O valor de deixar que as crianças escolham o seu próprio caminho

O valor de deixar que as crianças escolham o seu próprio caminho
Valeria Sabater

Escrito e verificado por a psicóloga Valeria Sabater.

Última atualização: 16 fevereiro, 2022

“A Lua” é um curta delicioso da Disney Pixar que fará você conhecer a criança mais encantadora e mágica da fábrica. Seus olhos imediatamente se deslumbram, cheios da ávida curiosidade que já tem voz própria, que reluz com o brilho das estrelas que de vez em quando caem no firmamento.

Porque acredite se quiser, este curta trata exatamente disso: de estrelas que caem e que é preciso remover todo dia em uma tarefa muito especial que cumpre a família do nosso protagonista. São varredores, e o seu trabalho passou de geração a geração até chegar no momento do nosso protagonista.

“A Lua” é um curta em que uma criança se inicia no ofício que compartilham o seu pai e seu avô, mas o seu olhar cheio de inocência nos ensina que eles também tem voz, que eles também são capazes de escolher o seu caminho.

Se você tem filhos, se a sua vida está relacionada com a docência e você tem todo dia uma criança que é influenciada pelas suas palavras e expectador dos conhecimentos que você possa lhe transmitir, não hesite em fazê-lo assistir a este curta.

E ainda mais, nunca se esqueça de que eles também tem muito a nos ensinar, pois apesar de termos sido crianças uma vez, vestimos já tantas camadas sobre as nossas peles, olhos e coração que já perdemos parte dessa espontaneidade de longa data.

Só os olhares limpos e os corações curiosos têm a sabedoria ingênua para conquistar o mundo novamente, do mesmo jeito que nós fizemos uma vez.

O “bambino” com duas luas em seus olhos

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Não perca nenhum detalhe destes três personagens. Cada movimento, gesto e expressão carrega uma cuidadosa liturgia onde tudo adquire seus próprios significados. Estamos frente à iniciação de uma criança nesse trabalho que o seu pai e seu avô cumprem a cada dia.

É comum que todo pai, que todo progenitor, deseje transmitir à criança seus próprios costumes como quem vê a si mesmo como detentor de uma sabedoria absoluta. Contudo, são elas quem, às vezes, nos obrigam a reformular os nossos próprios esquemas.

Neste curta vemos nosso “bambino” levado em um barco com seu pai e seu avô até esse cenário de magia absoluta. E como todo ritual de passagem que se preze, quando é chegada a sua idade, também o menino recebe seu chapéu de varredor de estrelas, como o que usam seus familiares. Está pronto para aprender o ofício.

Muito bem, mas… o que acontece? Que a tarefa de varrer estrelas que cada dia saturam a Lua, por mais simples que pareça, de vez em quando tem as suas complicações. E de fato, chega um ponto em que a vida diária acaba com a engenhosidade, em que o costume faz com que se perca a inocência do avô e do pai.

É precisamente neste ponto em que o menino com olhos de Lua avança com determinação e coragem, resolvendo uma situação que as gerações mais velhas nunca teriam resolvido desta forma.

  • O menino então se lança como um autêntico “Pequeno Príncipe”. Aplica esse tipo de pensamento lateral ou raciocínio criativo que só uma criança atenta e inocente é capaz de desenvolver.
  • Se afasta dos esquemas paternos para dar pujança à sua engenhosidade, representando essa nova geração que é capaz de escolher o seu caminho, que não rejeita a ajuda familiar mas que demonstra ser igualmente capacitado.
  • Enquanto os adultos discutem, o bambino age. Porque são elas, as crianças, que têm a capacidade de poder se afastar de formalidades, do previsível, dos hábitos aceitos para quebrar esquemas. Para avançar.
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O valor das crianças escolherem o seu caminho

Este curta mostra, exatamente como apontamos, o valor de deixar que as crianças escolham o seu caminho, que tenham sua própria voz, e nos mostra o quanto podemos aprender delas se o permitirmos. Se formos capazes de nos abrirmos a eles também.

Educar implica realizar um grande ato de responsabilidade, mas deve ser uma responsabilidade tranquila onde não existam medos ou preconceitos:

  • As crianças não precisam ser controladas a cada passo que dão, e menos ainda serem superprotegidas.
  • Nossos filhos demandam a nossa atenção, demandam carinho e principalmente essa segurança com a qual poderão explorar o mundo se sentindo amados. Tendo a confiança suficiente para avançar em segurança e liberdade.

Cedo ou tarde nossas crianças terão o direito de escolher os seus caminhos, e não há motivo para que sejam os que nós imaginamos para eles se não é isso que os faz feliz.

E mesmo que sejam, mesmo que, como o bambino neste curta, ela se veja satisfeita por esse trabalho maravilhoso que a sua família desempenha, ela não tem por que realizá-lo do mesmo jeito. Porque somente o seu coração atento e seus olhos curiosos lhe dirão o que deverá fazer quando “essas coisas tão grandes” caírem do céu…

Aproveite o curta, e não se esqueça também de prestar atenção à maravilhosa trilha sonora de Michael Giachinno, que deixará você sem fôlego e com a emoção nos olhos.

Clique aqui para assistir ao curta


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