A incidência da felicidade na saúde, segundo a Universidade de Harvard

Harvard estudou a incidência da felicidade na saúde. Pesquisadores descobriram que aqueles que são felizes vivem mais tempo e com mais qualidade.
A incidência da felicidade na saúde, segundo a Universidade de Harvard
Sergio De Dios González

Escrito e verificado por o psicólogo Sergio De Dios González.

Última atualização: 27 maio, 2020

Qual é a a incidência da felicidade na saúde? Será que a felicidade pode nos levar a ter uma boa saúde? Essa foi a hipótese levantada em um simpósio sobre a ciência da saúde e da felicidade no New Research Building, no campus de Longwood, em Harvard. O evento também destacou que os cuidados de saúde modernos não se concentram na saúde, mas nas doenças.

No entanto, o simpósio deu ênfase à importância de se concentrar no lado positivo dos acontecimentos. Assim, levantou a ideia de focar em ativos que nos mantêm saudáveis ​​ou nos ajudam a nos recuperarmos mais rapidamente de doenças e lesões.

Nesse sentido, Dra. Laura Kubzansky afirmou que “ é urgentemente necessário ter um estudo mais aprofundado para entender esses ativos positivos e como promovê- los para milhões de pessoas em todo o mundo“.

“A prática e pesquisa médicas e psicológicas se concentram tradicionalmente nas doenças e nos déficits que causam problemas de saúde”.
-Laura Kubzansky-

Como esse estudo teve início?

Tudo começou quando a família Lee Kum Kee realizou uma doação para a criação de um novo Centro de Saúde e Felicidade na Escola de Saúde Pública Harvard TH Chan. Com isso, seria possível financiar um centro para estudar como aumentar a felicidade e a saúde no dia a dia.

Especificamente, a premissa estabelecida foi descobrir como a felicidade pode ter um efeito positivo sobre a saúde. É claro que isso seria feito tratando a felicidade como um dos fatores determinantes da existência, e não como uma frase bonita.

Por sua parte, Laura Kubzansky, codiretora do Centro Lee Kum Sheung de Saúde e Felicidade da Escola Chan de Harvard, declarou no simpósio que há muito tempo este tem sido um campo de estudo opaco, mas que está fornecendo conhecimento que apoia a ideia de que saúde, bem-estar e felicidade estão intrinsecamente relacionados.

A felicidade pode levar à saúde?

Francesca Dominici, reitora associada à pesquisa da Escola Chan de Harvard, garantiu que “o novo centro se concentrará no desenvolvimento de uma ‘ciência rigorosa’ a respeito de como os fatores psicológicos e sociais positivos podem influenciar a saúde, e como traduzir essas descobertas em políticas públicas com o objetivo de melhorar a saúde em geral” .

No evento, cujo eixo central foi se a felicidade pode levar à saúde, um dos temas de discussão foi como traduzir os resultados em políticas públicas, o que permitirá reduzir o vão entre as instituições acadêmicas e as necessidades das pessoas durante suas jornadas diárias.

“Assim como a doença desencadeia uma série de reações fisiológicas, há evidências crescentes de que a felicidade e o bem-estar também estão relacionados aos processos corporais”.
-Laura Kubzansky-

Qual é a razão por trás da incidência da felicidade na saúde?

Ser feliz não apenas leva a um estado de absoluta satisfação psíquica, mas cada vez mais progresso está sendo feito na comprovação de que também tem uma grande influência na saúde física. Dessa maneira, a mudança substancial de um estado de felicidade para um estado de tristeza pode ser verificada inclusive a nível químico.

A felicidade é sentida e transferida para todo o corpo à medida que inúmeras endorfinas são liberadas pela medula espinhal e pela corrente sanguínea toda vez que estamos com nossos entes queridos, ouvimos nossa música favorita ou simplesmente damos um passeio. Dessa maneira, percebemos uma melhora em nosso humor e até uma redução da intensidade de certas dores.

Andrew Steptoe, diretor do Instituto de Epidemiologia e Cuidados da Saúde da University College London, relatou que há uma relação entre medidas de bem-estar e saúde, uma vez que as pessoas que desfrutavam mais da vida não apenas viviam mais, mas tinham um envelhecimento mais lento.

No entanto, a Universidade Harvard relata que um estudo adicional mostrou que as pessoas que estão mais satisfeitas com a vida são mais propensas a serem fisicamente ativas, a comer de forma saudável ​​e a usar protetor solar, além de serem menos propensas a fumar.

Além disso, foi demonstrado que pessoas menos felizes apresentam níveis mais altos de gordura e de cortisol, o hormônio que gera o estresse. No entanto, apesar dos respectivos avanços dos estudos sobre a incidência da felicidade na saúde, muitas questões permanecem sem solução.

Apesar de tudo, seja feliz

Apesar de tudo, seja feliz

A preocupação com a felicidade é uma condição inerente à existência humana. No entanto, essa preocupação tem que coexistir com muitas outras que nem sempre são compatíveis.

Entender que a maior parte da nossa segurança está no presente e não no futuro é uma tarefa de longa duração. No entanto, uma vez que realmente começamos a trabalhar com essa ideia ou enfoque, os problemas tendem a se tornar desafios – oportunidades de crescimento – e não preocupações.


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