Faça, e se vão criticar de qualquer forma, aja com mais ímpeto

Faça, e se vão criticar de qualquer forma, aja com mais ímpeto

Última atualização: 08 março, 2017

Faça, seja o que for que você tenha em mente, atreva-se a realizar, porque se vão te criticar de qualquer forma, não vale a pena se esconder no seu buraco, se amargar em suas inseguranças. Viver plenamente é a arte de se fazer de surdo às palavras ocas e maliciosas para fugir da mediocridade e dançar em meio ao extraordinário.

É curioso como na hora de buscar bibliografia a respeito das críticas a maioria dos títulos que aparecem foca sempre na ideia de que devemos aprender com elas. É como se grande parte das críticas que recebemos no dia a dia tivessem essa intenção positiva e construtiva; críticas perante as quais devemos ser receptivos para entender o erro, assumir a sugestão e crescer.

Mas na realidade, uma grande parte das críticas que recebemos ao longo da nossa vida não são úteis e nem buscam trazer luz. Pelo contrário, elas dão uma rasteira no nosso autoconceito e acabam com a nossa autoestima. Falamos, sem dúvida, de uma dimensão altamente destrutiva que tem seu forte impacto na infância e nos relacionamentos conjugais.

Muitas vezes costuma-se dizer que o que as pessoas buscam acima de tudo é serem valorizadas pelos nossos semelhantes, e que por isso é muito difícil assumir a culpa. Isso não é inteiramente verdade. O ser humano, mais do que ser valorizado, precisa ser respeitado. Mais do que as bajulações, priorizamos apenas o “ser e deixar ser”. Assim, muitas das críticas que recebemos no nosso dia a dia são como aquelas sombras afiadas que buscam ofuscar o nosso trabalho, o nosso estilo de vida, a nossa identidade.

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Quando criticar só serve para fazer mal

Você tem a sua forma de fazer as coisas, com as suas próprias manias, seus detalhes particulares e seu estilo inconfundível. É possível que os outros não entendam, que se surpreendam e que mais de um cometa a imprudência de te censurar e criticar só por você ser como é. Por fazer as coisas como você faz. Portanto, suas críticas têm pouca utilidade, mas muito efeito colateral.

As mensagens punitivas que não contribuem em nada e que buscam apenas humilhar pessoas ou entidades próprias causam dano. Essa dor, por sua vez, é associada ao vínculo que mantemos com essa pessoa. Quanto maior a proximidade, maiores são as sequelas. Tanto é que, para a famosa teoria dos quatro cavaleiros do apocalipse enunciada por John Gottmam sobre as causas que predizem o rompimento de um relacionamento amoroso, a crítica é uma das principais.

Costuma-se iniciar de uma forma sutil, quase imperceptível. No entanto, pouco a pouco, a crítica persiste e se transforma em uma espiral onde são adicionados ingredientes como o ressentimento, o desprezo ou o despeito.

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As críticas serão sempre levantadas como detonadores da infelicidade quando forem baseadas nos seguintes princípios:

  • Quando criticam a personalidade, não os comportamentos específicos.
  • Quando não focam na melhoria, mas no próprio ataque com o objetivo de menosprezar, de humilhar ou de projetar a própria raiva de quem emite a ofensa.
  • Da mesma forma, a crítica também deixa sequelas quando nos deixa claro que “só há um modo de fazer as coisas”, e esse modo é o que o nosso parceiro impõe.

Os especialistas em relacionamentos amorosos nos dizem que as pessoas que exercem este tipo de conduta baseada na crítica contínua sabem muito bem que esse tipo de verbalização não ajuda a fazer com que as coisas melhorem. Na verdade, elas criticam e agridem através da palavra para proteger o ego. É um labirinto de destruição lenta de onde se deve sair o quanto antes.

Não somos perfeitos, mas a nossa imperfeição nos torna autênticos

Neste ponto, é importante deixar claro um aspecto. Se as pessoas significativas nos impedem de ser nós mesmos através da crítica contínua e do menosprezo, esse vínculo não serve, não é autêntico e é prejudicial. Existem pessoas que validam a si mesmas através desse carcoma mental que lhes serve de motivação para nos lembrar uma e outra vez o quanto fazemos as coisas mal, o quanto somos desajeitados e como a falta de iniciativa nos caracteriza. Desta forma e com estas artimanhas, elas se situam na tribuna do poder e da infalibilidade.

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Vamos pensar durante um minuto. Foi muito difícil para nós chegar onde estamos. Em nossa vida diária já sofremos o suficiente para manter à tona a nossa autoestima, para gerir a nossa própria autocrítica, para sermos capazes de discernir as críticas úteis das inúteis. Não vamos carregar sobre as nossas costas essas pessoas que só querem validar seus vazios com as nossas inseguranças.

Você não é perfeito/a, no entanto, essas nuances únicas e imperfeitas não fazem mal a ninguém e o definem como pessoa. Não deixe que ousem te criticar por você ser como é, por pensar como você pensa, por agir como você quer ou por defender os valores que caracterizam o seu coração.

  • Jamais coloque muros em volta dos seus desejos ou projetos só porque à sua volta se abre um oceano de objeções e advertências. Dê atenção a elas, julgue-as de forma objetiva e, se então descobrir que são críticas vazias e sem fundamento, deixe-as ir pelo ralo das palavras envenenadas, dos desejos com segundas intenções, das advertências cheias de egoísmo.

Aja sempre com assertividade e aplicando um filtro higiênico para dar atenção às objeções que nos ajudam a crescer e ignorar o que simplesmente não é útil nem respeitoso.

Imagens cortesia de George Emos.


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