Como saber se a terapia está funcionando?
Iniciar um processo de psicoterapia é caminhar em direção a uma vida mais saudável e agradável. Hoje, queremos responder a uma pergunta frequente neste contexto: como saber se a terapia está funcionando? Em última análise, trata-se da sua saúde mental, e é importante conhecer os sinais de que tudo está correndo bem.
Neste artigo, identificaremos alguns dos sinais que o ajudarão a avaliar se você está realmente fazendo o progresso que deseja. Lembre-se de que o bem-estar emocional é fundamental para a sua qualidade de vida, e se não houver progresso, é melhor agir.
Como saber se a terapia está funcionando?
Para quem está vendo um psicólogo pela primeira vez, a experiência da terapia pode ser avassaladora. Além disso, a pessoa pode ter ideias erradas a respeito de como funciona a psicoterapia.
É aconselhável considerar que os avanços na psicoterapia geralmente não seguem uma progressão linear. Não é incomum que o plano de tratamento comece com ajustes que melhorem os resultados das intervenções subsequentes.
Além disso, os pacientes frequentemente passam pelo que poderíamos chamar de recaídas ou contratempos, o que não significa necessariamente que a intervenção esteja falhando – na verdade, às vezes o terapeuta pode intervir na terapia para aumentar um desconforto, de modo que a intensidade chegue a um ponto que acaba motivando a mudança (falaríamos de uma espécie de intervenção paradoxal).
Na maioria dos casos, as recaídas podem se tornar experiências de aprendizagem que reforçam o progresso.
Nesse sentido, não é fácil determinar se uma terapia está funcionando quando um tempo ainda não passou ou quando consideramos apenas uma parte isolada da intervenção que pode dar frutos mais tarde. No entanto, há uma série de etapas que o ajudarão a avaliar o curso da terapia.
Etapas para avaliar se a terapia está funcionando
Os passos a seguir serão muito úteis para saber, em um determinado momento, se a terapia está funcionando ou não.
1. Defina metas terapêuticas com seu psicólogo
É essencial que, desde a primeira sessão, você estabeleça uma série de metas com base no motivo da consulta. Por exemplo, se você vier porque está muito ansioso, um objetivo pode ser reduzir os pensamentos intrusivos. Quando você tiver certeza do que deseja alcançar, será mais fácil saber se a terapia está funcionando.
Além disso, estabelecer metas é uma boa maneira de se manter motivado e alcançar o bem-estar. Tuominen-Soni, Salmela-Aro e Niemivirta (2008) publicaram uma análise sobre a orientação para metas e o bem-estar subjetivo. Nas conclusões, a equipe menciona que objetivos relacionados ao desenvolvimento pessoal estão associados a um maior bem-estar.
2. Mantenha um registro comportamental para ver o seu progresso
Agora que você sabe para onde quer ir, a próxima coisa a fazer é acompanhar o seu progresso. Para isso, converse com seu terapeuta. Na psicologia existem diferentes métodos de monitoramento comportamental que você pode utilizar. Dependendo de quais são seus objetivos terapêuticos, o psicólogo recomendará aquele que melhor se adapta à sua situação.
Quando o tratamento começar a fazer efeito, você observará mudanças no registro e sentirá satisfação pessoal. Lembre-se de que todo progresso conta; mesmo aqueles que parecem pequenos a olho nu exigem um grande esforço.
3. Analise como você se sente
Esta é uma das melhores maneiras de saber se a terapia está funcionando, pois avalia o bem-estar subjetivo. Reserve algum tempo durante o dia para refletir sobre suas emoções e seu crescimento pessoal. Para ajudá-lo com isso, você pode se perguntar qualquer uma das seguintes perguntas:
- Como eu me sentia antes de iniciar a terapia?
- Como me sinto agora?
- Onde eu estava antes de iniciar o tratamento?
- Onde estou agora?
- O que mudou desde o início do processo?
Ao responder a essas perguntas, é mais fácil perceber se a sua situação melhorou ou não com a terapia. Outra boa ideia para avaliar suas emoções é manter um diário pessoal, no qual você anota seus pensamentos e sentimentos.
4. Converse com seu terapeuta
Ao longo do processo, é o seu psicólogo que tem analisado cuidadosamente sua situação emocional e seu progresso. Portanto, faz sentido conversar com ele sobre as mudanças que ocorreram desde o início da intervenção.
Ele pode até mencionar fatos que você nunca notou antes e que mostram um progresso significativo.
Recomendações para obter mais da psicoterapia
Existem certos fatores que desempenham um papel essencial no tratamento e que geralmente não são considerados. Um deles é a atitude que você tem em relação à terapia; quanto melhor sua atitude, melhores resultados você obterá. Os resultados surgem quando o cliente/paciente é um agente ativo, e não passivo.
Por outro lado, a maioria das intervenções precisa de tempo e consistência para produzir resultados. Você pode pensar nisso como uma academia; quando você sai no primeiro dia, você se sente melhor. No entanto, sua forma física não melhora até que passem duas ou três semanas e o corpo comece a consolidar adaptações significativas ao aumento da demanda.
Não é realista acreditar que a ansiedade, a depressão ou a raiva irão embora após duas ou três sessões. Muitas vezes as pessoas recorrem à terapia por problemas que demoram a revelar suas raízes.
Além disso, pense que a psicoterapia pode ser um processo desconfortável. Se você já consultou um fisioterapeuta, pode pensar na dor que pode sentir quando ele começar a trabalhar na lesão. Assim como desfazer uma contratura, desfazer um nó emocional pode não ser um processo no qual nos sentimos bem.
É provável que venham a surgir fatos ou pensamentos que, até agora, você vinha tentando manter no lugar mais remoto da sua mente pelo poder de fazer você se sentir mal. Quando isso acontecer, é preciso lembrar que o espaço terapêutico é um lugar seguro e um passo necessário para avançar.
Finalmente, se depois de seguir as etapas descritas acima você concluir que a terapia não está funcionando, converse com seu psicólogo. Você sempre pode fazer ajustes, e nesse diálogo você pode vir a identificar, com a ajuda dele, que fez progressos. Neste último caso, você sempre pode solicitar que seu caso seja tratado por outro profissional.
Todas as fontes citadas foram minuciosamente revisadas por nossa equipe para garantir sua qualidade, confiabilidade, atualidade e validade. A bibliografia deste artigo foi considerada confiável e precisa academicamente ou cientificamente.
- Brunstein, J. C. (1993). Personal goals and subjective well-being: a longitudinal study. Journal of personality and social psychology, 65(5), 1061.
- Moreno, J. G. (2011). La efectividad de la psicoterapia. ANALISIS TRANSACCIONAL y PSICOLOGIA HUMANISTA, 44.
- Tuominen-Soini, H., Salmela-Aro, K., & Niemivirta, M. (2008). Achievement goal orientations and subjective well-being: A person-centred analysis. Learning and instruction, 18(3), 251-266.