Etologia: a ciência do comportamento animal

A etologia nos aproxima do comportamento dos animais. Graças a essa disciplina, podemos compreendê-los melhor.
Etologia: a ciência do comportamento animal
María Alejandra Castro Arbeláez

Escrito e verificado por a psicóloga María Alejandra Castro Arbeláez.

Última atualização: 14 janeiro, 2024

O mundo dos animais é maravilhoso. Esses seres nos surpreendem com suas incomparáveis características e comportamentos. Você já se perguntou por que os animais se comportam de uma determinada forma? A etologia sim. Trata-se de uma disciplina dedicada a isso.

Isso mesmo. Há uma ciência que estuda o comportamento animal, não é maravilhoso? A etologia é responsável por fazer perguntas como: por que os animais apresentam um determinado comportamento? Do que se trata? Como o executam?

Graças à etologia, conseguimos compreender alguns comportamentos dos animais que antes desconhecíamos, e podemos entender por que eles ocorrem.

A seguir, contaremos como essa maravilhosa ciência surgiu, em que consiste, quem está envolvido nela e quais são suas contribuições.

“Acho que encontrei o elo perdido entre o macaco e o homem civilizado: nós”.
-Konrad Lorenz-

Quais são as origens da etologia?

A etologia surgiu graças ao trabalho conjunto de profissionais que tinham uma paixão inesgotável pelos animais. Eles dedicaram grande parte do seu tempo a isso.

De fato, Konrad Lorenz, Niko Tinbergen e Karl von Frisch ganharam o Prêmio Nobel de fisiologia por seus estudos sobre o comportamento em 1973.

Mãos segurando patas de cachorro

Lorenz se aprofundou no comportamento dos gansos e propôs a teoria do imprinting. Tinbergen se interessou pelo instinto de um peixe específico e estudou a migração de outono. Enquanto isso, Von Frish se focou na forma de comunicação das abelhas.

Além disso, foram influenciados pelas análises de outros pensadores que estudaram o comportamento animal. Morton Wheeler, por exemplo, se empenhou em estudar o comportamento das formigas por um longo tempo. Foi ele que popularizou o termo “etologia”.

Embora já houvesse estudos nos quais se explorava o comportamento animal em outras disciplinas, como na psicologia comparada, foi a partir do Prêmio Nobel ganho por Lorenz, Kinbergen e Von Frisch que a etologia começou a ser considerada uma ciência.

Qual é o objeto de estudo da etologia?

A etologia estuda o comportamento animal e leva em conta a seleção natural. Os profissionais responsáveis por estudá-la são chamados de etólogos. Dentre suas funções, destacam-se:

  • Realizar um trabalho de campo. O objetivo é observar o comportamento dos animais em seu ambiente natural.
  • Fazer um trabalho em laboratório. O objetivo é a pesquisa. É o momento em que esses profissionais dão forma às suas hipóteses e levantam outras novas.
  • Explicar fenômenos. Questionam o comportamento adaptativo, observam os estímulos e as modificações por aprendizagem e estabelecem como se dá o comportamento ao longo do ciclo de vida do animal.
  • Comparar. Comparam os dados observados com comportamentos de outras espécies para ver como o comportamento evoluiu.

Portanto, a etologia se interessa pelo comportamento inato e aprendido. Por isso, os etólogos se focam em aspectos como o imprinting, a vida social, o desenvolvimento, a seleção sexual, a cooperação, a agressividade, entre outros.

Principais contribuições

A etologia trouxe muitas contribuições. A seguir, apresentamos algumas delas:

  • Padrões de ação modal. São comportamentos sequenciados. Ou seja, circuitos a título de reflexo comportamental que se ativam em situações específicas.
  • Teoria do comportamento como adaptação. Apresenta o comportamento como um aspecto evolutivo.
  • O imprinting. Consiste em uma aprendizagem que ocorre durante um momento do desenvolvimento no qual há uma maior sensibilidade a determinados estímulos. Falamos de aprendizagens que criam fortes raízes.
  • Comunicação nos animais. Os animais utilizam padrões de ação modal em sua comunicação. As abelhas, por exemplo, o fazem por meio de danças aéreas.
  • Ecologia do comportamento e psicologia evolucionista. A etologia deu lugar a esses ramos do conhecimento. A primeira estuda o comportamento animal a partir das implicações ecológicas e evolutivas. A segunda propõe que o comportamento humano pode ser compreendido entendendo sua história evolutiva.
  • Etologia clínica. Estuda as mudanças de comportamento nos animais. Por exemplo, quando há comportamentos agressivos repentinos em animais domésticos.
Beija-flor se alimentando

Então, a etologia estuda as características de comportamento distintivas dos animais, quase sempre por meio da observação. Além disso, seu estudo contribui para a compreensão do comportamento do ser humano através de comparações.

Graças às pesquisas realizadas por etólogos, contamos com ferramentas para a preservação.

Junto com os ecologistas, esses profissionais promovem um tratamento sustentável da fauna e a proteção de espécies em perigo, conforme sugerido por Marcelo H. Cassini em seu estudo publicado na  Revista de la Sociedad Española de Etología.

A etologia, portanto, ajuda a aumentar o bem-estar animal, otimizar a produção, realizar o diagnóstico de doenças e promover a sobrevivência de espécies em perigo de extinção. Além disso, seu estudo proporciona ferramentas para a terapia assistida com animais.

“A etologia nos permite ter um panorama amplo do comportamento animal e promove uma visão holística do desenvolvimento humano”.


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  • Cassini, M.H (1999). Importancia de la etología en la ConservaciónEtología, 7, 69-75. https://www.researchgate.net/publication/228539322_Importancia_de_la_etologia_en_la_Conservacion
  • Sánchez López, S., Asencio, N., Call, Jossep., Caperos J.M., Coelell, M., Colmenares, F., Delgado, J.A., Fidalgo, A., Gil, C., González, A., Losada, J.L., Martín, B., Peláez, F., Quera, V., Redolar, D., Riba, C. E., Sánchez, J.R., Sánchez, S., Tassino, B., & Turbón, E. (2014) Etología, la ciencia del comportamiento animal. Editorial Uoc.

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