Abraços para Noah Wall, um incrível caso de crescimento cerebral

Noah Wall é a prova viva de que o crescimento cerebral não é um mito, mas uma realidade palpável. Não está claro para a ciência como uma criança que nasceu com uma pequena porção do cérebro conseguiu evoluir e se tornar um menino quase normal.
Abraços para Noah Wall, um incrível caso de crescimento cerebral
Sergio De Dios González

Escrito e verificado por o psicólogo Sergio De Dios González.

Última atualização: 19 agosto, 2020

A história de Noah Wall é realmente incrível, pois se trata de um caso de crescimento cerebral do ponto de vista anatômico. Um fato como esse representa uma curiosidade científica, mas além disso, também abre novos horizontes sobre o que se sabe a respeito do cérebro humano.

Em suma, este incrível caso de crescimento cerebral tem a ver com um garoto inglês chamado Noah Wall, que nasceu com apenas 2% do seu cérebro. O fato de ele ter sobrevivido já é algo incomum, mas o mais incrível é que, ao longo dos anos e graças aos cuidados e tratamentos, ele conseguiu desenvolver até 80% do volume normal do cérebro.

“Para mim, cada hora do dia e da noite é um milagre perfeito e indescritível”.
– Walt Whitman –

A esse caso fantástico de crescimento cerebral acrescenta-se a luta que seus pais travaram diariamente. Eles, e a mãe em particular, são a razão pela qual essa criança britânica está viva e é um exemplo de que alguns limites existem apenas na nossa mente. A história de Noah Wall é um caso de fé infalível, esforço e perseverança.

Mulher grávida

A história de Noah Wall

Shelly Wall desejava ter um filho mais do que qualquer outra coisa no mundo. Por isso, ela ficou feliz quando lhe disseram que seria mãe. A felicidade não durou muito, porque, após um exame cuidadoso, deram-lhe uma notícia aterradora. O seu filho apresentava um caso grave de espinha bífida. Isso significava que as duas linhas da coluna vertebral do feto não haviam se fechado.

Esta não foi a única má notícia. Os médicos descobriram que o garoto tinha um tumor no cérebro e que isso impedia o desenvolvimento da substância cinzenta. Em seu cérebro havia basicamente líquido. O conselho dos médicos era realizar um aborto, pois não havia como corrigir essas graves anormalidades. O que esperava esse novo ser era uma vida cheia de limitações.

A criança provavelmente não sobreviveria ao nascimento. E se o fizesse, teria que suportar graves deficiências físicas e mentais por toda a vida. Shelly e seu marido Rob discutiram o assunto e decidiram que continuariam a gravidez. Ao mesmo tempo, começaram a preparar o funeral do bebê que estava a caminho.

Um caso de crescimento cerebral

Os médicos respeitaram a decisão do casal, mas emitiram uma ordem de “não ressuscitar”, ou seja, a proibição de aplicar medidas de emergência se Noah parasse de respirar ao nascer. Em 6 de março de 2012, Shelly foi submetida a uma cesariana assistida por 12 médicos.

Eles levaram o bebê imediatamente à sala de cirurgia para reparar a espinha bífida e drenar o líquido cefalorraquidiano que preenchia a maior parte da sua cabeça. Para a surpresa de todos, o menino não apenas sobreviveu, mas a operação foi um sucesso total.

Os médicos pensavam que o menino tinha desenvolvido 25% do cérebro, mas na verdade apenas 2% estavam completos.

A infância de Noah tem sido marcada por consultas médicas, cirurgias, visitas a hospitais e a contínua luta de seus pais para cuidar dele e ajudá-lo a crescer. O menino foi submetido a uma terapia neurofísica, que combina fisioterapia, exercícios cognitivos e atividade física. No final, eles conseguiram o que se propuseram a fazer: Noah teve um crescimento cerebral.

Recém-nascido na maternidade

Um mundo de esperança

O desenvolvimento de Noah ocorreu durante os seus primeiros três anos de vida. Não está claro para os neurologistas como uma pequena parte do cérebro consegue aprender as funções de outras partes e, por fim, produzir o crescimento cerebral. Surpreendentemente, o caso de Noah não foi especialmente estudado pela ciência.

A verdade é que o pequeno conseguiu completar 80% do volume do cérebro e se tornou uma criança quase igual às outras. Dizemos “quase” porque ele ainda não recuperou o movimento de seus membros, embora tenha comemorado publicamente o momento em que conseguiu mover uma perna.

A luta dos pais foi dura, mas também gratificante. Para compartilhar a sua experiência, eles criaram um blog chamado “Hugs for Noah” (Abraços para Noah). A neurologista que atendeu o caso, Claire Nicholson, destaca a vontade de viver do menino. Ela o definiu dizendo que ele era “um garoto extraordinário com dois pais extraordinários”.


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  • Balari, S., & Lorenzo, G. (2016). La biología evo-devo, el crecimiento del cerebro y la evolución del lenguaje. Ludus Vitalis, 18(33), 49-77.


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