Equoterapia: benefícios, aplicações e disciplinas
Cada vez mais as pessoas com algum tipo de transtorno ou deficiência vêm optando por experimentar terapias alternativas para melhorar a qualidade de vida, como é o caso da equoterapia.
Isso não significa que este tipo de terapia não existisse muitos anos atrás, mas agora elas estão ganhando protagonismo. Através das terapias alternativas, a pessoa pode conhecer novas maneiras de melhorar, de se conhecer e de potencializar o seu desenvolvimento pessoal e a sua qualidade de vida.
A equoterapia tem como protagonista o cavalo, que é, por sua vez, a sua ferramenta principal de trabalho. Foram relatados inúmeros benefícios da equoterapia para pessoas com autismo, paralisia cerebral e outros tipos de transtornos ou doenças. Você quer saber mais sobre o tema? Como esta prática se originou? A quais grupos ela é indicada? Quais disciplinas inclui? Contaremos todos os detalhes a seguir.
O que é a equoterapia?
A equoterapia, também chamada de terapia equestre, consiste em um tipo de terapia na qual a ferramenta principal é o cavalo. É oferecida como uma alternativa frequentemente utilizada em pessoas com algum tipo de deficiência ou transtorno de desenvolvimento (como, por exemplo, o autismo).
O objetivo da equoterapia é favorecer o desenvolvimento cognitivo, físico, emocional, social e/ou ocupacional do paciente (ou usuário) através de uma série de exercícios, brincadeiras e atividades com os cavalos. De forma mais global, esta terapia permite melhorar a qualidade de vida e o bem-estar destas pessoas.
Através dela, a pessoa pode montar o cavalo, penteá-lo, cuidar dele, acariciá-lo, dar-lhe comida, brincar com ele, fazer exercícios de diferentes tipos, etc. Como sempre, um tratamento personalizado para cada pessoa (de acordo com as suas características físicas e psicológicas) permitirá tirar o máximo proveito da interação com o animal.
Origem
Onde e quando esta prática teve origem? Os gregos antigos aconselhavam as pessoas a montar cavalos para prevenir e curar diferentes incômodos do corpo e da mente. De maneira mais formal, diz-se que a equoterapia surgiu no México em 1969, graças a um preparador físico do Centro Deportivo Olímpico Mexicano, Rogelio Hernández Huerta. Naquele mesmo ano foi criado o primeiro centro especializado de equoterapia, além da NARHA (North American Riding for the Handicapped Association), uma associação que tem a missão de coordenar e reconhecer oficialmente este tipo de terapia que tem o cavalo como protagonista.
Em quais casos ela é indicada?
A equoterapia é especialmente indicada para pessoas que, como mencionamos, têm algum tipo de deficiência, seja física ou mental, mas também para pessoas com outros tipos de problemas, conforme veremos a seguir. Ela é utilizada tanto em crianças quanto em adultos. Especificamente, os grupos que podem tirar um grande proveito da equoterapia incluem pessoas com:
- Algum tipo de deficiência (física, psíquica ou sensorial).
- Transtornos do neurodesenvolvimento (como o autismo).
- Problemas de marginalização ou inadaptação social.
- Outros tipos de doenças.
De forma mais específica, este tipo de intervenção é aplicado, sobretudo, no âmbito do autismo, da paralisia cerebral, da síndrome de Rett, lesões medulares e/ou cerebrais, esclerose múltipla, fibromialgia, etc. Em cada caso, é preciso fazer as adaptações correspondentes, e os objetivos a serem trabalhados também serão diversos.
Benefícios da equoterapia
Os benefícios da equoterapia foram comprovados por diversos estudos. A grosso modo, encontramos benefícios físicos e psicológicos. Entre os psicológicos (e emocionais), se destacam os seguintes:
- Melhora a autoestima.
- Favorece o autocontrole das emoções.
- Potencializa a autoconfiança.
- Estimula a memória e a atenção.
- Favorece o respeito pela natureza e pelos animais.
Quanto aos benefícios físicos, foram observadas melhorias em crianças que praticam equoterapia no desenvolvimento muscular, equilíbrio, força, tônus muscular, capacidade motora, coordenação e resistência, entre outros.
A equoterapia e o autismo
Como mencionamos, a equoterapia é utilizada com frequência em crianças com autismo pelos grandes benefícios que oferece. Um estudo de Pérez et al. (2008) mostrou que, por meio do cavalo, a criança pode receber estímulos de quatro tipos: vestibular, proprioceptivo, tátil e motor.
Além disso, segundo um trabalho de De La Prieta (2017), a transmissão de calor corporal do cavalo, seus movimentos tridimensionais e as vibrações que transmite proporcionam à criança uma estimulação das estruturas nervosas, o que favoreceria o seu desenvolvimento.
Outro estudo, de Delgado y Sánchez (2015), publicado na Mediciego, indica que as crianças com autismo podem chegar a se conectar emocionalmente com o cavalo. Além disso, o fato de montá-los lhes proporciona uma sensação de segurança que permitiria beneficiar a sua autoestima.
Diferentes disciplinas
Dentro da equoterapia, encontramos diferentes disciplinas. Algumas das mais conhecidas são:
- Volteio terapêutico: implica fazer exercícios sobre o lombo do cavalo. A sua realização melhora o equilíbrio e a coordenação do paciente.
- Equitação pedagógica: é uma disciplina muito utilizada. Consiste na adaptação do paciente com o cavalo e com todo o seu entorno. No que diz respeito aos benefícios, aumenta a motivação, estimula a afetividade e melhora a concentração, entre outros.
- Hipoterapia: envolve a realização de exercícios de fisioterapia com e sobre o cavalo. É possível transmitir o calor corporal do cavalo ao paciente, bem como seus impulsos rítmicos e o movimento tridimensional (ou seja, trabalha-se através do movimento do cavalo).
- Equitação adaptada: está ligada ao esporte de pessoas com diversidade funcionam que já praticam a montaria. Sua finalidade é praticar a equitação com as adaptações pertinentes.
A equoterapia constitui uma ferramenta terapêutica com benefícios inegáveis que pode ser utilizada como terapia alternativa para crianças com autismo e outras patologias ou transtornos.
Ela também é indicada para adultos, e a variedade de disciplinas que ela engloba permite trabalhar com pessoas de todo tipo e em âmbitos muito diversos. Vale destacar que a pessoa que acompanha o usuário ou paciente durante a prática deve ser um profissional devidamente qualificado (geralmente são fisioterapeutas especializados).
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