Como malcriar um filho

Como malcriar um filho

Última atualização: 18 fevereiro, 2017

Como criar um filho parece ter ficado muito complicado, sempre sobra a opção de malcriá-lo. Este método é mais simples, embora talvez custe tanto quanto ou ainda mais. Mas como saber se o estamos criando ou malcriando? Qual das duas formas escolher: criar ou malcriar? A escolha, é claro, fica a cargo dos pais, tutores, educadores e, por que não, da sociedade em geral. Não vamos ressaltar a importância da televisão na educação, que às vezes é maior do que parece, para não estender o relato.

Também não vamos nos centrar nas discussões que existem sobre se algumas ações são boas ou ruins para a educação dos filhos. Vamos tentar nos afastar dos relativismos para dar regras objetivas, condutas a realizar na criação dos filhos, CONTANTO QUE O RESULTADO PRETENDIDO SEJA MALCRIÁ-LOS.

Os 10 mandamentos para malcriar uma criança

Embora existam muitas formas de malcriar os filhos, há dez regras que são tão simples em seu enunciado como os próprios mandamentos. Se você cumpri-las, basta um pouco da sorte que você tem para conseguir o objetivo pretendido.

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Emilio Calatayud, o famoso juiz de menores espanhol, nos deixa, com toda sua boa vontade, este decálogo para a posteridade (são permitidas certas modificações para enriquecer a leitura):

  1. Comece desde a infância dando ao seu filho tudo o que ele pedir. Assim, ele irá crescer convencido de que o mundo inteiro pertence a ele e de que tem direito de fazer o que quiser, quando e como quiser.
  2. Não se preocupe com a educação ética ou espiritual dele. Espere que ele alcance a idade adulta para que possa decidir livremente. Certamente ele irá aprender sozinho os valores que ninguém lhe ensinou e, é claro, irá praticá-los.
  3. Quando ele disser palavrões, ria. Isso irá encorajá-lo a fazer coisas mais engraçadas. Reforçar o uso de más palavras e ações irá transformá-lo em uma pessoa muito elogiada e já sabemos que todo mundo adora as pessoas “engraçadas”.
  4. Não o repreenda nem diga que algo que ele faz está errado. Ele poderia criar complexos de culpa. Ninguém quer que seu filho deite a cabeça no travesseiro à noite se sentindo culpado, mesmo tendo culpa. É melhor comprar um brinquedo para ele e esperar que da próxima vez ele não repita.
  5. Arrume tudo o que ele tirou do lugar: livros, sapatos, roupa, brinquedos. Assim, ele irá se acostumar a jogar a responsabilidade nos outros e, como se não bastasse, quando se casar, saberá quem tem que arrumar a casa.
  6. Deixe que ele leia tudo que cair nas mãos dele. Certifique-se de que seus pratos, talheres e copos estejam esterilizados, mas não pense na mente dele que pode se encher de lixo. Deixe-o assistir televisão livremente e jogar videogame o dia inteiro.
  7. Brigue frequentemente com seu cônjuge na presença da criança, assim ela não sofrerá tanto no dia em que a família, talvez pelo próprio comportamento dela, fique destroçada para sempre.
  8. Dê a ele todo o dinheiro que ele quiser gastar. Ele não irá suspeitar que para ter dinheiro é necessário trabalhar, nem tentar buscar uma vida independente em que ele ganhe seu sustento sozinho.
  9. Satisfaça todos os desejos dele, apetites, confortos e prazeres. O sacrifício e a austeridade poderiam gerar frustrações que irão atrapalhar sua futura personalidade.
  10. Fique do lado dele em qualquer conflito que ele tiver com professores e vizinhos. Pense que todos eles têm preconceitos contra seu filho e que na verdade querem chateá-lo. Porque supor que o nosso filho mente está fora de questão, “meu filho sempre fala a verdade”.

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A educação estabelece a base da pessoa adulta

Como dissemos no início, podemos ter a percepção de que a educação é uma tarefa mais ou menos complexa, mas o que normalmente não faz com que se criem adultos responsáveis é a ausência de limites claros enquanto ainda são crianças. Não podemos esquecer que grande parte da base do que elas serão no futuro é estabelecida na infância, tanto para o bem quanto para o mal.

Assim, ficam aqui expostas as chaves que você deve seguir para malcriar um filho. Entenda-se em tom de ironia que cumprir essas dicas fará com que o nosso filho seja uma pessoa melhor e, é claro, “quando seu filho já for um delinquente, não se esqueça de proclamar que nunca pôde fazer nada por ele”.


Este texto é fornecido apenas para fins informativos e não substitui a consulta com um profissional. Em caso de dúvida, consulte o seu especialista.