Dicas para se afastar do seu ex, segundo Walter Riso

Dicas para se afastar do seu ex, segundo Walter Riso

Última atualização: 14 março, 2017

O último livro de Walter Riso tem como título “Eu já lhe disse adeus, agora como o esqueço”. Como todas as suas obras, esta promete ser um sucesso. Este psicólogo já havia escrito sobre diversos temas, mas não sobre a relação com um ex e os términos amorosos. Para ele mesmo esse vazio é curioso, já que na sua prática de consultório atende frequentemente pessoas que têm dificuldades para encarar o final de um relacionamento.

É verdade que atualmente muitos relacionamentos amorosos são efêmeros. Mas também é verdade que existem muitas pessoas que vivem justamente o oposto: permanecem muito tempo apegadas a vínculos que já terminaram. Não só isso, às vezes ficam tão obcecadas que podem ficar meses, ou até anos, dependendo do que o seu ex faz ou deixa de fazer, ou procurando-o com qualquer desculpa, ou simplesmente insultando-o na sua solidão.

“O melhor remédio para reparar um coração partido é o tempo…”
–Gwyneth Paltrow–

Walter Riso comenta que teve uma paciente que jurava ter esquecido seu ex. Contudo, dormia todas as noites com um ursinho de pelúcia que ele havia lhe dado de presente. Com esse gesto tão simples, prolongava a agonia do fim e fechava todos os caminhos possíveis para avançar na sua vida amorosa.

A esperança é o problema, diz Walter Riso

Diante do motivo pelo qual muitas pessoas têm muita dificuldade de esquecer, Walter Riso aponta que a palavra chave é “esperança“. A princípio, ter esperança é positivo porque estimula a agir e a perseverar. Mas em matéria de rupturas amorosas, esta grande virtude pode se transformar no seu pior inimigo.

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Enquanto houver esperança será impossível se desligar dessa pessoa, ou da lembrança dessa pessoa que já foi embora. A dor da perda pode fazer com que as percepções amorosos fiquem distorcidas, e é então quando começam a ser interpretados os fatos em função do desejo, e não do seu significado real. A esperança colabora para manter vigentes e superdimensionar essas percepções equivocadas.

O ponto é que essa esperança pode se manter apesar de já existirem demonstrações claras de desinteresse por parte do ex-parceiro. No fundo o que acontece é que não se aceita a perda. Então, como não se admite, a esperança vem fazer o papel de cortina de fumaça para não encarar a realidade.

O esquecimento emocional do ponto de vista de Walter Riso

Walter Riso introduz o conceito de “esquecimento emocional” para diferenciá-lo do esquecimento cognitivo. O esquecimento emocional acontece quando lembrar de uma pessoa ou de uma situação já não provoca sentimentos intensos. Por outro lado, o esquecimento cognitivo é a impossibilidade de relembrar como aconteceram os fatos em si.

Para que uma pessoa possa romper definitivamente com seu ex precisa acontecer o esquecimento emocional. Como isto se dá? Segundo Walter Riso, a melhor forma de conseguir isto é quebrando as cadeias de pensamento que amarram a este passado. Se alguma coisa lembra você dessa pessoa, acabe com isso. Se você não fizer isto, serão acionados um conjunto de pensamentos e de sentimentos amarrados que o levarão sempre ao mesmo ponto: a impossibilidade de esquecer.

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Atualmente parte desse processo de esquecimento emocional inclui eliminar essa pessoa do Facebook, do WhatsApp, ou de qualquer rede social. Estes espaços foram especialmente projetados para estar à par da vida de outras pessoas. E se o que se quer é esquecer, nada pior do que manter essas janelas abertas.

A dignidade e o crescimento pós-traumático

Para Walter Riso a dignidade é uma expressão de respeito consigo mesmo. E depois de um término amoroso, preservar a dignidade é um fator crucial para poder superar a situação. Cair nas súplicas, nas humilhações e em um assédio constante do ex-parceiro não apenas aumenta o sentimento de desvantagem próprio, mas também é totalmente ineficaz.

Se o outro acabou, mas você continua insistindo, o que você logo vai desatar é um deliberado desconforto. Ninguém aprecia alguém que não gosta de si mesmo. É difícil respeitar a quem não é capaz de se respeitar. Você pode escolher as formas mais disfarçadas de correr atrás do seu ex, mas essa pessoa sempre irá perceber e, com o tempo, tentará se afastar mais e mais.

Então, você estará andando atrás dele, pensando que seus passos o aproximam, quando a única coisa que fazem é você se sentir ainda mais perdido no dia em que essa miragem de esperança finalmente desaparecer.

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Walter Riso diz que o processo segue a sequência: autocontrole, resignação e criação de novas metas e expectativas. Quando você conseguir deter a obsessão, aceitar a perda e focar em buscar novas motivações, será quando a sua vida mudará e os seus sentimentos também. Depois de ter superado esta dura prova, em vez de sofrer um “estresse pós-traumático” o que você vai alcançar é um “crescimento pós-traumático”. Nesse sentido, terá valido a pena o esforço.

Imagens cortesia de Kyle Mckharty, Margarita Kareva.


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