho, Rogers possui coragem e patriotismo em seu interior.
Quando atinge a idade necessária, Rogers tenta se alistar no Exército dos Estados Unidos. No entanto, ele é rejeitado várias vezes devido a sua aparência e estatura.
Dessa forma, ele aceita fazer parte do Projeto Rebirth. Lá, é injetado com um sérum e exposto à radiação. Após este procedimento, o fraco e magro Steve Rogers se transforma em um homem alto e forte. Este é o momento no qual nasce o Capitão América.
O que faz com que ele seja o Capitão, no entanto, não são suas qualidades físicas. Steve Rogers foi escolhido para este posto por suas qualidades morais. Entre elas estão, é claro, sua coragem, sua capacidade da liderança e sua honestidade.
Os tempos mudam, mas e os princípios?
Steve Rogers é constantemente surpreendido e confundido pelos avanços tecnológicos e algumas normas sociais. Ao mesmo tempo, está satisfeito com os progressos feitos nos âmbitos da igualdade de gênero e justiça racial.
Muitas pessoas pensam que os valores associados ao bem vão além do tempo. No entanto, o tempo e as épocas mudam. Assim, algumas qualidades que são admiráveis e grandiosas em algumas épocas se tornam rejeitadas em outras.
As virtudes no tempo dos heróis de Homero não são as mesmas que identificamos nos heróis atuais. Então, para o Capitão América, como o dilema moral é resolvido? O que faz com que este Capitão continue vigente?
Capitão América, um herói que perdura
Muitas pessoas vão ao cinema pela emoção de ver o Capitão em ação. Cada vez mais, os filmes de super-heróis inovam no campo dos efeitos especiais.
No entanto, é evidente que existe uma qualidade por trás do imenso sucesso dos filmes de Steve Rogers. Há uma qualidade em suas histórias que funciona como um bálsamo para o mundo em guerra no qual vivemos. Sabemos que, no fim de cada filme, o bem triunfará.
Capitão América tem seu código moral “fora de moda” baseado em valores como a honra, a integridade e a coragem. Este código moral é exatamente o que o mundo tanto precisava, seja no século XX ou agora. O mundo mudou, mas a importância dos valores aos quais Rogers se prende não.
Assim, é incorreto afirmar que a ética do capitão é branca e preta sem nenhuma escala de cinza. Como qualquer pessoa, a ética e a moral de Rogers se formam a partir de decisões constantes. O fato de Steve Rogers ser uma pessoa boa se deve à sua convicção. O Capitão América está decidido a fazer o bem e age dessa forma em todas as circunstâncias.