De acordo com um estudo, 68% dos casais começaram como amigos
O amor nos encontra de muitas maneiras. Às vezes, instantaneamente, à primeira vista, na primeira conversa e naquele flerte em que o fascínio mútuo e a paixão nos unem desde o primeiro momento. Isso, como bem sabemos, acontece. Porém, de acordo com um estudo, boa parte dos casais começou como amigos.
Ou seja, o mais comum é que esse amor surja em fogo baixo e naquele dia a dia em que cumplicidades, apoio, risos e boa harmonia acontecem, e mais cedo ou mais tarde, pode começar um vínculo afetivo. Muitas pessoas se sentirão identificadas. Na verdade, há algo que analisa a pesquisa publicada na Social Psychological and Personality Science, de que falaremos agora. Em geral, aquela pessoa que acaba se tornando nosso parceiro não nos atraiu no início.
Ao conhecer aquele colega de trabalho ou aquela pessoa que é amiga de outro amigo é comum não sentir uma atração especial. No entanto, pode ser que com o tempo achemos que ninguém é mais perfeito e charmoso. Quase sem saber como, essa figura se torna alguém essencial em nossa vida e não podemos mais ficar sem ela.
O amor que surge entre amizades aparece depois de um ou dois anos, de acordo com um estudo recente.
É assim que o amor surge: 68% dos casais começaram como amigos
O principal autor deste artigo de pesquisa é Danu Anthony Stinson, da University of Victoria, no Canadá. É verdade que, de alguma forma, muitos de nós intuímos esses dados. Desta forma, e apesar do fato de estarmos na era do Tinder e de todas aquelas aplicações que nos permitem encontrar um parceiro – ou um relacionamento para uma noite – as pessoas continuam a se apaixonar lentamente. e no dia a dia
Bem, isso não significa de forma alguma que os relacionamentos que surgem da amizade sejam melhores do que aqueles que surgem da atração quase instantânea. No entanto, a forma como são construídos talvez os torne muito mais interessantes. Começar um relacionamento depois de uma boa amizade permite-nos entrar nesse vínculo com maior segurança, conhecimento e cumplicidade.
Por outro lado, o que a pesquisa destaca é que a partir do momento em que nos conhecemos e começa a amizade até o surgimento do amor, decorrem em média 22 meses. Quase dois anos em que a magia da confiança, a química da atração, a aliança da intimidade, da admiração e daquele desejo oculto que surge lentamente, mas com clareza, vai se erigindo aos poucos.
Da amizade, passando ao amor platônico à consolidação de um casal
Os filmes e a televisão costumam nos mostrar histórias fabulosas que começam com amor à primeira vista. Há um clique e, a partir daí, surgem várias situações que terminam nessa união idílica. No entanto, se partissem do que acontece com dois terços das pessoas em termos de relacionamentos, esta produção seria excessivamente longa.
Muitos dos casais que começaram como amigos passaram por vários estágios. Ressalta-se também que essa experiência ocorre tanto em pessoas heterossexuais quanto na comunidade LGBTQ +. Em geral, começa a amizade e depois de meses surge o amor platônico. Começa-se a fantasiar com aquele colega de trabalho ou de classe, com aquele amigo com quem nos damos tão bem e que é o nosso apoio diário.
É preciso esclarecer que no amor platônico o desejo sexual nem sempre existe de forma aberta. O que existe é atração emocional e intelectual, somada a uma idealização. A atração física e o desejo emergem em última instância, nessa fase que, em média, antecede a consolidação ou não do casal.
Muitas vezes, a amizade genuína e estimulante é acompanhada por uma atração intelectual semelhante à sapiossexualidade. São pessoas que se sintonizam em inúmeros detalhes e aspectos e que, aos poucos, acabam em um relacionamento.
Casais que começaram como amigos, a opção preferida
O autor desta obra, Danu Anthony Stinson, também nos conta algo interessante. Muitas das pessoas entrevistadas nesta pesquisa indicaram que preferem iniciar um relacionamento a partir de uma amizade. De alguma forma, damos por certo que nada é tão decisivo em um vínculo afetivo quanto aquela cumplicidade de quem, antes de ser amante, sabe ser parceiro para a vida.
Quem começou como amigo tem essa vantagem, sabe que vai ter alguém em quem se apoiar, uma figura com quem, antes, muitas coisas já foram compartilhadas. No entanto, insistimos, isso não significa que esses tipos de vínculos sejam mais ricos e felizes do que aqueles que começam com uma atração mútua e uma consolidação rápida do relacionamento.
Cada um encontra o amor à sua maneira e não há maneiras melhores ou piores. Porque o mais decisivo é o que acontece a seguir, justamente quando começa aquele vínculo afetivo e aquela convivência. Esta etapa é sempre nova para todos e exige de nós múltiplos esforços e delicadas técnicas psicoemocionais.
Entretanto, nunca podemos remover a variável da amizade da equação que é o amor. Sem ela, resta apenas paixão e desejo, dimensões fugazes que, embora intensas, nem sempre duram e nem sempre alimentam o compromisso.
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- Stinson DA, Cameron JJ, Hoplock LB. The Friends-to-Lovers Pathway to Romance: Prevalent, Preferred, and Overlooked by Science. Social Psychological and Personality Science. July 2021. doi:10.1177/19485506211026992