3 pontos-chave para estimular a criatividade nas crianças
A maioria dos pais quer que seus filhos sejam obedientes, atenciosos, inteligentes e agradáveis. Eles querem o melhor para eles e, para conseguir isso, trabalham horas e horas e sofrem com os contratempos que se apresentam. Muitos também querem estimular a criatividade nas crianças. Se ao menos eles tivessem uma varinha mágica!
Sobre esse último tema, como podemos estimular a criatividade nas crianças? Como fazer elas produzirem aqueles momentos mágicos em que novas ideias ganham vida a partir da mais pura ingenuidade?
Existem várias estratégias diferentes para fazer isso. Todos elas são lógicas, consistentes e de eficácia comprovada. No entanto, sua aplicação exige que os pais ou responsáveis sejam ativos e envolvidos, longe daquelas famosas frases como “quer ficar quieto?” ou “agora não tenho tempo para as suas histórias”.
Se você quer que seus filhos sejam criativos, mesmo que eles façam parte de um sistema educacional que tende à homogeneidade (Ferrándiz, 2011), você precisa fazer um esforço para romper a inércia.
Organização do tempo: um desafio para estimular a criatividade nas crianças
Aulas de inglês, natação, matemática, futebol, xadrez, escrita… a variedade de atividades para crianças é enorme. Podemos dizer que elas são privilegiadas porque não precisam mais morar em uma cidade grande para encontrar atividades pelas quais se interessem.
A ameaça de um mundo adulto muito competitivo faz com que muitos pais façam um esforço financeiro para que seus filhos recebam uma formação complementar.
No entanto, essa mudança de orientação tem um preço. As crianças não ficam entediadas, então não precisam inventar jogos ou se esforçar para transformar um ambiente de baixa estimulação em um ambiente onde possam se divertir. Porque a criatividade começa com travessuras, jogos e com o controle sobre o próprio tempo. Isso é muito difícil de alcançar quando elas não têm tempo livre.
Assim, a primeira estratégia para incentivar sua criatividade é dar a elas tempo e espaço para tomar decisões sem a pressão de ter que responder às demandas externas. Caso contrário, o pensamento divergente sem a conquista de autonomia não faz muito sentido; a criatividade se fortalece quando serve para resolver problemas reais.
A dificuldade dos desafios
É verdade que as crianças também podem desenvolver sua criatividade em atividades específicas. Esse fenômeno ocorre, principalmente, quando há uma regulação inteligente dos desafios. Vejamos dois tipos interessantes de desafios:
O primeiro grupo consiste em desafios que a criança, com esforço, pode enfrentar por si mesma. Nessa situação, os adultos podem ajudar com frases de ânimo, enfrentando um desafio paralelo e evitando a tentação de ajudá-las. As crianças são capazes, e conseguir superar desafios fortalecerá a sua confiança.
O segundo consiste em desafios para os quais a criança precisa de uma pequena ajuda. Elas podem não saber fazer uma conta ou entender o significado de uma palavra, e a biblioteca está muito longe para irem sozinhas.
Nesses casos, a tentação de muitos pais é a de assumir o controle. Os pais podem ajudar as crianças a calcular, mas elas precisam resolver o problema. Podem procurar uma palavra no dicionário, mas elas devem responder às perguntas sobre a história. Podem acompanhá-las, mas elas devem seguir pelo caminho que já aprenderam.
Encontros tecnológicos e sociais
Muitos pais adoram quando seus filhos apresentam publicamente as habilidades que acabaram de aprender. No entanto, em muitos casos, a criança não deseja ter suas habilidades testadas em um ambiente em que se sente avaliada e insegura. Isso pode fazê-la falhar, pode fazer a ansiedade aparecer e fazer com que ela não queira continuar.
Por outro lado, os ambientes sociais também são um bom lugar para desenvolvimento da criatividade. Neles, ocorrem mudanças naturais imprevistas às quais as crianças têm que responder.
Portanto, é importante que a tecnologia não esteja ao alcance delas nesse e em outros momentos. Trata-se de enfrentar desafios da realidade levantados pelos outros, e não de jogar em uma tela.
A criatividade tem vários componentes: a pessoa, o processo, o produto e o entorno. Kaufman e Sternberg (2007) se referem a isso como o modelo dos “quatro P’s” (person, process, product e press).
Todas as fontes citadas foram minuciosamente revisadas por nossa equipe para garantir sua qualidade, confiabilidade, atualidade e validade. A bibliografia deste artigo foi considerada confiável e precisa academicamente ou cientificamente.
Ferrándiz, C. (2011) Estrategias metodológicas de aprendizaje activo para el alumnado con altas habilidades: Documento general desarrollo de la creatividad. [Apuntes académicos].
Universidad de Murcia.