Estresse metabólico: definição, causas e consequências

O que é o estresse metabólico e por que ele surge? Como podemos provocá-lo? Como isso se relaciona ao exercício físico e ao aumento da massa muscular? 
Estresse metabólico: definição, causas e consequências

Última atualização: 22 dezembro, 2020

O conceito de estresse metabólico lhe parece familiar? Você o relaciona ao exercício físico? Este conceito se refere a um processo orgânico e, ao mesmo tempo, a um fator que permite ganhar massa muscular (ou seja, aumentar o tamanho do músculo). Assim, é um processo que leva à hipertrofia muscular.

A hipertrofia muscular é o crescimento do músculo, ou seja, o aumento do seu tamanho, do número de miofibrilas (constituídas por filamentos de actina e miosina) que compõem o músculo, ou ambas as variáveis. Mas o que mais sabemos sobre o estresse metabólico? Por que ele ocorre e quais são as suas consequências? Ele é suficiente para aumentar a massa muscular? Podemos recorrer a outros processos?

A hipertrofia muscular é o crescimento do músculo

Estresse metabólico e hipertrofia muscular

Como vimos na introdução, o estresse metabólico é um processo orgânico que facilita a hipertrofia muscular. Poderíamos dizer que hipertrofia é o que os fisiculturistas ou pessoas que trabalham para aumentar sua massa muscular procuram. Resumindo, esse efeito pode ser alcançado por meio de:

  • Dano muscular.
  • Estresse metabólico.
  • Tensão mecânica.

A tensão mecânica provoca dano muscular e uma resposta inflamatória, que seria aquela que potencializaria a liberação dos fatores de crescimento muscular. Assim, o músculo aumentaria.

Por outro lado, segundo estudos, o ganho máximo de massa muscular é alcançado por meio do estresse metabólico sem perda da tensão mecânica.

Como surge o estresse metabólico?

O estresse metabólico aparece quando aumentamos a carga de trabalho de um músculo ou de um determinado grupo de músculos. Isso causa um aumento progressivo no crescimento muscular.

A nível químico…

Ou seja, carregamos o músculo e geramos um processo denominado glicólise anaeróbica, que produz trifosfato de adenosina (ATP). A ATP é a energia necessária para treinar. Este processo é o que nos permite obter a energia necessária para realizar as contrações musculares a partir das moléculas de glicose, em um estado de privação ou insuficiência de oxigênio.

Por que tudo isso ocorre? Porque a velocidade com que precisamos dessa energia é maior do que a taxa com que a glicose é oxidada com oxigênio, portanto, é um processo fundamentalmente anaeróbico.

O acúmulo de metabólitos

Especificamente, o estresse metabólico que atribuímos ao exercício aparece como consequência do acúmulo de metabólitos. Metabólitos são compostos produzidos pela degradação de nutrientes.

Sua função é fornecer ao corpo o tipo de energia de que necessita, principalmente durante o treino de resistência. Tudo isso causaria a resposta da hipertrofia muscular.

O principal metabólito que se acumula graças ao processo de estresse metabólico é o lactato, um metabólito da glicose produzido pelos tecidos do corpo em condições de suprimento insuficiente de oxigênio. Outros metabólitos que encontramos nesse processo são: fosfato, hidrogênio e o metabólito da glicose (glicólise anaeróbica), entre outros.

Consequências

O que acontece quando esses produtos se acumulam no corpo? De acordo com um estudo de Takarada et al. (2000), isso poderia aumentar a secreção de vários hormônios anabólicos. Os hormônios anabólicos são: testosterona, somatotropina ou hormônio do crescimento (ST ou GH) e insulina.

Por outro lado, segundo o estudo de Ebbeling et al. (1989), o aumento de produtos residuais juntamente com uma deficiência de substratos energéticos (ATP) pode causar danos musculares.

A importância de fazer repetições

Uma das práticas recorrentes dos atletas em seus treinos, e principalmente dos fisiculturistas, é a realização de repetições nos seus exercícios, além de manter um nível intenso de treinamento. Mas o que acontece quando treinamos em níveis muito intensos? Essa demanda de oxigênio excede a oferta.

Na verdade, acredita-se que a falta de oxigênio, também chamada de hipóxia, em certas células musculares seja um fator chave que explicaria por que determinados intervalos de repetição de exercícios durante o treinamento levam a um maior crescimento muscular ou hipertrofia muscular.

Portanto, fazer repetições durante os exercícios, bem como reduzir os intervalos (para alguns minutos) pode ser interessante se quisermos que o acúmulo de metabólitos seja muito maior e, por consequência, a resposta anabólica também o seja. Dessa forma, a hipertrofia alcançada também seria maior.

A importância de fazer repetições

Reflexões finais sobre o estresse metabólico

Como vimos, quando se trata de ganhar massa muscular ou alcançar a hipertrofia muscular, não apenas o estresse metabólico é usado, mas também outros processos. Isso inclui exercer tensão muscular e causar danos musculares intensos o suficiente para estimular o crescimento muscular.

O estresse metabólico é um processo orgânico que explicaria, em parte, por que ocorre o aumento do tamanho do músculo. Neste artigo, pudemos aprender um pouco mais sobre o funcionamento desse processo, mas se você deseja treinar da forma mais saudável e eficaz possível, é melhor procurar um profissional especializado no assunto.


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  • Ebbeling CB, Clarkson PM. Exercise-induced muscle damage and adaptation. Sports medicine (Auckland, NZ). 1989 Apr;7(4):207-34. PubMed PMID: 2657962. Epub 1989/04/01. Eng.
  • Takarada Y, Nakamura Y, Aruga S, Onda T, Miyazaki S, Ishii N. (2000). Rapid increase in plasma growth hormone after low-intensity resistance exercise with vascular occlusion. Journal of applied physiology (Bethesda, Md: 1985). Jan;88(1): 61-5. PubMed PMID: 10642363. Epub 2000/01/21. Eng.

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