Estresse metabólico: definição, causas e consequências
O conceito de estresse metabólico lhe parece familiar? Você o relaciona ao exercício físico? Este conceito se refere a um processo orgânico e, ao mesmo tempo, a um fator que permite ganhar massa muscular (ou seja, aumentar o tamanho do músculo). Assim, é um processo que leva à hipertrofia muscular.
A hipertrofia muscular é o crescimento do músculo, ou seja, o aumento do seu tamanho, do número de miofibrilas (constituídas por filamentos de actina e miosina) que compõem o músculo, ou ambas as variáveis. Mas o que mais sabemos sobre o estresse metabólico? Por que ele ocorre e quais são as suas consequências? Ele é suficiente para aumentar a massa muscular? Podemos recorrer a outros processos?
Estresse metabólico e hipertrofia muscular
Como vimos na introdução, o estresse metabólico é um processo orgânico que facilita a hipertrofia muscular. Poderíamos dizer que hipertrofia é o que os fisiculturistas ou pessoas que trabalham para aumentar sua massa muscular procuram. Resumindo, esse efeito pode ser alcançado por meio de:
- Dano muscular.
- Estresse metabólico.
- Tensão mecânica.
A tensão mecânica provoca dano muscular e uma resposta inflamatória, que seria aquela que potencializaria a liberação dos fatores de crescimento muscular. Assim, o músculo aumentaria.
Por outro lado, segundo estudos, o ganho máximo de massa muscular é alcançado por meio do estresse metabólico sem perda da tensão mecânica.
Como surge o estresse metabólico?
O estresse metabólico aparece quando aumentamos a carga de trabalho de um músculo ou de um determinado grupo de músculos. Isso causa um aumento progressivo no crescimento muscular.
A nível químico…
Ou seja, carregamos o músculo e geramos um processo denominado glicólise anaeróbica, que produz trifosfato de adenosina (ATP). A ATP é a energia necessária para treinar. Este processo é o que nos permite obter a energia necessária para realizar as contrações musculares a partir das moléculas de glicose, em um estado de privação ou insuficiência de oxigênio.
Por que tudo isso ocorre? Porque a velocidade com que precisamos dessa energia é maior do que a taxa com que a glicose é oxidada com oxigênio, portanto, é um processo fundamentalmente anaeróbico.
O acúmulo de metabólitos
Especificamente, o estresse metabólico que atribuímos ao exercício aparece como consequência do acúmulo de metabólitos. Metabólitos são compostos produzidos pela degradação de nutrientes.
Sua função é fornecer ao corpo o tipo de energia de que necessita, principalmente durante o treino de resistência. Tudo isso causaria a resposta da hipertrofia muscular.
O principal metabólito que se acumula graças ao processo de estresse metabólico é o lactato, um metabólito da glicose produzido pelos tecidos do corpo em condições de suprimento insuficiente de oxigênio. Outros metabólitos que encontramos nesse processo são: fosfato, hidrogênio e o metabólito da glicose (glicólise anaeróbica), entre outros.
Consequências
O que acontece quando esses produtos se acumulam no corpo? De acordo com um estudo de Takarada et al. (2000), isso poderia aumentar a secreção de vários hormônios anabólicos. Os hormônios anabólicos são: testosterona, somatotropina ou hormônio do crescimento (ST ou GH) e insulina.
Por outro lado, segundo o estudo de Ebbeling et al. (1989), o aumento de produtos residuais juntamente com uma deficiência de substratos energéticos (ATP) pode causar danos musculares.
A importância de fazer repetições
Uma das práticas recorrentes dos atletas em seus treinos, e principalmente dos fisiculturistas, é a realização de repetições nos seus exercícios, além de manter um nível intenso de treinamento. Mas o que acontece quando treinamos em níveis muito intensos? Essa demanda de oxigênio excede a oferta.
Na verdade, acredita-se que a falta de oxigênio, também chamada de hipóxia, em certas células musculares seja um fator chave que explicaria por que determinados intervalos de repetição de exercícios durante o treinamento levam a um maior crescimento muscular ou hipertrofia muscular.
Portanto, fazer repetições durante os exercícios, bem como reduzir os intervalos (para alguns minutos) pode ser interessante se quisermos que o acúmulo de metabólitos seja muito maior e, por consequência, a resposta anabólica também o seja. Dessa forma, a hipertrofia alcançada também seria maior.
Reflexões finais sobre o estresse metabólico
Como vimos, quando se trata de ganhar massa muscular ou alcançar a hipertrofia muscular, não apenas o estresse metabólico é usado, mas também outros processos. Isso inclui exercer tensão muscular e causar danos musculares intensos o suficiente para estimular o crescimento muscular.
O estresse metabólico é um processo orgânico que explicaria, em parte, por que ocorre o aumento do tamanho do músculo. Neste artigo, pudemos aprender um pouco mais sobre o funcionamento desse processo, mas se você deseja treinar da forma mais saudável e eficaz possível, é melhor procurar um profissional especializado no assunto.
Todas as fontes citadas foram minuciosamente revisadas por nossa equipe para garantir sua qualidade, confiabilidade, atualidade e validade. A bibliografia deste artigo foi considerada confiável e precisa academicamente ou cientificamente.
- Ebbeling CB, Clarkson PM. Exercise-induced muscle damage and adaptation. Sports medicine (Auckland, NZ). 1989 Apr;7(4):207-34. PubMed PMID: 2657962. Epub 1989/04/01. Eng.
- Takarada Y, Nakamura Y, Aruga S, Onda T, Miyazaki S, Ishii N. (2000). Rapid increase in plasma growth hormone after low-intensity resistance exercise with vascular occlusion. Journal of applied physiology (Bethesda, Md: 1985). Jan;88(1): 61-5. PubMed PMID: 10642363. Epub 2000/01/21. Eng.