Curiosidades sobre o parto

O parto marca a vida de todas as mulheres. A nível fisiológico, praticamente podemos falar de um milagre. Felizmente, cada vez sabemos mais sobre ele e surgem menos complicações. Conversamos sobre algumas curiosidades do parto.
Curiosidades sobre o parto
Sergio De Dios González

Revisado e aprovado por o psicólogo Sergio De Dios González.

Escrito por Edith Sánchez

Última atualização: 10 março, 2024

O parto é uma expressão da plenitude da vida e do amor. Um ser humano nasce de outro graças ao esforço de ambos. Todas as culturas deram um significado religioso ou mítico a este momento particular, no qual muitas vezes coexistem a vida e a morte.

Na verdade, antes do século 17, a morte da mãe era um evento muito comum. Não era incomum que o testamento fosse feito ao mesmo tempo em que os preparativos para o nascimento estavam sendo feitos. Muitas mulheres morreram na hora do parto e outras no pós-parto. O rei Luís XIV incentivou a presença de médicos para cuidar das mães, o que começou a reduzir a mortalidade.

Apesar dos grandes avanços, a mortalidade materna continua muito alta no mundo. A Organização Pan-Americana da Saúde (OPAS) estima que todos os dias 830 mulheres no planeta morrem por condições decorrentes da gravidez e do parto. Isso não deveria acontecer. Vejamos outros dados a respeito.

Mostre-me o rosto de sua mãe e direi quem você é.”

-Khalil Gibran-

Recém nascido
Ao nascer, o cérebro possui quase todos os neurônios de que necessitará ao longo de sua vida.

Curiosidades sobre o parto na antiguidade

Na Grécia Clássica acreditava-se que o parto era regido e protegido pelas deusas Ártemis e Ilitia. Elas estavam encarregadas de proteger a mãe e o bebê. Dizia-se que quando se aproximava o momento do nascimento, elas se aproximavam da cama com uma tocha na mão para guiar o pequeno em seu caminho para o mundo. Daí vem a expressão “dar à luz” e a palavra “alumbramento” para se referir ao parto.

Para Hipócrates, o pai da medicina, o parto ocorria quando o bebê decidia “sair do útero” forçado pela fome. Ele faz isso abaixando a cabeça e empurrando com os pés do outro lado.

No antigo Egito, a gestação e o parto eram confiados à deusa Mesjenet. Depois que a criança nascia, a placenta era preservada para elaborar remédios para diversos males. A mãe tinha que ficar longe de todos por 14 dias, já que seu estado era considerado impuro.

Sorano de Éfeso é considerado o pai da obstetrícia. Este médico romano, do século II d.C., coletou uma grande quantidade de informações sobre gravidez e parto. Ele confiou a algumas mulheres experientes a missão de acompanhar a mãe que ia dar à luz e facilitar o processo. Essas mulheres eram chamadas de obstetrix, que significa “estar à frente”. Daí nasceu a palavra “obstetrícia”.

Recém-nascido descansando na barriga de sua mãe

Velhos e novos costumes

Em várias comunidades nativas americanas, era comum o pai estar envolvido no parto. A mulher o pegava pelos testículos e os apertava se ela sentia dor. Desta forma, o sofrimento era compartilhado. Era comum que cordas fossem penduradas nas vigas do teto e fixadas a elas que ficavam em posição de cócoras. Era assim que elas davam à luz. Este costume ainda é preservado em muitos lugares.

Diz-se que a palavra “cesárea” teve sua origem no nascimento de Júlio César por essa via. No entanto, isso não é verdade. Naquela época, 100% das mulheres que não conseguiam ter um parto vaginal morriam. No entanto, César espalhou a lenda de que sua mãe havia conseguido sobreviver e que, portanto, ele tinha origem divina.

O que é verdade é que em Roma o corpo do bebê era extraído se a mãe morria. Às vezes, se conseguia salvar o pequeno. A primeira vez que uma cesariana foi realizada com sucesso foi na Suíça, no ano de 1500. O castrador de porcos Jakob Nufer realizou esse procedimento em sua esposa e conseguiu fazê-la sobreviver. A mexicana Inés Ramírez é a única mulher que realizou uma cesariana em si mesma, com sucesso, no ano 2000.

Alguns estudos indicam que até 14% das mulheres grávidas têm “tocofobia” ou medo do parto. Não é para menos se tivermos em conta que este acontecimento sempre esteve associado a dores extremas. Esse medo parece estar se intensificando nos últimos anos. Tempos em que vemos celebridades alugando úteros e depois posando em uma cama de hospital como se tivessem dado à luz.


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  • Botell, M. L., & Bermudez, M. R. (2012). El parto en diferentes posiciones a través de la ciencia, la historia y la cultura. Revista Cubana de Obstetricia y Ginecología, 38(1), 134-145.
  • O’Connell, MA, Leahy‐Warren, P., Khashan, AS, Kenny, LC y O’Neill, SM (2017). Prevalencia mundial de tocofobia en mujeres embarazadas: revisión sistemática y metanálisis. Acta obstetricia et gynecologica Scandinavica , 96 (8), 907-920.

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