Os 5 melhores filmes sobre o Alzheimer
Neste artigo, propomos alguns filmes sobre o Alzheimer que mostram a realidade dessa doença que só cresce em número de afetados a cada ano. Especialistas em demências e doenças neurodegenerativas destacam a importância de um relato honesto e realista da doença e divergem do julgamento de muitos críticos de cinema sobre o que é ou não um bom filme sobre esse assunto.
Geralmente, os filmes não retratam com precisão o Alzheimer, o que pode reforçar estereótipos sobre ele. No entanto, alguns longas abordam com rigor e respeito esse tema tão delicado para a sociedade atual.
Os melhores filmes sobre o Alzheimer
Esta lista de filmes é uma oportunidade para aprender mais sobre o Alzheimer e apreciar algumas ótimas atuações. Além disso, a maioria desses filmes aborda o assunto sem alimentar desinformação ou estigmas desnecessários. No entanto, você não deve esquecer que se tratam de ficções, e não de documentários sobre a doença.
Longe Dela (2008)
O filme é a adaptação para o cinema de um romance da escritora canadense ganhadora do Prêmio Nobel de Literatura, Alice Munro. A protagonista Fiona (Julie Christie) apresenta sinais do Alzheimer desde as primeiras cenas, por isso não sabemos nada sobre ela antes da doença, exceto através de suas histórias e memórias.
Julie Christie ganhou o Globo de Ouro e foi indicada ao Oscar de Melhor Atriz. A história gira em torno do casamento de Fiona e Grant, um casal que sofre com o declínio cognitivo da mulher, o que a levará a se internar em um centro sem o consentimento de Grant.
Após uma separação de 30 dias (recomendada pelo centro), Grant visita Fiona e descobre que sua esposa desenvolveu uma amizade próxima com outro homem no estabelecimento. Grant rejeita essa situação no início, mas depois fará todo o possível para que sua esposa seja feliz.
Iris (2001)
Estrelado por Judi Dench, Jim Broadbent e Kate Winslet, Iris conta a história real da romancista britânica Iris Murdoch e seu marido. Como sabemos, o Alzheimer causa graves limitações de comunicação, pois a articulação da fala e o vocabulário são progressivamente esquecidos. Essa demência é diferenciada pelo quadro afásico-apraxo-agnóstico.
Neste caso específico, trata-se de uma grande comunicadora que perde a capacidade de fazer o que sabia fazer melhor. Ver uma pessoa tão vibrante e intelectual reduzida a uma pálida sombra de si mesma é doloroso, e envolve um processo de perdas que o filme consegue projetar muito bem.
O filme é bastante honesto sobre os efeitos dessa doença, tanto físicos quanto psicológicos. Somos convidados a “sentir” a doença, mas também a pensar em tudo que vai além desta condição degradada: os desejos, os sonhos e as motivações do paciente.
A Separação (2011)
A Separação é uma obra-prima do cinema em todos os sentidos. O filme trata de muitos temas importantes, como família, religião, papel da mulher, cultura iraniana e justiça. O Alzheimer é um motivo e um impulso para toda a trama. O diretor Asghar Farhadi disse que construiu toda a história em torno da imagem de um filho ajudando seu pai a tomar banho.
Nader e Simin estão passando pelo processo de divórcio e precisam tomar decisões relacionadas à filha e ao pai de Nader, que sofre de Alzheimer. O longa é uma lição de valores familiares, dignidade e orgulho, coisas sobre as quais a sociedade contemporânea deve refletir. Também é memorável a delicadeza com que o filho trata o pai e o apoia.
Poesia (2010)
Mija (Yun Jeong-Hee) é uma avó de 66 anos que cuida de seu neto adolescente Wook (Lee David). Mija trabalha meio período cuidando de um homem que sofreu um derrame cerebral (Kim Hira). Um dia, no hospital, ela vê um corpo em uma ambulância; uma jovem que foi encontrada no rio após se suicidar.
A cena comove profundamente Mija que, por impulso, se inscreve em um curso de poesia em um centro cultural, abrindo-se para um novo mundo de possibilidades. No entanto, essa nova atividade se mostra ainda mais difícil para Mija após um médico lhe dizer que seus recentes problemas de memória são os primeiros sintomas do Alzheimer.
Mija sofre um baque ao descobrir que seu neto e cinco outros garotos estupraram repetidamente a garota que acabou cometendo suicídio. Poesia é um filme de beleza e feiura moral para abrir os sentidos, mesmo que a memória da protagonista não possa retê-los para sempre.
Amor (2012)
Amor é o filme mais sentimental de Michael Haneke. Aclamado pela crítica, ganhou a Palma de Ouro, o Oscar de Melhor Filme Estrangeiro, o César e até um Goya. Conta uma história dura e intensa onde o que mais importa é posto à prova: o amor.
O filme não trata especificamente a demência decorrente do Alzheimer, mas sim a causada por um acidente vascular cerebral. George e Anne, na casa dos 80 anos, são um casal culto e educado. Ambos são professores de música clássica aposentados e têm uma filha que mora no exterior. O relacionamento deles enfrenta seu maior desafio quando Anne sofre um derrame debilitante.
Embora George também sofra de demência senil, ele faz de tudo para cuidar da sua esposa, determinado a cumprir sua promessa de que ela nunca mais voltaria ao hospital. A partir desse momento, a própria realidade colocará à prova o amor que eles têm um pelo outro. O filme é tão intenso quanto bonito, um deleite visual que definitivamente vale a pena.