Os 3 grandes eixos das habilidades sociais

Os 3 grandes eixos das habilidades sociais
Gema Sánchez Cuevas

Escrito e verificado por a psicóloga Gema Sánchez Cuevas.

Última atualização: 20 fevereiro, 2019

Os eixos das habilidades sociais são aprendidos, nós não nascemos com eles. Todos nós chegamos ao mundo com as ferramentas necessárias para nos relacionar com os outros e fazer parte de alguns grupos. A questão é que convertemos essas características inatas em habilidades práticas através da aprendizagem.

Começamos a nos integrar na cultura por meio da imitação. Dessa forma, aprendemos a linguagem, primeiro meio para nos relacionarmos com os outros. Aprendemos também os comportamentos. Nossos pais nos dão pistas sobre a forma como devemos nos relacionar no mundo.

“A empatia e as habilidades sociais são inteligência social, a parte interpessoal da inteligência emocional. Por isso se parecem.”.
-Daniel Goleman-

É possível que as pessoas que nos rodearam durante a nossa infância não fossem os melhores professores de habilidades sociais. Ou pode ser que se relacionassem conosco de uma forma problemática.

Por isso, às vezes não sabemos como nos relacionar adequadamente com os outros, mas nunca é tarde para aprender. Para fazer isso, o primeiro passo é descobrir quais são os principais eixos das habilidades sociais.

Os principais eixos das habilidades sociais

1. Confiança, um elemento importante

Não há forma de confiar nos demais se não confiarmos primeiramente em nós mesmos. Essa é uma das grandes questões das habilidades sociais que, infelizmente, muitas pessoas ainda não desenvolveram e não cultivaram.

Isso acontece, muitas vezes, porque há todo um histórico de aprendizagem que nos leva a duvidar do valor que temos ou, ao contrário, acreditar em todo o nosso valor e potencial.

Bonecos de mãos dadas

A autoestima e a autoconfiança criam as suas bases nos primeiros anos de vida. A relação com os pais é fundamental nessa construção. O mais comum é que se os pais têm dificuldades pessoais nesse terreno, os filhos também terão. Não é uma equação matemática, é uma tendência.

Agora, sempre é possível mudar a situação e desenvolver uma maior confiança em si mesmo. Os especialistas aconselham evitar a autocrítica muito feroz e os pensamentos negativos em torno de si mesmo e também em relação aos demais.

Além disso, aprender a expressar as emoções em voz alta e de maneira precisa, a mais precisa possível, também pode ajudar. Por outro lado, aprender a manter uma postura corporal erguida e não esperar se sentir totalmente seguro para agir também pode ser útil.

2. Comunicação, um aspecto fundamental

Outra questão muito importante das habilidades sociais é a capacidade de se comunicar. Isso é quase tautológico, porque é bastante óbvio que se não desenvolvermos nossas habilidade comunicativas, dificilmente poderemos estabelecer vínculos fluidos com os demais.

O fundamental aqui não é aprender a fazer discursos floridos, inflamados, aprender a convencer os outros ou ser especialistas em oratória. É perceber e comunicar os sentimentos.

A melhor maneira de nos comunicarmos com os demais é falar baseados em nossas emoções. Não é a comunicação racional, e sim a comunicação emocional que nos permite construir melhores relações com os outros. Então, um dos grandes eixos das habilidades sociais é ser capaz de transmitir o que sentimos e quem somos.

Bonecos se comunicando

A possibilidade de mostrar nossos sentimentos e emoções sem filtros, sem medo, sem precauções, fomenta a empatia. Também é um fator decisivo para gerar proximidade com os outros. De fato, contribui significativamente para que os demais também abram seu mundo interno para nós, e que nos permitam entrar nele.

3. Conexão, a chave dos vínculos saudáveis

Conectar-se com os demais é estar presente em suas vidas e saber compreender os outros a partir de seu ponto de vista, e não a partir do nosso. Isso exige uma alta capacidade de aceitação.

Assim como acontece com o caso da autoconfiança e da autoestima, é impossível aceitar os outros se antes não conseguirmos aceitar a nós mesmos. Isso é, reconhecer e admitir nossas forças e todos os nossos defeitos com tranquilidade e naturalidade.

Conectar-se com o outro só é possível se soubermos como estabelecer uma empatia. Para alcançar esse objetivo, o primeiro passo é saber escutar. Isso implica não julgar, não se condicionar a ouvir de um determinado jeito por características do nosso interlocutor.

É preciso permitir que o outro seja ele mesmo enquanto se expressa. Ouvir o que está dizendo, sem pensar em outra coisa e sem querer mudar o que o outro está pensando, modificar ou questionar o que estamos ouvindo e o pensamento que está expressando.

Uma dica que pode ajudar nesse momento é se perguntar o que a pessoa que está falando com você quer ou está precisando. Trata-se de entender o que o outro está sentindo, e o que busca expressar para você. A escuta genuína é a base para uma conexão efetiva que enriquecerá a sua vida e também da pessoa que está falando com você.

As chaves da comunicação

As habilidades sociais têm relação com nos estruturarmos melhor, com sermos alguém mais próximo de nós mesmos, da nossa essência. Como consequência disso, seremos mais abertos e mais receptivos aos demais.

Isso pode ser desenvolvido naturalmente, mas também pode ser aprendido e exercitado. Todas essas capacidades melhoram significativamente a nossa vida e a tornam mais saudável a partir do ponto de vista da saúde mental.


Este texto é fornecido apenas para fins informativos e não substitui a consulta com um profissional. Em caso de dúvida, consulte o seu especialista.