Chicote cervical: sintomas, causas e tratamento

Chicote cervical: sintomas, causas e tratamento
Gema Sánchez Cuevas

Escrito e verificado por a psicóloga Gema Sánchez Cuevas.

Última atualização: 11 fevereiro, 2019

O chicote cervical é uma dor no pescoço que surge quando esta área tão sensível do corpo é submetida a uma aceleração e desaceleração muito bruscas. Por isso, ele costuma ocorrer em acidentes de trânsito em que o motorista tem que frear de uma forma muito repentina, ou quando recebe um golpe traseiro. Também conhecida como lesão cervical, ela pode provocar uma grande variedade de sintomas incômodos e perigosos.

Neste artigo, vamos contar tudo que você precisa saber sobre esta patologia.

Chicote cervical em acidente

O que causa o chicote cervical?

Ao dar uma freada brusca no carro ou receber um golpe traseiro, a aceleração que movimenta o veículo é transmitida diretamente para o nosso pescoço. Isso faz com que o peso da nossa cabeça (que normalmente é de uns 8 quilos), passe a ser, momentaneamente, uns 50 quilos, muito mais do que as cervicais podem suportar sem fazer esforço.

A explicação mais comum é que, devido a isso, ocorre uma distensão interna em alguns dos ligamentos ou músculos do pescoço. Isso provoca uma grande dor nesta região, que pode se expandir para a cabeça ou as costas, além de provocar outros sintomas pouco comuns e incômodos.

No entanto, alguns estudos mostram que os sintomas do chicote cervical não têm nada a ver com o aparecimento de uma lesão. Alguns especialistas sugerem que se trata de um problema psicossomático, muito mais relacionado com o estresse do que com o dano físico.

Geralmente, não se trata de uma patologia muito perigosa e ela tende a desaparecer sozinha depois de alguns dias. No entanto, no caso desses sintomas persistirem por mais tempo, ou serem muito fortes, é recomendável ir ao médico para descartar problemas mais graves.

Sintomas mais comuns

A maioria das pessoas que sofrem com essa patologia apresentam uma série de sintomas muito parecidos. Alguns dos mais comuns são:

  • Dor no pescoço. Costuma aparecer imediatamente, ou nas horas posteriores ao acidente.
  • Rigidez nas cervicais. Se manifesta como uma dificuldade para mover o pescoço livremente.
  • Dor de cabeça. Normalmente na parte superior da mesma.
  • Enjoos ou vertigem, com sensação de perder o equilíbrio a qualquer momento.
Dores no pescoço

Em algumas ocasiões, podem aparecer outros sintomas menos frequentes. Desse modo, não é estranho que as pessoas com chicote cervical reclamem que a dor se ampliou para os seus braços ou até as costas. Por outro lado, também pode aparecer o tinnitus (um zumbido incômodo nos ouvidos).

Além disso, em muitos casos, surgem também alguns sintomas emocionais. Isso acontece devido ao mal-estar causado por sofrer um acidente de trânsito. Os mais comuns são a ansiedade e o estresse pós-traumático, mas, em ambos casos, os problemas costumam ser bem leves e de curta duração.

Como tratar o problema?

O chicote cervical costuma ser um problema que responde, com o devido tempo e paciência, bastante bem ao tratamento. Neste sentido, até pouco tempo atrás, recomendava-se manter o pescoço imobilizado para acelerar a recuperação. Isso acontecia porque antes acreditava-se que a dor fosse causado por uma lesão interna no pescoço.

No entanto, pesquisas recentes mostram que o uso de um colar cervical que imobilize o pescoço pode aumentar o tempo necessário para a recuperação. Isso seria provocado pelo enfraquecimento dos músculos da área, ao se manterem muito parados (uns sempre em tensão, e outros sempre relaxados). Portanto, hoje em dia, recomenda-se tentar levar uma vida normal assim que possível e reservar o uso do colar cervical só para momentos pontuais, como ao dirigir.

Por outro lado, observou-se que fazer exercício físico para fortalecer os músculos cervicais diminui o tempo de recuperação. No caso do aparecimento de muita dor, poderiam ser utilizados analgésicos ou anti-inflamatórios.

Como podemos ver, o chicote cervical pode ser bem incômodo, mas não costuma trazer consequências graves. No entanto, se os problemas emocionais associados a ele continuarem, é recomendável recorrer à psicoterapia para solucioná-los.


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