Fadiga crônica: sintomas, causas e tratamentos

Fadiga crônica: sintomas, causas e tratamentos
Valeria Sabater

Escrito e verificado por a psicóloga Valeria Sabater.

Última atualização: 02 dezembro, 2021

Os diagnósticos de fadiga crônica aumentam a cada dia. A encefalomielite miálgica ou síndrome da fadiga crônica é uma das doenças que geram mais perguntas do que respostas, uma condição sistêmica e debilitante que acaba com nossos recursos pessoais, que mina nossa saúde. Sua influência é tão poderosa que pode chegar a consumir toda a nossa motivação e isolar-nos de quase tudo, incluindo as pessoas que mais amamos.

Aqueles que sofrem de síndrome da fadiga crônica dizem que o nome escolhido para designar esta realidade – tão complexa – não poderia ser mais simplista e imprudente. É mais do que cansaço, é uma fadiga esmagadora, imobilizadora, que vai além do mero esgotamento, porque o sistema imunológico se debilita, há perda de memória, hipotensão, irritabilidade…

Todos, em algum momento, nos sentimos cansados e esgotados. No entanto, pessoas que sofrem de síndrome da fadiga crônica vivenciam uma realidade mais complexa e devastadora, uma doença crônica cuja origem é desconhecida.

Outro aspecto relatado pelos pacientes que sofrem desta doença é a falta de atenção da comunidade médica e científica, de maneira geral. A impotência por “não se sentir bem”, não encontrar os tratamentos adequados ou forças para realizar atividades diárias com energia e otimismo consome ainda mais a pessoa em todos os sentidos, especialmente no psicológico.

Ainda não sabemos claramente o que causa a fadiga crônica. Por isso muitos consideram a síndrome um “estigma”, que nos torna menos produtivos no trabalho, nos obriga a ter momentos ruins regularmente ou a não aproveitar com tanto entusiasmo nossas relações pessoais e momentos de lazer…

Homem com fadiga crônica

Fadiga crônica, o que é exatamente?

Há cansaços e cansaços. Por exemplo, todos nós sabemos o que é deitar no sofá depois de um dia de trabalho ou após um grande esforço físico. Queremos apenas um bom banho e algumas horas de descanso para voltar à forma. Há pessoas que estão exaustas, pessoas para as quais não importa nada que passem os dias e as noites, porque a exaustão não desaparece e porque, ao próprio cansaço, são adicionados outros sintomas.

São eles:

  • Falta de energia.
  • Sensação de que o corpo e as extremidades pesam muito.
  • A pessoa começa a sofrer mais resfriados ou infecções do que o habitual: o sistema imunológico foi enfraquecido.
  • Falta de motivação.
  • Problemas de concentração e falhas de memória.
  • Apatia e mau humor.
  • Falta de desejo sexual.
  • Problemas para obter um descanso profundo e reparador.
  • Dores musculares, frequentes dores de garganta, dor nas articulações, dor de cabeça…
  • Ao realizar qualquer tarefa, a percepção que se tem do esforço feito é extrema.
  • Tende a ocorrer mais frequentemente em mulheres com idades entre 40 e 50 anos.

Por que sofro de fadiga crônica?

Esta é a primeira coisa que o paciente se perguntará ao ser diagnosticado com a síndrome da fadiga crônica. Por que eu? Eu fiz alguma coisa que tenha causado esta doença crônica? Em primeiro lugar, é importante ter em mente que até hoje não se sabe com certeza as causas que provocam esta síndrome, também conhecida como encefalomielite miálgica.

  • Os pesquisadores consideram o fato de que possa ter origem viral e atacar primeiro nosso sistema imunológico, enfraquecendo-o. Entretanto, infecções virais como as causadas pelo vírus Epstein-Barr, o herpes vírus humano 6 e outros mais não mostraram qualquer relação com este tipo de condição.
  • Algo que atualmente já foi esclarecido e demonstrado é o fato de que há pessoas geneticamente predispostas a desenvolver fadiga crônica.
  • Por outro lado, o que se diz em várias ocasiões é que está relacionada ao estresse ou alguns tipos de depressão. Mas o mais curioso disso tudo é que quando as pessoas recebem tratamento e conseguem gerenciar seu estresse ou até mesmo superar a depressão, a fadiga crônica não desaparece.

Mesmo assim, ainda que não exista consenso sobre a origem desta doença, é comum que em alguns períodos a fadiga diminua ou desapareça completamente sem nenhuma razão aparente. No entanto, depois de semanas ou meses, aparece novamente.

Mulher com dor de cabeça sofrendo de fadiga crônica

Existe tratamento para a fadiga crônica?

Um comentário frequente de especialistas e dos próprios pacientes é que muitos erros de diagnóstico são cometidos. Às vezes a fadiga crônica é sintoma de outra doença psicológica, como o transtorno bipolar. Outras vezes, determinados medicamentos têm como efeito colateral este estado físico e mental de esgotamento.

Muitos fatores devem ser levados em consideração para chegar a um diagnóstico correto, como o fato de demonstrar sintomas de esgotamento extremo, insônia, dores musculares e apatia durante mais de 6 meses consecutivos.

  • Quando o paciente recebe o diagnóstico e outras síndromes ou problemas são descartados, mais do que uma estratégia de medicação, recomenda-se, antes de tudo, uma melhora na dieta.
  • Reduzir a ingestão de alimentos que provocam inflamação e aumentar a dose de magnésio e ácidos graxos ômega 3 e 6 pode ser uma estratégia muito positiva.
  • De qualquer maneira, e considerando que é uma condição médica crônica, o objetivo sempre será melhorar a qualidade de vida do paciente, na medida do possível.
  • Complementos terapêuticos, como o mindfulness, ou terapias como a cognitivo-comportamental, ajudarão a enfrentar melhor o dia a dia.

Para finalizar, contar com um bom grupo de apoio para desabafar, que ofereça suporte nos momentos mais complicados, é importante, assim como ioga, dança, natação e acupuntura podem facilitar a recuperação da motivação e de parte da energia que esta síndrome remove de nossas vidas.


Este texto é fornecido apenas para fins informativos e não substitui a consulta com um profissional. Em caso de dúvida, consulte o seu especialista.