Como viver minha vida com o seu vazio (a impossibilidade de ser mãe)

Como viver minha vida com o seu vazio (a impossibilidade de ser mãe)

Última atualização: 07 setembro, 2015

Ser mãe é uma opção pessoal. Há quem nunca sinta a necessidade e quebre, de certa forma, este papel tradicional que se esperava até então da mulher. Porém, há um aspecto mais delicado que inclui uma certa angústia pessoal e um vazio emocional que, hoje em dia, tem acontecido com bastante frequência.

Para as mulheres que querem ter filhos, a impossibilidade de ser mãe é, sem dúvida, uma dor terrível que somente quem passou pode compreender. Sabemos que, atualmente, as técnicas de fertilidade estão muito avançadas, mas, mesmo assim, nem sempre elas são eficazes e nem todos podem gastar os altos valores necessários para aproveitá-las.

Também não podemos esquecer que o tema da fertilidade também afeta os homens, e que o sofrimento não tem gênero, nem raças e nem religiões, e que todos nós podemos nos encontrar nessa situação. Porque ser pai ou mãe é o maior presente que podemos nos dar; um tesouro que contém todo o nosso ser e nosso amor, alguém a quem educar e guiar em cada passo até uma felicidade adequada e maturidade pessoal.

Vamos falar hoje sobre esse assunto, centrando-nos na figura da mulher, pela implicação emocional que costuma ocorrer em toda mãe que sonha ter filhos, que deseja conceber, abraçar, cuidar e educar… e que, entretanto, não consegue fazê-lo.

Implicações psicológicas da impossibilidade de ser mãe

Como falamos anteriormente, a experiência da esterilidade não é fácil para o homem e nem para a mulher. É possível que estejamos falando de um casal que está tentando ter um filho ou apenas de uma mulher que quer ter uma família por sua conta.

Seja como for, o processo de assumir e aceitar que não será possível ter filhos é doloroso em todos os sentidos. De fato, os especialistas nos explicam que a notícia da infertilidade é vivida com frequência como um processo de dor, como quem deve assumir uma perda:

1. Há um primeiro momento de desconcerto e incompreensão. É possível, inclusive, que não aceitemos a situação. Temos amigas que já possuem filhos, e pode ser que tenhamos também uma família na qual ninguém tenha tido problemas para conceber uma criança até agora. Então, por que comigo?

2. Algumas vezes, também temos que enfrentar a barreira social que não ajuda nessas fases. Não podemos falar de rejeição contra a mulher infértil, mas sim de incompreensão, já que algumas vezes o próprio parceiro não chega a entender a dor da sua companheira, ou os amigos e os familiares tentem consolar com aquele “não tem problema, assim ficarão mais livres“. Expressões, em alguns casos, demolidoras.

3. Após a incompreensão, surge a raiva. Buscaremos algum culpado, inclusive nós mesmos. O que tem em mim que não funciona? Culpa de algum remédio? Foi algo que eu fiz ou que eu não fiz?

4. Mais tarde, chegará a fase do desconsolo, das lágrimas e da dor… são muitas as mulheres que já tinham algumas coisas preparadas para esse bebê, planos a longo prazo que devem ser refeitos…

Aos poucos, e com apoio, acabaremos aceitando. Este é o ponto no qual aparecem outras opções, como as técnicas de fertilidade ou, inclusive, a adoção. No entanto, neste texto, só nos deteremos a entender o “primeiro impacto”. O momento em que temos que compreender que não podemos conceber esse filho tão desejado. Essa pessoa tão sonhada que queremos amar e cuidar.
impossibilidade de ser mãe

Como abordar o aspecto da infertilidade?

Devemos ter muito claro que se o processo anterior não for fechado de maneira adequada, com a aceitação do fato de que não podemos ter filhos, é muito provável que se desenvolva uma depressão.

A sensação de fracasso, de que há algo em nós que foge das nossas mãos, e que nos impede de ser mães, envolve-nos em um estado completamente indefeso, onde a baixa autoestima pode nos conduzir a um estado depressivo.

Como podemos lidar com a situação?

– Em primeiro lugar, você deve saber que não está sozinha. Você tem seu companheiro, em que deverá se apoiar e a quem também terá que dar apoio. Juntos, avaliarão a conveniência ou não de buscar outras opções. Se você sonhava em formar uma família monoparental, busque o apoio da sua família e dos seus amigos. Eles lhe darão amor e irão, possivelmente, guiar-lhe por outras opções, se você assim o desejar.

– É possível que você nunca possa viver a experiência da gravidez, e isso é algo que também terá que assumir como probabilidade. Mas não é por isso que você vai se amar menos. Não é porque o seu corpo não lhe permite ter filhos que você vai se rejeitar; não caia nesses pensamentos. Você pode desfrutar plenamente da maternidade através da adoção, por exemplo.

– Se, seja lá por qual motivo, você não conseguir ter esse ser a quem cuidar, proteger e educar, não desperdice essa necessidade de amar. Há muitas pessoas ao seu redor que também precisam de você. Ame-se em toda sua plenitude; a impossibilidade de ser mãe não deve ser um vazio na sua vida, pois você poderá preenchê-lo de muitas outras formas. Busque os seus caminhos e viva com felicidade!


Este texto é fornecido apenas para fins informativos e não substitui a consulta com um profissional. Em caso de dúvida, consulte o seu especialista.