Como ensinar e aprender a pensar?

A educação tradicional está sem recursos para enfrentar os desafios sociais diários. Hoje, existe tanta informação que devemos saber identificar fontes confiáveis ​e usá-las para obter conhecimento.
Como ensinar e aprender a pensar?
Laura Gómez Domínguez

Escrito e verificado por a pedagoga Laura Gómez Domínguez.

Última atualização: 07 novembro, 2022

A educação tradicional é baseada em um processo de aprendizagem sistemático e mecânico onde o objetivo principal é a memorização. Atualmente, muitos estudos defendem um método de ensino diferente. Um dos principais objetivos dessa revolução educacional que estamos testemunhando é a prender a pensar. A intenção é fornecer aos alunos ferramentas para que eles busquem informações por conta própria e as assimilem de forma crítica.

É importante mudar os processos e preparar os alunos para que, no futuro, eles sejam capazes de fazer boas análises, resolver problemas de forma eficaz e tomar boas decisões. Por isso, quando se trata de ensinar e aprender a pensar, é importante lembrar que todas as nossas ações são baseadas em nossos pensamentos. Isso ajuda os jovens a se tornarem bons pensadores e a não se dedicarem apenas à memorização.

Menino pensando na escola

Por que ensinar e aprender a pensar?

Na maioria das escolas, não existe um modelo educacional que ensine os alunos a pensar. As escolas tradicionais continuam a usar ferramentas, métodos e técnicas de curto prazo. Os professores passam quase todo o tempo ensinando os alunos a resolver equações e memorizar textos que eles provavelmente irão esquecer em poucos dias.

No entanto, muitos profissionais da educação apostam em metodologias baseadas na compreensão, e no valor das perguntas antes das respostas, criando formas de resolver problemas através do pensamento. Para isso, também é necessário renovar procedimentos e ferramentas.

“Assim como o solo, por mais rico que seja, não pode dar frutos se não for cultivado, a mente sem cultivo também não pode produzir.”
-Séneca-

O que é a Aprendizagem Baseada no Pensamento (Thinking-Based Learning)?

Atualmente, muitas instituições de ensino deram um passo à frente, reconhecendo que a metodologia tradicional foca na repetição com muito pouco significado intrínseco. Esse modelo de ensino é ineficaz porque o pensamento crítico e reflexivo não é colocado em prática.

A Aprendizagem Baseada no Pensamento (TBL) proporciona uma aprendizagem mais consciente e profunda capaz de mudar a forma como o aluno lida com novas informações. Robert Swartz, uma das personalidades mais influentes no campo da educação e criador desse método, o define como uma metodologia que ensina a pensar de forma criativa e crítica.

Robert Swartz explica que esta metodologia surgiu quando ele assistiu a uma aula de história em Boston. O professor deu a seus alunos duas histórias diferentes e pediu a eles que pensassem em qual deveriam acreditar. Swartz percebeu que aquelas crianças estavam aprendendo a decidir se o que estavam lendo era algo que deveriam aceitar como verdadeiro e confiável. Em conclusão, ele descobriu que essa perspectiva poderia ser aplicada a tudo.

Esta metodologia ativa vai além do conteúdo, já que garante que os alunos aprendam a pensar e tenham a oportunidade de resolver problemas do mundo real. Além disso, os incentiva a considerar as diferentes opções e procurar saber qual é a melhor. Dessa forma, o processo de aprendizagem não depende da memorização, mas sim da internalização dos conteúdos.

“O resultado da aprendizagem baseada no pensamento é que os alunos aprendem habilidades de pensamento para toda a vida, e entendem o conteúdo das matérias que estudam no currículo padrão de uma forma mais enriquecedora e profunda do que nas aulas mais tradicionais.”
-Robert Swartz-

Pensamento colaborativo em sala de aula

Para aprender a pensar, o professor deve atuar como um facilitador. Ele deve orientar os alunos a resolver problemas, casos e projetos em conjunto. Com isso, ele incentiva a participação ativa dos alunos.

Ensinar e aprender a pensar requer trabalho em grupo, afinal, todo pensamento funciona melhor quando é colaborativo. Compartilhar pensamentos e ideias com as pessoas ao redor incentiva o trabalho em equipe que, por sua vez, ajuda os alunos a refletir e compartilhar todos os tipos de aprendizagem.

A importância das perguntas para aprender a pensar

O diálogo é um recurso inestimável para adquirir conhecimento. Já no século V a.C., Sócrates percebeu a sua utilidade e projetou todo um método: a maiêutica. O método socrático considera as perguntas uma forma de desenvolver o pensamento. Dito isso, as perguntas feitas em sala de aula são o estímulo para os alunos tentarem responder e/ou levantar novas perguntas.

Além disso, as perguntas são úteis para que os alunos aumentem sua capacidade de estruturar suas ideias, sintetizem suas respostas e as defendam através do raciocínio. Consequentemente, há um aumento da sua autonomia. De repente, eles se sentem confiantes o suficiente para explorar campos desconhecidos. Nesse sentido, um bom professor sabe quais perguntas são as mais adequadas para cada situação.

“O mais alto grau de conhecimento é contemplar o porquê”.
-Sócrates-

Crianças em sala de aula

Os seis chapéus do pensamento

A técnica dos seis chapéus do pensamento foi criada por Edward De Bono para facilitar a resolução ou a análise de problemas sob diferentes pontos de vista. Ela estimula o pensamento lateral e criativo, incentiva o pensamento paralelo e é uma alternativa ao raciocínio tradicional.

Os seis chapéus representam seis formas de pensar. Cada um deles tem uma cor diferente, representando as direções de pensamento que podemos usar ao enfrentar um problema. Nessa técnica, cada participante se imagina colocando e tirando um chapéu para indicar o tipo de pensamento que está utilizando.


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