7 segredos para desenvolver a autoeficácia e se sentir competente
Há apenas algumas semanas perdemos Albert Bandura (1925-2021), um dos psicólogos sociais mais relevantes da história. Com ele aprendemos como desenvolver a autoeficácia. Ele nos ensinou que, em um mundo cada vez mais variável, acreditar em nós mesmos é a única forma de alcançar a estabilidade e a capacidade de atingir os objetivos que traçamos para nós.
Não é uma tarefa fácil. A autoeficácia é um dos pilares que constroem a personalidade humana, pois graças a ela temos a oportunidade de ser quem realmente queremos ser. O legado que ele nos deixou ao longo de sua extensa obra tem nos permitido entender desde a importância do aprendizado até como as crenças que decidimos reforçar influenciam o nosso bem-estar.
Confiar em nós mesmos, saber que somos capazes de realizar certas coisas e trabalhar em sintonia com nossos desejos, valores e habilidades é o que nos permite ir longe na vida. Portanto, vamos descobrir uma série de estratégias simples para desenvolver esta capacidade.
“As crenças das pessoas em relação às suas habilidades têm um grande efeito sobre essas habilidades.”
-Albert Bandura-
Como desenvolver a autoeficácia em 7 passos
A autoeficácia é definida como a confiança que temos em nossa capacidade de implementar certas ações e, assim, atingir um objetivo (Bandura, 1977, 1986, 1997). É importante ressaltar que não se trata apenas de “acreditar que podemos”. Não é uma simples “autoconfiança”.
Esta dimensão se baseia na assimilação e aplicação de um conjunto de competências; uma consciência de sucesso em um processo que apoiará nossa expectativa de sermos eficazes. Isso, como podemos imaginar, é decisivo na infância e na adolescência. Estudos, como os realizados na Universidade Jaume I, de Castellón, nos lembram que essa autoeficácia tem influência no desempenho acadêmico.
Sabemos que, quando um aluno tem confiança em sua habilidade e se baseia nela para acreditar que alcançará bons resultados, é mais provável que ele os obtenha. O próprio Bandura indicou que é prioritário desenvolver a autoeficácia na infância. Isso influenciará o nosso desenvolvimento e capacidade de realização na vida adulta. No entanto, sempre há tempo de aplicar as alterações adequadas.
Vejamos, portanto, uma série de chaves para colocar esse projeto em prática.
1. Se você quer ser competente em uma área, aprenda e trabalhe nisso
Ninguém pode ser eficaz como médico se não estudou medicina. Isso é evidente. Portanto, se você quiser se sentir verdadeiramente competente em qualquer disciplina, por mais insignificante que seja, você deve praticar e aprender. Isso significa, primeiro, que você deve reconhecer o que não sabe e, em seguida, estar aberto às mudanças, a estabelecer novas perspectivas e domínios.
2. Desenvolver a autoeficácia é um processo em constante evolução dentro de nós
Bandura disse que cada quebra-cabeça é completado peça por peça e de uma maneira cuidadosa. A mesma coisa acontece com a autoeficácia. É um processo de evolução em que a pessoa deve ver como consegue alcançar pequenos avanços e vitórias diárias. Haverá contratempos, é claro, mas é nisso que consiste o aprendizado, integrando os erros para resolvê-los e assim poder melhorar nosso senso de competência.
3. Lembre-se das experiências de domínio e realização
Uma chave para desenvolver a autoeficácia é se lembrar de todas as vezes em que tivemos sucesso em realizar certas ações. Podemos desenvolver a expectativa de que vamos conseguir fazer algo olhando para o passado para nos conectarmos com aqueles momentos em que fomos bem-sucedidos. Isso é importante porque acontece com frequência com as crianças.
Frequentemente, elas duvidam de si mesmas ao realizar certas tarefas. Porém, à medida que acumulam experiências de sucesso, confiam muito mais em si mesmas até serem totalmente autônomas.
4. Regule suas emoções e controle seus pensamentos
Se você deseja desenvolver plena e efetivamente a autoeficácia, deve controlar suas emoções. Dimensões como medo ou insegurança obscurecem suas expectativas. Se você teme o fracasso e fica obcecado com o erro, é bem provável que fracasse. Além disso, se sua mente não estiver com você e apenas os pensamentos negativos o assaltarem, sua competência entrará em colapso.
Portanto, é essencial que você aprenda a regular tudo que acontece na sua mente. Ser autoeficaz é alinhar habilidades com uma harmonia emocional adequada.
5. Modelagem social: olhe para aqueles que são bem-sucedidos
O que as pessoas de sucesso do seu setor fazem? Se você sonha em dominar uma disciplina, é apropriado olhar para aqueles que alcançaram a excelência. A modelagem social, ou seja, aprender observando e imitando especialistas, também é adequada.
6. Para desenvolver a autoeficácia, aceite os desafios
Pessoas que conseguiram desenvolver a autoeficácia e que alcançaram os níveis mais elevados em seus campos enfrentaram grandes desafios. Enfrentar tarefas difíceis de forma intencional e corajosa é uma forma de se desafiar e, acima de tudo, de mostrar a si mesmo que você pode realizar mais do que pensa.
7. Aceitar feedback positivo e negativo
Ninguém vai muito longe se não consegue aceitar conselhos, se não é bom em deixar espaço para o feedback externo. Nenhum de nós nasceu especialista; o especialista nasce com a humildade de quem assume que não sabe tudo. Isso implica, por exemplo, aceitar nossos erros e deixar-nos guiar por alguém que sabe mais do que nós.
Por outro lado, se é decisivo cometer erros, também é importante aceitar o reforço positivo. Um elogio é mais um incentivo para fortalecer a autoeficácia e saber que estamos no caminho certo. Nem mais nem menos. Por isso, trabalhemos todos os dias nesta dimensão para melhorar as nossas vidas, para podermos ir longe, onde quer que as nossas expectativas (e competências) nos levem.
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