Manias e curiosidades de alguns homens geniais
Cada um tem as suas próprias esquisitices e formas peculiares de fazer as coisas. Uns precisam de silêncio absoluto para trabalhar; outros precisam tomar um café preto, sem falta, as 9 da manhã. Alguns precisam de uma determinada cor na parede e há quem precise de uma janela para poder se concentrar.
Os grandes gênios da história também tiveram as suas próprias excentricidades. É isso que revela Mason Currey no seu livro, “Rituais cotidianos. Como os artistas trabalham”, recentemente publicado pela editora Turner. Ele nos conta sobre episódios da vida cotidiana de grandes homens, e nos relembra que todos somos humanos, muito humanos.
Currey fala, por exemplo, de uma longa lista de homens geniais que foram fanáticos pelo álcool. Francis Bacon, por exemplo, tomava seis garrafas de vinho por dia, virava noites sem problemas e comia mais do que devia. Não tinha problema de combinar soníferos ou estimulantes com suas bebedeiras e uma vez disse: “Com frequência gosto de trabalhar de ressaca, a minha mente crepita de energia e consigo pensar com muito mais clareza”.
Hemingway não ficava para trás. As suas bebedeiras sempre foram memoráveis. Mesmo assim, todos os dias se levantava e se punha a escrever como se nada tivesse acontecido. Gostava de colocar a sua máquina de escrever sobre um púlpito que chegava à altura do peito e escrevia de pé.
Tolouse-Lautrec vivia tomando licor e praticamente nunca dormia. No seu caso é compreensível, já que vivia nos cabarés. Talvez por isso a sua existência tenha se limitado há apenas a 36 anos. James Joyce também era um modelo de ordem. Tudo ao contrário. Além de viver bêbado, passou por graves problemas econômicos; demorou sete anos para finalizar a sua maior obra: Ulisses. Fez isto superando oito doenças e mudando-se 19 vezes de endereço.
Marcel Proust, prêmio Nobel de Literatura e autor de “Em busca do tempo perdido”, era cheio de compulsões. Levou a vida toda para escrever a sua grande novela. Passou todo o tempo em um apartamento em Paris, em meio a um cômodo forrado de cortiça para conseguir maior hermetismo. Só tomava dois cafés com leite e dois croissants ao dia, ainda que as vezes se permitisse uns jantares fartos nos restaurantes da cidade. Usava ópio e tomava tabletes de cafeína para ficar mais alerta, e usava soníferos para dormir.
Proust escreveu grande parte da sua obra na cama, assim como Truman Capote, que afirmava sem nenhuma temor que “Não conseguia pensar a menos que estivesse deitado”. O mesmo acontecia com Descartes, que despachou muitas das suas reflexões a partir do seu leito de descanso.
São muitos os grandes gênios com graves problemas de insônia e com gosto deliberado por trabalhar à noite. Entre estes notívagos famosos está Pablo Picasso, que durante toda a sua vida deitou-se tarde e levantou-se ao meio-dia ou mais.
Beethoven era compulsivo por limpeza. Elaborava umas abluções complicadas, utilizando tanta água que ela se infiltrava nos pisos inferiores. Com isso, conseguiu chatear mais de um caseiro.
Estas são apenas algumas amostras das esquisitices que todos nós temos, mas que na vida dos gênios despertam um interesse maior
Imagem cortesia de Emilio Garassino.