A juventude não é uma fase da vida, é um estado de espírito

A juventude não é uma fase da vida, é um estado de espírito
Raquel Aldana

Escrito e verificado por a psicóloga Raquel Aldana.

Última atualização: 14 dezembro, 2021

Nunca se canse de repetir: acumular juventude é uma arte, um presente. É o poder de arrancar as folhas do calendário com força e agarrar todos os dias um conjunto de motivos para manter um espírito jovem.

A juventude acumulada é isso que lhe faz ver a vida de uma forma ardente, mas sem pressa, oscilando em nossas preferências e sentindo falta de habilidades passadas, quando ao mesmo tempo sentimos as coisas muito mais claras.

Com a idade, não ganhamos apenas um rosto enrugado, mas também a capacidade de ser forte e resistente, assim como a nobreza de quem contempla o dia a dia e seus acontecimentos com a maturidade refletida nas marcas dos sorrisos que acumulamos.

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Não se lamente por envelhecer, esse é um privilégio negado a muitos

Envelhecer acumulando juventude é uma grande conquista, pois implica aprender a resguardar a nossa identidade e beijar as nossas derrotas com integridade. Por sua vez, acumular juventude significa construir todos os caminhos e emoldurar os rastros dos terrenos que havíamos comprado para construir o jardim do nosso castelo.

Visto que o que se aprende na juventude dura a vida inteira, acumulá-la significa conhecer melhor as alternativas para resolver os nossos problemas, nos colocarmos no lugar dos outros ou sermos mais flexíveis para nos adaptarmos às mudanças.

Não podemos nos lamentar por fazer aniversários, isso é uma loucura. Por que ignorar o fato de termos a oportunidade de viver?

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QUANTOS ANOS TENHO?

Tenho a idade em que as coisas são vistas com mais calma, mas com o interesse de seguir crescendo.

Tenho os anos em que os sonhos começam a acariciar com os dedos e as ilusões se convertem em esperança.

Tenho os anos em que o amor, às vezes, é uma chama intensa, ansiosa por consumir-se no fogo de uma paixão desejada. E outras vezes é uma ressaca de paz, como o entardecer em uma praia.

Quantos anos tenho? Não preciso de um número para marcar, pois meus anseios alcançados, as lágrimas que derramei pelo caminho ao ver minhas ilusões despedaçadas…
Valem muito mais que isso.

O que importa se faço vinte, quarenta ou sessenta?!
O que importa é a idade que sinto.

Tenho os anos necessários para viver livre e sem medos.
Para seguir sem temor pela trilha, pois levo comigo a experiência adquirida e a força de meus anseios.

Quantos anos tenho? Isso a quem importa?
Tenho os anos necessários para perder o medo e fazer o que quero e o que sinto.

-José Saramago-

Entre a infância e a velhice há um instante chamado vida

A juventude (acumulada ou não) não tem idade, mas é um instante que passa muito rápido. Por isso devemos aproveitá-la sem a necessidade de viver em um pulso de desafios constantes.

Com o tempo, aprendemos que a tolerância é a melhor religião e que não podemos escrever a nossa história duas vezes, por isso devemos pensar nas coisas antes de escrevê-las, se não quisermos ter rasuras.

A covardia de não criar o nosso próprio mapa nos envelhece mais do que cometer erros. Pensar no presente e no passado é acumular juventude e, com ela, a vida e a tranquilidade de quem sabe que aprendeu.

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Graças à maturidade que implica a juventude acumulada, sabemos que o que realmente nos torna família é a lealdade e que a distância só impede os abraços físicos, mas não os psicológicos.

Isto é, aprendemos a apreciar os pequenos detalhes e a contemplar com paciência a nossa caminhada, pois sabemos que se acumularmos juventude, acumularemos vida. Então, não importa se vamos acabar com cabelos brancos e rugas, o que realmente importa é crescer a cada dia.


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