5 citações de Edmund Burke
Embora fosse um líder muito conservador, as frases de Edmund Burke também revelam que ele foi um pensador de grande amplitude e sensatez, além de ser dotado de grande sabedoria. Este filósofo e político irlandês foi autor de importantes obras que marcaram de forma significativa o pensamento de sua época.
Um dos aspectos mais interessantes de Edmund Burke é que ele entrou na política e conseguiu ser eleito membro do parlamento sem estar formalmente vinculado a nenhum partido político. Essa independência de critério se reflete em suas frases, que não são partidárias em nenhum caso, mas sim filosóficas.
Na verdade, as frases de Edmund Burke têm antes de tudo um tom moral. A sua reflexão se orientava sobretudo para o exame dos valores da sua época e a forma como eles se articulavam no exercício da política. A seguir, veremos algumas de suas afirmações mais interessantes.
“Para que o mal triunfe, basta que os bons não façam nada.”
-Edmund Burke-
1. O limite da tolerância
O tema da tolerância tem sido um tema controverso em diferentes séculos. O ponto mais polêmico é o do limite desse valor socialmente desejável. Enquanto alguns propõem que o seu alcance seja ilimitado, outros sugerem que esta seja uma virtude dentro de alguns limites.
A esse respeito, uma das frases de Edmund Burke diz: “Há sempre um limite além do qual a tolerância deixa de ser uma virtude.” De fato, até mesmo as virtudes, em excesso, começam a ser vícios. Se toda e qualquer posição ideológica for tolerada, surge um paradoxo: “Devemos tolerar a intolerância?”
2. As múltiplas faces da ambição
Outra frase de Edmund Burke diz: “É bem conhecido que a ambição tanto pode rastejar como voar.” Isso significa que esse desejo de ir além, ou de obter certas conquistas ou bens, é uma realidade com duas faces: uma amigável e outra sombria.
A ambição pode ser uma motivação para o esforço. Ela leva muitas pessoas a darem o seu melhor na busca de um objetivo. No entanto, também se trata de uma força que leva muitos a revelar o que há de pior em si mesmos, tudo para alcançar o que se propuseram a fazer.
3. A contribuição dos nossos oponentes
Como bom parlamentar, Edmund Burke se envolveu em inúmeras controvérsias. Diante da divergência de opiniões, tinha uma posição interessante que expressou na seguinte frase: “Quem luta contra nós reforça os nossos nervos e aguça as nossas habilidades”.
Dessa forma, fica claro que ele via os seus oponentes como um ponto de referência para promover a sua evolução pessoal. Ele diz que eles reforçam os nervos porque vencer um debate, em parte, tem a ver com o autocontrole. E que eles aguçam as habilidades porque uma posição contrária nos obriga a melhorar os argumentos utilizados.
4. Sobre o medo
Edmund Burke também refletiu sobre um tema universal: o medo. Diante dele, aponta: “É o medo o mais ignorante, o mais injusto e cruel dos conselheiros.” Sua posição é a de rejeição total do medo como um ponto de partida para a tomada de decisões.
O medo é uma força muito poderosa que nos prepara para a ação. No entanto, o lugar para o qual ele nos empurra nem sempre é o melhor para nós. O medo distorce as nossas percepções e raciocínios, empurrando-nos para o erro.
5. Leis ruins
Edmund Burke era um homem da lei e, como tal, formulou uma afirmação lúcida e aplicável a todos os tempos. Esta diz: “Leis ruins são o pior tipo de tirania.” Quando algo se torna lei, automaticamente passa a funcionar como parâmetro do que é correto ou desejável para a sociedade.
No entanto, se essa lei for injusta, ela deixa as sociedades em meio a uma forte contradição. Cumprir a lei é obrigatório, mas ao cumpri-la se comete uma injustiça. Portanto, conforme Burke aponta, estabelece-se uma tirania, mantida pela própria lei.
Embora este pensador se colocasse dentro da linha conservadora, também houve vários episódios durante a sua vida que mostraram a sua linha progressista. Na verdade, ele era um homem apegado aos valores mais tradicionais e à lei, que teve uma carreira impecável. É por isso que as frases de Edmund Burke são uma contribuição valiosa para a compreensão do pano de fundo da ética política.
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- Cisneros, Isidro H. Tolerancia y democracia (Tema central). En: Ecuador Debate. Liberalismo y tolerancia, Quito : CAAP, (no. 35, agosto 1995): pp. 91-103. ISSN: 1012-1498.